Capítulo 15

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Quando Arthur acorda já estou tomando meu café da manhã e pesquisando em seu computador.

— Bom dia, Laurinha.

— Bom dia.

— O que você está vendo tão cedo? — Ele pergunta indo para a cozinha se servir de uma xicara de café.

— Estou procurando por alguns cursos para grávidas. Para aprender a trocar fraldas, dar banho, primeiros socorros, essas coisas.

— Legal! Acho que seria algo importante de fazer, principalmente por você ser mãe de primeira viagem.

— Foi o que pensei também.

— Escuta, hoje está tendo uma feirinha no centro, lá tem barraquinhas vendendo de tudo. Pensei que poderíamos ir ver.

— Claro, parece legal.

— Mas teremos que ir de tarde, agora de manhã tenho que tirar umas fotos dos meus braços.

— Dos seus braços? — Pergunto fazendo careta.

— É um trabalho de modelo para um catálogo de relógios. Não ria, vão me pagar 500 por 5 horas de trabalho, isso é o que interessa.

— Se você está dizendo. — Digo e dou uma risadinha.

***

— Poxa, você não estava brincando, eles têm de tudo aqui. — Digo enquanto caminhamos pelas barraquinhas de frutas, legumes, roupas, livros, artigos colecionáveis, produtos artesanais, panos de prato e muito mais.

— E o melhor é que é barato.

Dou uma risadinha quando Arthur não está vendo. Imagino que para alguém que não tem um emprego fixo, cada centavo economizado conta.

Eu também já tive que economizar bastante na minha época trabalhando na lanchonete, na verdade, eu tenho que continuar economizando. O dinheiro da venda da casa não vai durar para sempre, eu tenho que comprar as coisas para o bebê e ainda estou sem emprego.

Continuamos caminhando até que eu paro ao ver algo que me chama a atenção. Pego a agenda de couro falso na mão e a abro, folhando suas folhas amareladas e lisas.

— Para o seu diário? — Arthur para ao meu lado e pergunta, como se lendo minha mente.

— Sim.

— Moça, quanto custa essa agenda? — Arthur pergunta.

— Vinte. — Ela responde.

Quando vejo Arthur indo pegar sua carteira, sou mais rápida e pego uma nota de vinte em minha bolsa e pago a moça.

Em uma barraquinha encontro um chaveiro com as duas máscaras do teatro, uma rindo e outra chorando. Quando dou o chaveiro de presente para Arthur ele dá aquele sorriso fofo e me agradece.

Eu paro para ver uns doces e geleias caseiros enquanto Arthur vai para a barraquinha de roupas na minha frente.

As geleias estavam tão baratinhas, mas como sei que Arthur não é muito fã delas e eu não iria comer tudo sozinha (ou talvez comesse) comprei apenas duas.

Quando vou procurar por Arthur ele aparece com um sorriso largo no rosto.

— Achei algo incrível para você! — Ele diz animado.

— O que? — Pergunto curiosa.

— Bem, na verdade não é para você, é para o bebê. Olha isso! — Ele diz rindo e me mostra uma touca pequenininha de crochê cinza e no lado umas asinhas brancas.

HARDER 2 - O RECOMEÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora