24 | Batimentos Cardíacos

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NOAH

Os nossos horários estavam trocados. Por volta das seis horas da tarde acordámos da nossa pequena "sesta" de apenas sete horas. O meu telemóvel não parara de tocar durante todo este tempo.

Espreguicei-me, encontrando o corpo da rapariga ao meu lado ainda adormecido. Decidi acordá-la para comermos algo. Sorri, quando me lembrei de momentos anteriores e do seu rosto em pura excitação, que só eu lhe proporcionei. Sei, no entanto, que tudo isto é novo para ela, e que a nossa caminhada será progressiva, mas lenta. Cada coisa a seu tempo.

Como ela estava demasiado preguiçosa, decidi pregar-lhe uma partida. Envolvi o seu corpo num lençol solto da cama, e ela gritou em desespero, pelo susto que lhe foi causado. Tentou libertar-se dos meus braços, mas fora em vão. Quando dera por ela, já ambos estávamos por debaixo do chuveiro a retirar as impurezas do nosso corpo.

– És um parvo! – ela resmunga, batendo no meu peito.

– Que tu gostas – deitei-lhe a língua de fora, e não espera que ela me provocasse daquela forma, ao trincar-me aquela zona e o meu lábio inferior. – A água está a ferver! – desviei-me quando ela mudou as temperaturas da água.

– Eu gosto assim, querido – ela tapa a sua boca, arrependida pelas suas palavras.

– Não fiques assim, sabes perfeitamente que não fico incomodado com essas coisas – coloquei-me debaixo de água, e como se de um pequeno bebé me tratasse, envolvi o seu corpo, abraçando-o como forma de conforto.

– É tudo muito novo para mim. Nem eu própria sei onde vou buscar a coragem para dizer estas coisas – sorri, fraca. Ela pega no frasco do seu champô espalhando, tanto no meu, como no seu cabelo.

Entre muitas gargalhas e alguns beijos, finalmente estávamos de banho tomado e poupáramos tempo a ambos. Vesti algo confortável, não tencionava sair de casa hoje. Estava demasiado acomodado ao meu lar e a não fazer nada hoje.

A campainha tocou de forma sucessiva, e quando ia abrir, uma chave entra em contacto com a fechadura e o metal revela o meu segurança com uma expressão preocupada e assustada.

– Bons olhos o vejam, menino! – ele parece tentar acalmar a respiração. – Estava a ficar preocupado – suspira. – Ainda mais preocupado! – refere, e aí o telefone de casa toca. – Noah, a Evelyn está cá? Precisamos de toda a ajuda possível. – as suas frases implícitas estão a amedrontar-me.

– O que se passa, Sr. Porter? – Eve vem ter connosco, com o aparelho eletrónico na mão e uma chamada de Nora como não atendida.

– Menino, menina. Receio que não seja uma notícia boa – ansiosos, pedimos para que Henry nos dissesse, de uma vez por todas, sem mistérios, o que havia acontecido. – Sigam-me. – Assim o fizemos. Ele abriu o pequeno portão com o código e saímos do local quase isolado.

O ambiente que vivemos em seguida não fora nada que algumas vez nos passara pela cabeça. A apenas duzentos metros da minha casa, duas ambulâncias e várias pessoas rodeavam algo. Conseguia ver-se, perfeitamente, dois carros que entraram em choque frontal. Ouvimos um choro, gritos de desespero, e os meus batimentos cardíacos aumentaram devido á minha sensibilidade perante estas situações.

Uni a minha mão com a de Evelyn, com alguma força. Um dos carros parecia ser-me conhecido. A parte frontal estava destruída pelo poste em que embatera. Outro carro estava frente a frente ao modelo azul escuro. A cada passo dado, era ouvido choro de crianças e distinguia-se um choro desesperado de um adulto.

– Por favor, ajude-o! Os meus bebés precisam de um pai – nesse instante, paralisei de imediato, tal como a, agora, morena que segurava a minha mão, a qual apertou com mais força. Os seus olhos tinham água presente, tal como os meus. Já pensava em tudo...

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