"Veja, eu tenho o direito de amar e abandonar, você encontra e guarda, pois não é todo dia que você tem a chance de dizer...oh é assim que começa, um raio atinge o coração, explode como uma arma mais brilhante do que o Sol. Oh nós poderíamos ser as estrelas, caindo do céu, brilhando o quanto quisermos, mais brilhantes do que o Sol." ~ Colbie Caillat ~
Olho para Arthur com uma cara estranha.
— O que você está fazendo? — Pergunto com a boca cheia de cereal.
— Estou te filmando. Aquela primeira consulta me deu uma ideia, vou fazer um vídeo diário da sua gravidez.
— Por quê?
— Para ter de lembrança, para mostrar para o bebê quando ele for grande. Você deveria fazer um também.
— Um vídeo diário? De jeito nenhum.
— Então escreva um diário, contando tudo que você sente na gravidez. Eu vi umas grávidas que fizeram isso e não se arrependeram.
— Arthur, tira o seu celular da minha cara, estou tomando café da manhã.
— Viu só, bebê... — Arthur vira a câmera para ele mesmo. — Você têm deixado sua mamãe um pouco irritadinha, mas não se preocupe, é normal. Olha é aqui que você está morando agora.
— Arthur! — Reclamo quando ele coloca a mão em minha barriga, mas acabo rindo.
— Diga até logo para o seu bebê, Laura. — Ele diz e filma meu rosto.
— Até logo, meu amor! Não vejo a hora de te conhecer. — Digo e mando um beijo.
— Perfeito. — Arthur diz parando a filmagem. — Isso vai ser muito legal de ver daqui alguns anos.
— Talvez você tenha razão, todo mundo diz que o tempo passa rápido. Logo meu bebê vai ser adulto e...
— Nossa, calminha, garota. Ele nem nasceu ainda, acho que você tem um tempinho até ele ir para a faculdade.
— Você tem razão. — Concordo dando uma risadinha.
— Está pronta para a consulta? — Ele pergunta.
— Estou. — Digo comendo a última colher de cereal.
— Ótimo, então vamos ver como está esse limãozinho aí dentro.
***
— Não sei nem como explicar o quão feliz eu estou. — Digo aliviada pelos meus exames não terem mostrado nada de errado.
— Nós temos que comemorar! — Arthur diz animado, abrindo a porta do carro para mim.
Fico feliz que ele tenha ido ao médico comigo de novo, ele sempre consegue me manter mais calma.
— Onde vamos?
— Naquela padaria perto de casa. Eu te falei sobre ela, não é?
— Falou, mas você não disse que é muito caro?
— Mas é uma ocasião especial, Laurinha. — Ele diz e aperta minha mão.
Seguimos até a padaria e eu sinto que estou no paraíso. Devo ter engordado uns cinco quilos só de olhar os doces no balcão.
Acabo exagerando e como três doces grandes cheios de açúcar, doce de leite e chocolate.
Na hora de pagar a conta insisti para cada um pagar o seu, já que eu havia comido bem mais que Arthur, mas ele não deixou e pagou tudo sozinho.