Capítulo 47 °

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°° Breeze °°

Preciso sair daqui.

Começo a correr em direção a escada, se o Dimitri me encontrar agora, pode me fazer mal e ainda não sei o que aconteceu. Tem algo de errado com ele. Nem mesmo quando ele me capturou a primeira vez senti tanto ódio em suas palavras como nesse momento.

Pensei que estava brincando, mas não foi bem assim. Ele estava sendo sincero, o que não faz sentido algum, ele me ama e deixou bem claro.

Ele estava estranho desde ontem, só que pensei que fosse por estar se expondo tanto no quesito sentimentos, algo que é totalmente novo para ele. Ou seja, como é algo que nunca fez com tanta avidez, imaginei que, por isso, a estranheza e resolvi curtir essa nova fase.

Não foi bem assim, isso deve ter a ver com Tassála e a visita dele a ela.

A culpa é dela!

Tinha razão em meus argumentos e questionamentos anteriores, sabia que ela aprontaria. Como irei encontrá-la? Preciso saber o que fez e como acabar com isso, porém, ontem Dimitri me pediu para ir direto ao meu pai se algo acontecesse, talvez ele saiba como lidar com essa situação.

— Breeze! — Estou prestes a descer o último degrau quando uma fumaça aparece diante dos meus olhos. Tassála está dentro, o que me faz crer que realmente ela tem algo a ver com isso, mas seu semblante não parece vitorioso, parece triste. — Sinto muito. — Minha testa se franze.

— O que você fez?

— Cometi um erro. Estou arrependida, me encontre na floresta, irei te ajudar. Siga a fumaça. — Penso em perguntar o motivo, mas a fumaça some, junto com a imagem da mulher.

Fecho os olhos, tentando escolher o melhor caminho nesse momento, mas nada coerente vem à minha cabeça. Estou confusa, com dor no peito devido às palavras do Dimitri que mesmo desconexas me atingiram com força.

— Ela fez isso, ela é a única que consegue consertar. — Resmungo convicta, preciso ir até ela e exigir que me diga como desfazer o que fez.

Corro em direção a saída, chegando ao extenso quintal e indo em direção a floresta. Levo um susto quando a fumaça que ela falou aparece do nada, indicando um caminho pelo qual devo seguir. Ele leva em direção ao mar, é o mesmo caminho que sempre faço.

Isso é uma armadilha, ela me quer lá para concluir seu plano, só que não sei chegar até meu pai de outra maneira. Não sei o que fazer, estou sem direção.

Vou em direção à clareira cautelosamente, tentando buscar por caminhos alternativos que me façam chegar até meu pai, sem passar por onde a fumaça leva. Me escondo atrás das árvores, tentando ser o mais furtiva possível, para não indicar que estou por perto.

Toco no tronco da árvore e coloco um pouco do meu rosto para fora, tendo a clara visão da mulher onde a fumaça acaba. O caminho que devo passar está atrás dela, acho que vou ter que aprender a usar meus poderes na marra.

Ela está usando um vestido vermelho apertado e moldando seu corpo, emergindo de suas costas existem tentáculos que se movem graciosamente, como se seu controle fosse preciso. Ela não era assim, o que aconteceu? Parece mais poderosa do que nunca.

Estou, totalmente, desnorteada, não tenho condições de enfrentá-la, preciso voltar e tentar chegar ao mar por aquela rua de cimento que fica em frente a casa do Dimitri.

Me viro para fugir, mas a mulher que antes estava mais a frente, agora está diante de mim, me deixando totalmente assustada. Tento não demonstrar meu espanto, mas meus olhos arregalados devem repassar meu assombro.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora