Capítulo 51 °

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°° Breeze °°

Escuto o barulho da porta sendo destrancada e sento na cama. Logo o Dimitri entra, coloca a bandeja com comida na mesa e vai em direção a porta.

— Hey? — O chamo antes dele sair, ele me olha. — Vai ficar sem falar comigo até quando? Já pedi desculpas pelo que fiz ontem, foi mal mesmo. Você é a única pessoa que vejo, não quero que esteja com raiva de mim. Além do mais, meu pai diz que faz mal ao coração cultivar a raiva.

Ele continua me olhando e nada faz. Levanto e paro perto dele, sinto que ele fica desconfortável pela aproximação.

— Di, desculpa. — Faço biquinho.

— Di? Não é mais Dimi? — Dou um sorriso quando ele por fim fala comigo.

— Não, Dimi é muito comum, Di é mais fácil de falar e é fofo. — Ele arqueia a sobrancelha. — Nem sei se combina com você. — O homem acaba rindo.

— Você não muda, continua agindo como se fosse a rainha do mundo e não a prisioneira.

— Quem sabe eu seja mesmo a rainha do mundo, afinal, não lembro de nada.

— Você não é a rainha do mundo, é só a minha prisioneira. — Olho para ele e cruzo os braços. — Apenas isso.

— E se você também não lembrar? — Ele franze a testa.

— Sabe que isso não faz sentido algum, não é? — Fica levemente confuso.

— Claro que faz, perdi minha memória e aparentemente eu ficava aqui antes. Dylan parecia gostar muito de mim e ele tinha certeza que você me ajudaria e se você também tiver perdido a memória sobre mim, especificamente? E se éramos algo a mais e não lembramos? — Ele fica totalmente sem palavras e começo a rir. — Tô brincando. É impossível ter acontecido algo entre nós, você não faz meu tipo. — Dou as costas e vou até a cama, ele me segue parecendo curioso.

— E qual seria o tipo de uma criança de onze anos?

Bem pensado, não pensava mesmo em namorar nessa época que passou, que é a época de agora. Isso ainda me confunde.

— Parecido com um príncipe, é... — Penso. — Branco, cabelo loiro, pele perfeita, olhos azuis, boca delineada e... — Penso mais um pouco. — Cheiro de morango. Já disse que amo morango?

— Você tem plena convicção que acabou de me descrever, não é? — Faço que não.

— Deixa de ser convencido, não te descrevi nada. Você nem é...

— Vamos ver, tenho cabelo loiro, olhos azuis, boca delineada, sou branco e como você disse, tenho cheiro de morango.

Droga, eu acabei de descrever ele.

— Pensando bem, gosto de pessoas com cabelo preto. — Digo convicta. — Isso, cabelo preto. É charmoso, ainda mais se tiver aquele olhar sedutor. — Vejo ele revirar os olhos. — E se ele me der ursos, aaah... — Solto o ar apaixonada. — Ele é perfeito. — Tento fazer a expressão mais apaixonada possível pro meu amor inventado.

— Você devia ser uma criança divertida.

— Não posso dizer o mesmo de você. — Coloco a mão na boca após falar. — Também falava sem pensar quando criança. — Acabo soltando uma risada sem graça.

— Que seja. Vou ir trabalhar, Dylan vai te trazer o que comer depois.

— Me leva com você, é tão chato ficar aqui sozinha e trancada.

— Não posso te levar comigo, seria muito sem sentido. — Dou de ombros.

— Seria tudo a ver para mim. Não vejo nada de errado nisso. — Fico emburrada.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora