Park Jimin
Fico totalmente imóvel no banco gelado do carro, respiro fundo várias vezes para me acalmar e não deixar as batidas do meu coração audíveis.
- Quanto você quer para me deixar em algum lugar aleatório?- pergunto sem pensar e esperando uma resposta compatível com a minha pergunta.
- Como é que é?- ele dá uma breve olhada para mim.
- Eu tenho uma nota de vinte.- digo.- Você pega e pode me deixar aqui mesmo.- falo, mas a única coisa que ele faz é rir.
Por que ele está rindo?
Ou melhor. Por que ele não riria?
- Eu não vou trocar uma noite de diversão por uma nota de vinte.- sua voz é calma e controlada.
- Mas você pode me deixar aqui e ir pegar diversão em outro lugar. - digo, nervoso.
- Eu não quero outra diversão. - e de novo a sua voz é controlada. O menino não tira a atenção da estrada escura pela qual estamos passando e mesmo assim ele parece intrigado em tentar me entender.
- E se eu não conseguir te oferecer diversão? - o carro fica em silêncio mais uma vez. O menino carrega um sorriso brincalhão no rosto que consigo ver quando os postes de luzes voltam a aparecer na estrada.
Penso em insistir de novo e de novo, mas ele pode me amordaçar sem muitos problemas.
Sem querer, crio uma cena na minha cabeça de nós dois em uma cama e eu perdendo minha virgindade com um completo estranho. Novamente, os meus músculos se enrijecem e fico tenso.
- Qual seu nome?- ele quebra o silêncio.
- Acho que eu não deveria dizer meu nome. - falo rápido e de novo ele ri.
Eu devo ser muito engraçado mesmo.
- Eu sei, mas não tem um nome fictício? Digo, um nome para...
- Gemer?- completo sua pergunta.
- Se quiser pensar assim, tudo bem.- olho para ele sem entender.
- E o seu? Qual é?- desvio a atenção de mim.
- Hoje, me chame apenas de Daddy.
- Que ridículo!- acabo dizendo sem querer e um medo sobe para a minha garganta. E se ele for perigoso?
- Relaxa, é brincadeira.- ele ri.
Volto a olhar fixamente para frente sentindo o nervosismo e seus efeitos. Eu realmente não sei como fugir disso. Ainda estou tentando entender o que passou pela cabeça da minha mãe.
Noto que estamos no carro há um bom tempo e me bate o desespero de estar sendo sequestrado.
- Aonde vamos?- pergunto.
- Para um motel, já estamos perto.
Penso em questionar, mas quando chegarmos no local eu posso fugir sem problemas.
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O menino entra com o seu carro no estacionamento composto por uma grande construção que eu mesmo nunca tinha visto na cidade. A decoração de fora é cheia de rosas vermelhas e luzes amareladas. Passamos por um portão branco que logo se fechou atrás de nós.
O carro para ao lado de uma cabine com a placa de entrada e por meio de um interfone o menino pede uma suíte simples e brinca que a noite não será longa.
Engulo um seco.
Com o próximo portão liberado, o menino segue com o seu carro até a vaga no estacionamento do local. Ele desliga o carro e desce do veículo. Enquanto ele dá a volta para vir até mim penso em como que vou colocar em prática a minha fuga se não sei nem onde estou.
- Vamos? - ele me chama.
Saio do carro devagar e olho desesperado para todos os lados, tentando encontrar alguém, mas tudo o que eu vejo é a noite com neblina, poucos carros estacionados e um grande corredor com várias portas.
O menino segura uma das minhas mãos firmemente para me impedir de sair correndo.
Caminhamos direto para a última do porta do corredor, as minhas pernas estão dormentes, não sei se do frio ou do desespero.
O menino abre a porta delicadamente e me faz entrar primeiro. O ambiente não é inadequado como eu pensei que fosse, pelo menos, o vento gelado parou de bater no meu rosto. O quarto não tem nada de especial, assim como ele pediu, há apenas uma cama com lençóis brancos, um tapete cinza claro no chão e logo à direita a porta de um banheiro. A intensidade da luz do quarto é controlada por um interruptor logo ao lado da porta de entrada.
- Está pronto?- ele pergunta, deixando o ambiente com a luz fraca, mas sendo suficiente para me enxergar.
Não respondo a sua pergunta. Tendo abrir a boca mais uma vez para dizer que isso não passa de um mal entendido, mas fico sem fôlego, sentindo os meus pulmões arderem, ao ver ele tirando a sua jaqueta de couro olhando fixamente nos meus olhos.
Reparo detalhadamente no menino que está na minha frente. Seu rosto é bonito, com o maxilar bem marcado e o cabelo bem hidratado. Seus olhos são intensos e misteriosos, a sua boca é vermelha, quase como se estivesse usando um batom. Desvio o meu olhar para a blusa preta de manga cumprida marcando os músculos dos seus braços e logo abaixo meu olhar para suas coxas marcadas pela calça jeans preta.
Ele tira a blusa de frio e novamente subo o olhar para os músculos definidos em cada um dos seus braços, as tatuagens, seus ombros largos, seu abdômen. Ele com certeza não precisa pagar alguém para ter sexo.
- Bom...- sua voz interrompe meus pensamentos.-... Vamos logo com isso.
Seu corpo se aproxima do meu e nossa diferença de altura fica nítida, mesmo eu tendo 1,75 me sinto baixo perto dele. Na tentativa de fugir, dou um paço largo para trás e as minhas costas são brutalmente prensadas na porta, me fazendo soltar um gemido de dor perto do seu ouvido. Sinto os beijos molhados no meu pescoço e fico arrepiado, novamente não sei se é do frio ou do medo.
Não sei o que está acontecendo. Não consigo me mover um centímetro sequer. Os meus olhos estão estagnados na cama do quarto, mas é como se eu não estivesse olhando para o objeto. O meu inconsciente não consegue pensar. Meu corpo entrou em choque. Não sei o que fazer. Eu estou com medo e quero ir embora. Quero que alguém abra essa porta, que o lugar comece a pegar fogo, que o alarme do carro toque, qualquer coisa que me tire daqui.
- Está me ouvindo?- volto para onde estamos quando ele me chama.
- O quê?- falo, confuso, com a boca seca e o estômago tremendo de dor.
- Tire as suas roupas.
Sua voz parece ter experiência com esse tipo de situação. Ele se afasta de mim e me olha curioso, tombando a sua cabeça para o lado.
Tento imaginar no que ele está pensando, mas ao mesmo tempo lembro que porta está bem atrás de mim e me preparo para fugir.
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Fake Bitch • Jikook
FanfictionEm um dia qualquer da sua vida tediosa, Park Jimin é surpreendido com a atitude violenta e absurda da sua mãe que o força a se colocar no mundo carnal da prostituição, mas o que ele menos espera é se apaixonar por um de seus "clientes", um homem, cu...