Esfrego os olhos e o rosto, depois me espreguiço tentando mandar embora o sono e o cansaço.
Sinto-me um pouco enjoada e tonta, a vontade de ficar na cama é grande, mas levanto-me e coloco uma calça e blusa.
Quando saio do quarto Arthur não está em nenhum lugar, a porta do seu quarto está fechada então imagino que ele ainda deva estar dormindo. Vou ao banheiro e cuido das minhas necessidades matinais, quando abro a porta sinto o cheirinho de café e Arthur me cumprimenta da cozinha.
— Bom dia, Laura! Dormiu bem?
— Bom dia, dormi bem sim e vo... — Não consigo terminar a frase porque minha visão escurece de repente e minhas pernas enfraquecem.
— Laura! — Arthur me chama preocupado ao me ver apoiar na parede e vem correndo em minha direção.
Sinto suas mãos me segurando e assim como veio, a tontura passa de repente.
— Estou bem. — Digo.
— Venha, se sente no sofá. Quer alguma coisa? — Arthur pergunta solicito e eu nego.
— Não, obrigada.
— O que aconteceu?
— Fiquei meio tonta.
— Isso é normal? — Ele quer saber.
— Não sei ao certo.
— Seu médico falou alguma coisa a respeito? — Ele pergunta e então meu coração parece parar por algumas batidas ao perceber algo horrível.
— Eu não tenho médico. — Exclamo, horrorizada.
— Como assim?
— Ah meu Deus, Arthur, eu ainda não fui ao médico! — Levanto-me e me desespero.
— Que tipo de mãe descobre que está grávida e não vai ao médico? Meu filho nem nasceu ainda e eu já sou uma péssima mãe. Ah não, Hardy tinha razão, eu não vou cuidar bem do meu filho.
— Laura, se acalme.
— Como? Como vou me acalmar? E se meu filho estiver com algum problema e eu não sei? Se algo acontecer com ele vai ser minha culpa! Só minha! — Começo a chorar, com medo que eu tenha feito algum mal ao meu bebê.
— Hey, não chore, querida. — Arthur limpa minhas lágrimas e sorri.
— Tenho certeza que o bebê está bem, okay? Vamos procurar um médico agora mesmo que tenha horário disponível para essa tarde. Eu posso ir com você se não quiser fazer isso sozinha.
— Muito obrigada, Arthur, muito obrigada mesmo. — Digo, de alguma forma ele conseguiu me fazer sentir mais tranquila com poucas palavras.
Talvez tenha sido seu sorriso gentil, ou sua voz calma, ou talvez suas mãos confiantes me segurando.