Fake Bitch • Jikook

13- Não Vou Discutir

Jeon Jungkook

Acordo com dores em todo o meu corpo, minha visão ainda está meio embaçada e quando tento me levantar do sofá, eu quase caio. Minha cabeça sente uma pontada forte e a sinto girar, minhas mãos começam a tremer e começo a achar que estou com febre. Me sento de novo e espero os sintomas diminuírem.

Devo ter pego uma gripe essa semana. Desde aquele dia em que o Jimin quase perdeu sua virgindade com aquele cara estranho há pouco mais de uma semana, eu e ele fizemos um acordo: ele faz o seu trabalho normal até entrar em algum carro, depois eu os sigo e sempre me faço de bandido para fingir que estou os assaltando, assim, eu dou o dinheiro para o Jimin e o levo em segurança para sua casa. Mesmo com isso, ainda não consigo dormir, tenho que ficar de olho nele vinte e quatro horas por dia e ainda trabalhar ao mesmo tempo. Meu corpo deve estar cansado.

Porém nosso acordo o aproximou de mim, mas suas perguntas sempre o deixam cada vez mais desconfiado. Estou pensando em contar a ele que eu sou um hacker e ganho dinheiro com isso, mas não sei se ele vai cair.

Pego meu celular que está jogado no canto do sofá e leio as mensagens importantes e entre elas eu vejo algumas do Jimin.

Park Jimin: Oi, Jungkook, eu ainda te devo um almoço.
(08:30)

Park Jimin: E aproveitando que hoje é sábado a gente pode ir, se você quiser.
(08:30)

Sorrio com suas mensagens, eu não estava esperando por isso. Não acredito que ele ainda lembra.

Eu: Que bom que eu não tive que cobrar. Achei que você tinha esquecido...
(09:35)

Eu: Eu vou te buscar. 12:30 estou na frente da sua casa. Fique aí!
(09:35)

Deixo meu celular de lado, faço força para me levantar e sigo para o banheiro. Tomo banho e faço minha higiene com dificuldade, coloco uma calça e uma blusa de moletom.

Vou para a cozinha e preparo um sanduíche natural com queijo, tomate e alface. Passo um café e o tomo sem açúcar mesmo, se isso for uma gripe quero acabar com ela o mais rápido possível.

Meu nariz começa a trancar e mais uma vez minha cabeça começa a dar pontadas, meu corpo fica mole e sinto meus olhos se fechando. Começo a tossir sem parar e uma dor insuportável no peito aparece. Paro de comer e ando cambaleando até a sala e acabo caindo no sofá, logo fechando os olhos por completo e dormindo de novo.

-----

Acordo com o barulho do meu celular tocando e com o susto acabo caindo do sofá.

- Sim?- falo com a voz de sono.

- Jungkook? Onde você está? Estou te esperando há mais de quarenta minutos.

- Jimin? Que horas são?- pergunto confuso.

- São uma e quinze da tarde. O que aconteceu? Estava dormindo?

- Me desculpe, Jimin, eu não estou me sentindo bem hoje, acho que vamos ter que remarcar.- digo com a cabeça baixa mesmo sabendo que ele não me vê.

- O quê? Me sinto horrível. Eu vou cuidar de você.

- Não!- respondo rápido demais.- Não preciso de cuidados.

- Não vou discutir. Me mande seu endereço por mensagem. Tchau.- e ele desliga.

Esqueço minhas dores por enquanto e eu fico desesperado. Por um momento, não quero que  ele venha aqui, mas não estou em condições para sair de casa.

Antes de tudo, vou até o meu escritório e desligo todos os computadores, pego os papéis e fichas de algumas pessoas que antes trabalharam comigo e os tranco em uma das gavetas da escrivaninha. Vou para cozinha e a arrumo em questão de minutos, visto que nos últimos dias eu só compro comida pronta, vou para sala e tiro o pó dos móveis e depois vou até o banheiro e passo um bom tempo o limpando. Depois disso, dou uma bagunçada na minha cama para parecer que eu durmo em casa. Não quero que ele veja que eu fico o dia inteiro fora.

Deito no sofá de novo, pego meu celular e mando minha localização para Park. Não mandei antes porque meu apartamento é perto demais da casa dele.

-----

- Pensei que seu apartamento era mais longe. - ele diz enquanto entra pela porta.

Não deixo de reparar na sua bunda sendo bem marcada pela calça de couro preta.

- São três horas da tarde, você já comeu?-  ele pergunta, sentando junto a mim no sofá.

- Eu comi um sanduíche hoje de manhã.- digo. Estou nervoso, faz tempo que não recebo visitas.

- Ah, posso fazer uma sopa pra você?

- E você sabe cozinhar?- debocho dele.

- Espera pra ver.

-----

- Jimin, você está na cozinha há duas horas, está tudo bem aí?- falo com a garganta doendo.

- Sim, está tudo bem.- Jimin aparece com uma colher cheia de xarope.- Tome isso. Sua tosse vai passar rápido.

Assim eu faço, coloco o xarope na boca logo faço uma careta tirando um sorriso de Park Jimin.

- Esse foi o único remédio útil que eu achei na sua caixa, o resto estava tudo vencido.- ele ri de novo.

Ignoro completamente o que ele acabou de dizer e presto atenção apenas no quão próximo seu rosto está do meu. Tento me afastar, mas ele se aproxima e estranhamente eu não me importo. Assim que vou agradecer pela sua ajuda, Park interrompe minha fala quando junta seus lábios aos meus.

*****