28 | Aconteceu

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[Editado - 25/07/2017] 🙉

NOAH

– Eu confio em ti – ouço-a sussurrar baixinho, o que me leva a encará-la com as bochechas bastante coradas e o olhar repleto de brilho.

Não sei bem como responder à sua confissão; só tenho certezas de uma coisa – proporcionar-lhe toda a vida que ela perdeu em todos estes anos onde os sonhos se escaparam das suas mãos. Eu não vou deixá-la escapar das minhas.

– Eve – os seus olhos azuis estão bastante mais claros que o normal. As suas pupilas dilataram. – É algo muito especial para ti. E para mim. Obrigado por confiares em mim – um sorriso cresce e alarga-se pelo seu rosto. – Mas... Tens a certeza? – eu sei que, acima de tudo, quem deveria ter dúvidas seria ela, no entanto, eu não quero magoá-la de nenhuma forma.

– Esperei pelo momento certo. E aqui estou eu, a viver pela primeira vez a experiência de estar apaixonada, de um amor a que nunca tive direito. Casada com um homem demasiado bom para ser de verdade. Que mais poderia pedir eu? – as suas pequenas mãos dirigem-se até à minha face, e ela acaricia a pequena barba que ia crescendo à medida do tempo.

Um amor para a vida toda? – questiono, meio sincero meio que na brincadeira. Não deixo que ela processe totalmente a informação e trago-a até mim, para se sentar sobre as minhas pernas, no chão, logo após Eivey ser pousada com delicadeza do nosso lado.

Coloco as madeixas do seu cabelo para o lado, criando um contacto visual intenso. Ela mordia o lábio e eu tentava não ceder tão rápido assim. Quero que ela se sinta no seu pleno, bem com ela própria, confortável. Pretendo dar-lhe tudo aquilo que ela deseja nesta nova fase que ela quer introduzir na sua vida.

– Amor – eu murmurei, quando senti a sua respiração quente contra o meu pescoço, e em seguida, os seus lábios. O ser humano tem necessidades biológicas como todos os outros animais. E o facto de já terem passado mais de sete meses não ajuda ao autocontrolo. Ainda para mais quando ela faz isto. – Este jogo não se joga assim... – colei os nossos lábios em seguida, e Eve, surpreendida, demorou ainda em ceder.

Pelo caminho até ao meu – ou nosso? – quarto, deixámos Eivey na sua nova cama de forma aconchegada. A porta foi fechada com alguma força e a rapariga quase morena deixou escapar um riso nervoso. Estava a começar a sentir a sua tensão e ansiedade quando as minhas mãos percorreram de forma gentil o seu corpo por debaixo do meu. Ela usava uma camisola bastante larga e umas calças que foram fáceis de remover do seu corpo.

– Prometes-me uma coisa? – eu fixei-a com o meu olhar mel. Em resposta, ela apenas acenou que sim repetidamente, já com a sua respiração bastante acelerada. – Se não estiveres bem, diz-me sim? – Evelyn selou os seus lábios contra os meus e não houve mais palavras trocadas – apenas respirações ofegantes que se intercalavam.

Por mais cuidado que se tenha, ou se façam pequenos carinhos para abstrair da dor, fazer amor pela primeira vez nunca se é completamente bom para a mulher. Eu vi no seu rosto, eu soube logo que precisava de parar. Então, eu deixei que o nosso momento fosse evoluindo de forma lenta até que o nível de exaustão chegasse a extremos.

____________________ Manhã, Nova Iorque ________________

Adormecemos como viemos ao mundo. Após ela se aconchegar a mim, adormeceu em segundos. Neste momento, o seu lado da cama está vazio e eu pergunto-me onde estará ela. O despertador não tocou hoje – era sábado.

Ouvi um grito ecoar por toda a casa e rapidamente me enrolei no lençol para perceber o que se estava a passar. O meu coração começou a bater bem rápido. Era feminino, e se Evelyn não estava no quarto, só poderia ser ela.

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