PARTE II - A FUGA
"Se esse é o jeito que você ama, você tem muito que aprender. Se havia amor, nós o perdemos. Você nunca vai saber meus sentimentos, eu ainda estou triste com tudo isso. E se eu acabar sozinha, pelo menos vou saber, eu acredito no amor. Vá em frente, vá em frente e quebre meu coração, eu ficarei bem." ~ Colbie Caillat ~
Enquanto o avião desliza para baixo no céu, a cidade de Los Angeles vai ficando cada vez maior.
Quando finalmente chegamos ao chão e os outros passageiros começam a desafivelar os cintos e se levantarem para pegar suas bagagens, percebo que não estou completamente segura com relação a ir embora desse jeito.
Talvez eu tenha me precipitado, talvez eu devesse ter ficado e enfrentado Hardy. Talvez eu não devesse ter fugido.
Estou magoada e com medo pelo meu filho, fugir me pareceu à única alternativa.
Levanto-me e sigo o fluxo até chegar à esteira onde espero alguns minutos para coletar minha mala.
Antes de ir ao portão de desembarque vou ao banheiro passar água no rosto. Não vou mentir, estou nervosa.
Não tinha muito que deixar para trás em Las Vegas, mas mesmo assim me dá medo abandonar a cidade onde cresci e pular no desconhecido.
Pego minha mala e vou. Ao passar pelo portão vejo algumas pessoas se abraçando, felizes com o reencontro, e outras que seguem seu caminho, pois ninguém espera por elas.
Não faço ideia de como o irmão de Mad é, por isso passo meus olhos atentamente por todos. E é quando o vejo.
Ele tem uma espécie de luz ao seu redor, como uma aura, uma energia quente e tranquilizadora que posso sentir agindo em mim.
Dou alguns passos e continuo observando o estranho. Ele usa uma camiseta azul e uma calça jeans com o joelho rasgado e um par de All Star preto nos pés. Seu cabelo é escuro e um pouco desarrumado e sua barba deve ter sido feita pela última vez há algumas semanas.
O estranho está com as mãos nos bolsos, olhando para os lados despreocupadamente.
Não sei, mas tenho a sensação que o estranho é o irmão de Madison. Ele parece ser como ela descreveu, gentil e com um bom coração.
Caminho até ele e paro na sua frente.
— Com licença. — Digo e ele vira a cabeça, nossos olhos se encontrando pela primeira vez.
Por um segundo fico sem reação, admirada com seus lindos olhos esverdeados.
— Olá, você é a Laura? — Ele abre um sorriso simpático e pergunta.
Sua voz não é nada como ele. Ela é mais madura, uma voz que você esperaria ouvir em um sedutor de terno e não em alguém que usa um tênis surrado.