C a p í t u l o U m - D a r k E y e s

37.6K 2.8K 1.5K
                                    

CATERINE

Florença, Lunedì 06/03.

22h 45 minutos.

Estou contando as horas para acabar meu expediente, toda segunda-feira é assim pois aos domingos vamos até a uma da manhã.

Sinto meus olhos arderem, já que ontem fui dormir tarde e hoje acordei bem cedo para ir a aula, eu sempre acabo dormindo na aula de Tecnologia da Educação, que é no primeiro tempo. Já me chamaram a atenção duas vezes mas infelizmente eu não posso fazer nada, apenas me entupir de cafeína o dia inteiro para me manter acordada.

Há apenas dois clientes nas mesas que estou atendendo, eu e Agnella somos as únicas que trabalham​ às segundas e folgamos aos sábado pois somos as garçonetes mais antigas da casa e temos prioridade nos dias de folga.

Um dos clientes me chama para fechar a conta e quase levanto as mãos para o céu quando o último cliente faz o mesmo, ganho uma boa gorjeta de ambos antes de caminhar até o bar para fechar o meu caixa. Assim que finalizo tudo para minha felicidade ou infelicidade, um deus do sexo oposto entra no meu campo de visão e rouba toda cena. Todos da casa, principalmente as prostitutas, viraram para admirar sua beleza e masculinidade.

Ele é moreno, alto, com uma barba negra perfeitamente desenhada em seu lindo rosto, tem um ar de autoritário e mantém uma postura séria e compenetrada. Está usando um terno preto e um chapéu na mesma cor, se encontra acompanhado por mais dois homens enormes que dão medo só de olhar, um careca carrancudo e um outro do mesmo estereótipo porém seus cabelos são curtos e pretos.

Observo seus passos, ele exala perigo e tem uma presença marcante. Não sou boba e sei que nessa cidade há muito peixe grande envolvido com a máfia e aposto que ele é um desses.

Os dois caminham logo atrás do senhor autoritário e praguejo os três quando os mesmos sentam em uma das mesas em que eu estou atendendo.

– Tirou a sorte grande - Agnella diz animada atrás de mim.

– Você só pode estar brincando, né? Aturar mais um babaca metido a besta essa noite estava fora de cogitação.

Bufo e vejo Martino, gerente do Lupamar indo até a mesa do misterioso autoritário recebe-lo e agora tenho a plena certeza que ele é alguém com bastante influência em Florença.

– Mais um babaca? Você está louca? Esse é Lorenzo Bertolazzo, qualquer mulher dessa cidade se jogaria aos pés desse homem, implorando para passar uma noite com ele - Lolla, uma das prostitutas comenta sentando em um dos bancos do bar.

Solto uma risada sarcástica.

– As mulheres dessa cidade não tem nada na cabeça. Olhem para ele - direciono o meu olhar e dou de ombros. – Não há nada de mais... é só mais um cafajeste que humilha e faz as mulheres de gato e sapato - a parte do "não há nada demais" é mentira mas não irei assumir que ele é um tesão.

Estalo os dedos tentando chamar a atenção das duas que ainda estão babando o tal Lorenzo, reviro os olhos ao me certificar que essas duas se enquadram nos 97% das mulheres que são submissas à homens desse tipo, já eu faço parte dos outros 3% que são mulheres independentes, bem resolvidas e que não se humilham por homens como ele. E jamais me sujeitarei a fazer parte da maioria.

Dou mais uma olhada em direção à mesa em que se encontra o tal garanhão perigoso e o que menos espero acontece, nossos olhos se encontram. Seus olhos negros me analisam, mas ele continua com o mesmo semblante indecifrável de antes.

Martino continua falando algo empolgado com ele porém o mesmo não parece estar ouvindo e continua sua análise visual sobre mim. Tento me desviar de seu olhar mas uma força invisível e desconhecida por mim me sustenta nele.

Sedução MafiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora