Capítulo 11 °

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°° Breeze °°

Abro os olhos com certa dificuldade e preciso piscar várias vezes até que consiga ver claramente. Enxergo e percebo onde estou, fico nervosa, estou no quarto do...

— Dimitri? — Faço careta, sentindo minha cabeça doer e minha garganta pedir por algo. Umedeço meu lábios. Preciso de água, muita água.

Escuto a porta bater com força, choramingo pelo barulho alto e levo a mão à cabeça. O que está acontecendo com meu corpo? Tento me sentar, mas me sinto tão fraca. Lembro da quantidade de sangue que saiu de mim, isso me faz ficar apavorada. Pensei que morreria, mas parece que isso não aconteceu.

Estou sozinha no quarto, quem será que saiu? Desisto de sentar, pois meu corpo não está com força suficiente para isso. Olho para baixo, meu pé está enrolado com um pano branco bem apertadinho, ainda tem sangue na minha perna, mas não onde teve o corte. Alguém limpou? Parece que alguém cuidou de mim enquanto eu estava desacordada.

Me tremo toda, isso faz com que puxe a coberta para cobrir do pescoço para baixo, estou com frio, não consigo me adaptar tão bem ao clima como era na água. Acho que por não estar acostumada a esse mundo humano estranho. Olho para o lado quando a porta se abre, Tony entra por ela sorridente.

— Oi, princesa. — Diz se sentando ao meu lado na cama.

— Oi. — Tento sorrir, mas não consigo. O motivo ainda não sei, mas estou triste, me sinto esquisita.

— Está se sentindo bem? — Pergunta e faço que não.

— Minha cabeça dói, meu pé está estranho e meu corpo está mole, estou tão fraca. Nunca me senti assim antes.

— Você vai ficar bem, o pior já passou. — Por que não acredito nas palavras dele?

— O pior não passou e pelo jeito nunca vai passar. — Comento e ele fica confuso. — O pior para mim é dono deste quarto, dono dessa casa e que se acha o meu dono. — Falo com raiva, e bufo cruzando os braços sobre meu peito.

O semblante do homem ao meu lado se torna triste.

— Se soubesse que seria assim, não teria feito o dispositivo funcionar. Achava que vocês não existiam, mas deveria imaginar conhecendo o mundo dos melis. — Comenta. — Aliás, pensei que se existem monstros marinhos, eles seriam horríveis. — O homem tenta me fazer sorrir com uma careta alarmante, e consegue.

— A culpa não é sua, é minha. Ser curiosa demais que me trouxe até aqui. Se eu tivesse obedecido meu pai e permanecido em casa, nada disso aconteceria. — Digo virando de barriga para baixo e afundando o rosto no travesseiro. — Sou uma idiota. — Minha voz sai abafada.

— Deixa disso, não quero ninguém aqui depressiva. — Viro o rosto, para encará-lo.

— O que significa isso? Depressiva? — O homem sorri, acabo sorrindo novamente, a alegria dele me contagia.

Acho que às vezes pareço meio burra, mas aí lembro que esse mundo é novo para mim e fico mais tranquila. Não sei de muita coisa aqui, mas posso ensinar perfeitamente a ele sobre o fundo do mar.

— Outro dia te explico. — Fica de pé. — Você precisa de um banho, deixa eu te levar pro banheiro. — Fico de barriga para cima e faço que não.

— Melhor não, é... — Não consigo dizer algo coerente. Cadê o casaco que usava? Me sinto exposta somente com essa blusinha e short.

— É...? Algum problema? — Pergunta e me forço a sentar, coloco força nos braços e encosto na cama, a parte de madeira que fica apoiada na parede.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora