64- Bebezão

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Kim Taehyung

Eu pensava que ele fosse mais alto pessoalmente.

Park Jimin nos guiou até a sala mal iluminada e se sentou na única poltrona enquanto eu o Jungkook nos sentamos lado a lado no sofá maior.

Encaro o loiro com toda a força que tenho e tento enxergar nele o que o Jungkook enxerga.

Ele não tem nada de interessante. Não acredito que o Jeon está disposto a lutar contra uma máfia inteira por esse menino sem tempero.

Vejo o Jungkook segurando as mãos dele e fico com nojo na mesma hora.

Arrumo a minha postura e ajeito o olhar, encaro novamente essa coisa loira na minha frente e percebo que ele fica incomodado com a minha presença. Sorrio internamente satisfeito com o efeito que causo.

Desvio a minha atenção dessa cara de choro que vejo e percorro os olhos à decoração da casa. Muito bonita e elegante. Não tem nada a ver com Park Jimin. A sua mãe tem bom gosto.

- Jimin, por favor...- Jungkook implorando mais uma vez a esse menino me chama atenção.- Temos horas, até mesmo minutos, antes de o hospital ligar para o meu pai avisando que eu não estou mais lá...

- Não.- interrompo a conversa.- Temos horas, até mesmo minutos, antes de o Sr. Jeon autorizar a caça.

Dou ênfase na palavra "caça" para assustá-lo. Fico feliz por ter dado certo.

Reviro os olhos quando Park Jimin abre a boca para falar mais uma vez que está muito triste, que não esperava que o Jungkook fizesse isso, que ele o machucou muito... blá, blá, blá...

Eu juro por deus que não suporto olhar para a cara dele e agora ele me deixou com nojo da sua voz. Ele tem Jeon Jungkook aos seus pés e não dá valor para isso. Ele tem noção que o Jungkook está estupidamente arriscando a vida por ele? Idiota!

Sinto um aperto no peito quando lembro das sensações de ter o Jungkook assim. A maior diferença entre mim e esse loiro é que eu jamais o deixaria se humilhar desse jeito.

Mas não me deixo levar, tento manter a calma e o profissionalismo, estou aqui para negócios.

Me levanto com calma para não chamar atenção, seguro firme a minha bolsa e ando lentamente até a cozinha. Assim que chego no cômodo separado por uma parede de gesso no centro de duas passagens, vejo que Jung Hoseok fica tenso por me ver de perto.

- Acho que o nosso plano de mantê-los afastados não está dando tão certo.- digo.

- O que está acontecendo, Taehyung?- Hoseok é direto.

Não gosto nem um pouco do seu tom de voz. Me aproximo e fico de frente para ele a poucos centímetros do seu corpo.

- Nada além do que você precisa saber, Sr. Jung.

- Você prometeu que nada aconteceria com o Jimin.

- Eu não toquei no Jimin.- falo baixo o suficiente para a nossa conversa não ser ouvida pelo Jungkook.- Fique tranquilo que a minha parte do acordo eu estou fazendo.- me irrito.- Eu só esperava um pouco mais de você.

- Toda vez que eu tento algo, o Jimin se esquiva.- ele me dá uma desculpa. Percebo que as suas mãos começam a tremer de nervosismo.- Olha, Sr. Kim, eu não sei se consigo mais seguir em frente.

- Do que está falando? A sua mãe precisa dos remédios que eu lhe forneço. Não é hora de andar para trás, Sr. Jung.- chego mais perto.

- Eu...- seu olhar fica baixo.- Eu não quero mais me envolver seja lá no que for.

Aperto com força a alça da minha bolsa e fecho o punho da outra mão. Fico irritado, mas me lembro que Jung Hoseok não é lá uma peça tão importante, eu apenas vi nele uma oportunidade, e eu vivo de improvisos. Não é isso que vai me derrubar.

-Tudo bem.- respondo depois de respirar fundo.- Mas você sabe o que vai acontecer se alguém descobrir a nossa coparticipação, ou vou precisar repetir?

- Ninguém vai ficar sabendo. Sr. Kim.- finalmente ele olha para mim.

- Ótimo. Agora lembre-se que você está fora disso e não tente dar um de espertinho. Não tente descobrir cosias e conseguir informações sobre o que está acontecendo...- falo calmamente para ele entender todas as palavras.-... porque eu não quero que você seja uma pedra no meu sapato, Sr. Jung. Eu sei me livrar muito bem dos meus problemas.

- Sim, senhor.- usa voz sai trêmula.

- Obrigado pela colaboração.

Digo e viro as costas para ele, começando a andar de volta para a sala.

- Espera!- ele me chama baixinho e coloca a sua mão no meu ombro para me impedir de continuar a dar os passos.- Mas você ainda não vai encostar no Jimin, né?

Não seguro o meu sorriso.

- Nós não temos mais um acordo, Sr. Jung. Se eu quiser encostar no Jimin, eu assim o farei.- falo olhando nos seus olhos.- Agora fique fora do meu caminho.

Não dou espaço de tempo para ele rebater e saio andando até o sofá da sala apreciando a cena de Park Jimin chorando. Parece um bebezão. Ele me irrita tanto.

Eu vou fazer de tudo para proteger a vida do Jungkook e a partir de agora eu não estou preso a um acordo. Posso usar a imaginação caso precise.

*****

❤️

Fake Bitch • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora