°° Breeze °°
Escuto o barulho da porta sendo destrancada e sento na cama. Logo o Dimitri entra, coloca a bandeja com comida na mesa e vai em direção a porta.
— Hey? — O chamo antes dele sair, ele me olha. — Vai ficar sem falar comigo até quando? Já pedi desculpas pelo que fiz ontem, foi mal mesmo. Você é a única pessoa que vejo, não quero que esteja com raiva de mim. Além do mais, meu pai diz que faz mal ao coração cultivar a raiva.
Ele continua me olhando e nada faz. Levanto e paro perto dele, sinto que ele fica desconfortável pela aproximação.
— Di, desculpa. — Faço biquinho.
— Di? Não é mais Dimi? — Dou um sorriso quando ele por fim fala comigo.
— Não, Dimi é muito comum, Di é mais fácil de falar e é fofo. — Ele arqueia a sobrancelha. — Nem sei se combina com você. — O homem acaba rindo.
— Você não muda, continua agindo como se fosse a rainha do mundo e não a prisioneira.
— Quem sabe eu seja mesmo a rainha do mundo, afinal, não lembro de nada.
— Você não é a rainha do mundo, é só a minha prisioneira. — Olho para ele e cruzo os braços. — Apenas isso.
— E se você também não lembrar? — Ele franze a testa.
— Sabe que isso não faz sentido algum, não é? — Fica levemente confuso.
— Claro que faz, perdi minha memória e aparentemente eu ficava aqui antes. Dylan parecia gostar muito de mim e ele tinha certeza que você me ajudaria e se você também tiver perdido a memória sobre mim, especificamente? E se éramos algo a mais e não lembramos? — Ele fica totalmente sem palavras e começo a rir. — Tô brincando. É impossível ter acontecido algo entre nós, você não faz meu tipo. — Dou as costas e vou até a cama, ele me segue parecendo curioso.
— E qual seria o tipo de uma criança de onze anos?
Bem pensado, não pensava mesmo em namorar nessa época que passou, que é a época de agora. Isso ainda me confunde.
— Parecido com um príncipe, é... — Penso. — Branco, cabelo loiro, pele perfeita, olhos azuis, boca delineada e... — Penso mais um pouco. — Cheiro de morango. Já disse que amo morango?
— Você tem plena convicção que acabou de me descrever, não é? — Faço que não.
— Deixa de ser convencido, não te descrevi nada. Você nem é...
— Vamos ver, tenho cabelo loiro, olhos azuis, boca delineada, sou branco e como você disse, tenho cheiro de morango.
Droga, eu acabei de descrever ele.
— Pensando bem, gosto de pessoas com cabelo preto. — Digo convicta. — Isso, cabelo preto. É charmoso, ainda mais se tiver aquele olhar sedutor. — Vejo ele revirar os olhos. — E se ele me der ursos, aaah... — Solto o ar apaixonada. — Ele é perfeito. — Tento fazer a expressão mais apaixonada possível pro meu amor inventado.
— Você devia ser uma criança divertida.
— Não posso dizer o mesmo de você. — Coloco a mão na boca após falar. — Também falava sem pensar quando criança. — Acabo soltando uma risada sem graça.
— Que seja. Vou ir trabalhar, Dylan vai te trazer o que comer depois.
— Me leva com você, é tão chato ficar aqui sozinha e trancada.
— Não posso te levar comigo, seria muito sem sentido. — Dou de ombros.
— Seria tudo a ver para mim. Não vejo nada de errado nisso. — Fico emburrada.
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Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12
FantasyBreeze não imaginava que aquele pequeno dispositivo que sempre teve curiosidade para saber o que fazia, seria capaz de gerar um caos tão grande. A sereia, que antes tinha uma vida, aparentemente, acaba sendo lançada em um mundo desconhecido, onde ir...