Hardy joga seu paletó na cama e começa a desabotoar sua camisa.
— Foi um casamento muito lindo.
— Foi mesmo. — Ele concorda.
— No que você está pensando? Está muito calado.
— Estou pensando que deveríamos ter tido um casamento como esse.
— Nós já conversamos sobre isso, amor.
— Eu sei, mas não deveria ter me deixado convencer tão facilmente, acontece que quando se trata de você eu sou fraco.
— Você não é fraco, querido. — Vou até ele e acaricio seu peito nu.
Hardy segura meu pulso e leva minha mão até seus lábios, beijando-a.
— A ideia de nos casarmos em uma capelinha qualquer na cidade foi ideia sua, mas você merecia muito mais, merecia um casamento como esse.
— Mas eu não queria um casamento com o da Nina, além do mais, o meu teve o Elvis. — Digo e sorrio, mas ele permanece sério.
— Deveríamos ter feito uma festa, algo grande.
— E iriamos convidar quem? Eu não tenho família ou amigos e você também não. Eu estou feliz por ter casado em uma capelinha de Las Vegas com um Elvis gordo e levemente bêbado, e sabe por quê? Porque você era o noivo. — Digo e Hardy sorri.
— Sabe o que eu acho?
— O que?
— Que nós deveríamos testar a resistência dessa maravilhosa cama de hotel. — Ele diz com um sorrisinho malicioso.
— Hardy! Acabamos de...
— Eu sei, mas estou pronto para outra. Você está? — Ele pergunta e eu sorrio, envolvendo seu pescoço com os braços.
— Com certeza!
***
Olho para Las Vegas através da pequena janela do jatinho de Hardy.
— Nós vamos aterrissar em poucos minutos, por favor, coloquem os cintos. — A comissária pede educadamente.
— Claro. — Coloco meu cinto e volto a olhar para fora já que Hardy está concentrado demais em seu computador.
O pouso é suave e ao descermos do avião um carro nos espera, vamos direto para casa para Hardy resolver um problema nos negócios. Não quis saber o que é.
— Vou pedir para um dos empregados levar nossas malas. — Hardy diz ao entrarmos no saguão de entrada da mansão. Nesse momento seu celular toca.
— Que maravilha! — Ele diz de forma sarcástica ao ver quem está ligado.
— O que foi?
— Não é nada, querida.
— Quem é?
— Ninguém importante, vou atender no escritório. — Ele sorri e se vai.
Subo até nosso quarto e encosto a porta. Olho para a gaveta da cômoda em meu lado da cama e sinto meu coração acelerar.
Vou até lá e a abro, pegando o papel que escondi no fundo.
Ainda é meio estranho pensar que estou grávida. Nunca quis ter um filho, mas depois do choque inicial percebo que agora estou feliz. Eu quero ser mãe.
Olho para o exame que confirma o que o teste de farmácia me disse. Pelos meus cálculos devo estar de quase três meses.
Vou ser mãe. E Hardy pai.