Mexo com a colher o que sobrou dos meus cereais.
Ontem foi como um sonho surreal, nem acredito que eu dormi mesmo com Arthur. Não que tenha sido ruim, na verdade foi muito. Ele é incrível.
Eu quis fazer aquilo, eu o desejei, mas isso muda tudo agora. Sinto-me confusa, já que desde o momento que eu percebi que estava apaixonada por Hardy achei que nunca sentiria uma atração e um desejo assim por outro homem.
Arthur é tão incrível. Ele é carinho e gentil, tão bondoso, e não é só comigo, com as outras pessoas também. Ele é inteligente e com certeza é engraçado. Ele me faz rir muito, rir em uma parte da minha vida que eu achei que não sorriria com muita frequência.
Mas Hardy...ele é tão intenso, me pegou de jeito desde o primeiro momento em que o conheci.
Eu odeio Hardy, e eu o amo também. Eu não quero mais ama-lo, quero esquecê-lo por ele ter sido egoísta aponto de querer me obrigar a matar nosso bebê. A traição com Tatya machuca também, mas machuca a minha parte mulher, o aborto machuca minha parte mãe. A parte mais poderosa em mim.
Como perdoa-lo depois disso?
Ao mesmo tempo em que ficar ao lado de Arthur me deixa feliz, não sei como será de agora em diante. O que acontecerá agora na cabeça dele? Ele espera que sejamos um casal? Não estou preparada para isso, para ser a namorada, a mulher, a companheira de outro homem.
Não estou preparada para dar nada além do meu corpo.
Ouço o barulho da porta do seu quarto e levando o olhar.
— Bom dia, linda! — Arthur aparece com o cabelo bagunçado e uma cara de sono que me faz sorrir.
Arthur não é nenhum super herói como o Thor, mas ele tem o superpoder de me fazer sorrir com qualquer coisa. Ele me trás uma paz e uma tranquilidade revigorantes.
— Bom dia. — Respondo.
— Vou tomar um banho, ainda temos tempo, certo?
— Temos sim.
— Ótimo. — Ele diz e entra no banheiro.
Termino meu café da manhã e vou me vestir. Hoje Arthur vai me levar na minha consulta e com sorte, seu meu bebê colaborar, vou conseguir saber se é menino ou menina.
Nossa, isso é muito emocionante! Não que eu tenha preferência, o que importa é que seja saudável, mas não posso deixar de imaginar que seria maravilhoso ter uma menininha.
Fico sentada em meu quarto imaginando centenas de formas de conversar com Arthur sobre ontem. Quando ouço a porta do banheiro, saio do quarto e me deparo com Arthur apenas de toalha.
— Cadê sua barba? — Pergunto surpresa, olhando para seu rosto.