Paro no meio do caminho e olho confusa para Hardy parado na minha porta com várias sacolas aos seus pés.
— O que é tudo isso? — Pergunto e ele levanta o olhar do seu celular e sorri animado ao me ver.
— Eu sonhei com o quarto da Isa essa noite e fiquei tão animado que hoje fui comprar algumas coisas para começar a arrumar tudo. — Ele diz, afobado.
— Isso é ótimo, o que você comprou?
— Tinta, para pintar o quarto. Rosa claro e lilás. O que você acha? Eu deveria ter perguntado sua opinião, desculpe, mas estou muito empolgado. Se você quiser eu posso comprar outra cor. — Ele diz e eu sorrio com sua animação.
— Rosa e lilás me parece ótimo. — Digo e destranco a porta.
— Como foi seu dia na faculdade?
— Foi muito bom, obrigada. Precisa de ajuda com essas sacolas?
— Não, pode deixar comigo. Pensei em montar o berço hoje também, ah, e liguei para a loja e mandei entregarem as coisas que compramos aqui.
— Ótimo, também estou ansiosa para montar o quarto.
Hardy e eu vamos até o quarto da Isa e forramos o chão com plástico. Depois disso ficamos uns 40 minutos decidindo como seria a pintura do quarto, e no final decidimos pintar metade da parede de lilás e a outra de rosa e colocar uma faixa com ursinhos ou princesas no meio.
— Qual pincel posso usar? — Pergunto, dobrando as mangas da minha blusa.
— Acho melhor você não pintar.
— Por que?
— Você precisa descansar, e o cheiro da tinta pode te fazer mal.
— Hardy, eu quero ajudar a pintar o quarto da minha filha. — Digo cruzando os braços e um sorriso surge no canto dos seus lábios.
— Sabia que você diria isso, foi por isso que comprei essa máscara. — Ele diz tirando a máscara da sacola e eu sorrio.
Preparamos a tinta e começamos a pintar, zombo de Hardy porque estou pintando mais rápido e ele pinta meu braço de rosa como vingança.
— Você não fez isso!
— Dá próxima vez não fique se gabando. — Ele diz e eu passo meu pincel no seu pescoço, então ele tira minha máscara e pinta minha bochecha.
— Hardy!
— Você começou. — Ele diz e eu o olho indignada.
— Não! Foi você que começou, seu cara de pau! — Digo e ele ri.
Pinto mais alguns minutos e odeio admitir, Hardy tinha razão. Sinto-me cansada e deixo Hardy pintando sozinho para ir me limpar e sentar um pouco.
Deito alguns minutos no sofá e depois vou até a cozinha servir um copo de suco para Hardy, que já está pintando por um bom tempo e deve estar com sede.
Ao entrar no quarto paro abruptamente ao ver que ele está com o torço nu.
— Precisava tirar a camisa? — Pergunto, limpando a garganta. Meus olhos não conseguem se desviar do seu corpo sarado e delicioso.
Hardy olha para mim com um sorriso safado e eu tenho certeza que ele tirou a camisa apenas para me tentar.
— Estou com calor. Esse suco é para mim?
— É sim.
— Obrigado, estava com sede mesmo. — Ele diz e bebe o suco enquanto eu continuo observando seu corpo. Sinto um arrepio e uma vontade louca de passar meus dedos por seu peito e sua barriga.