Capítulo 29 | Amor

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{n/a: demorei imenso com este capítulo e peço desculpa por isso. tem-me sido bastante difícil voltar a entrar no ritmo da relação deles depois de ter escrito aqueles capítulos que apaguei. para quem ainda não leu, o final do capítulo 28 está diferente (como é obvio)

daqui para a frente ainda terei de decidir se o rumo da história vai ser igual ou diferente, de qualquer das formas tentem esquecer o que aconteceu, ok?

boas leituras e beijinhos! até breve <3 }


EVELYN

Pouso os pratos na bancada, à medida que vou diminuindo a temperatura do cozinhado praticamente pronto. Decidi experimentar uma receita completamente nova e espero não ter falhado. Passava das sete horas da noite e Noah não havia chegado. Começava a ficar preocupada dada as suas políticas de horário de trabalho e ele não estar a cumpri-las.

Sinto um leve arranhar nas minhas pernas e Eivey é que o faz com a língua de fora. Com pouco mais de uma semana já anda de um lado para o outro, mesmo que caindo constantemente. Esta pequena cadela foi das melhores coisas que apareceram nesta nova fase da minha vida.

– Queres água, amor? – pego nela e levo-a até à sua zona num dos cantos da cozinha onde ela bebe água animadamente. Logo depois encontro um dos seus brinquedos no chão e ela logo deita a sua língua fora. Atiro-o para a sua pequena cama e ela, ao invés de brincar, deita-se, bastante sossegada no seu cantinho.

O trinque da porta avisa-me da chegada de alguém. Reconheço a voz de Noah, e a partir da cozinha consigo ver que vem sozinho, mas a falar consigo mesmo. Leves resmungos causam-me baixos risos ao ver que até a prateleira na entrada o estava a incomodar. Quando entra em casa vem ter comigo e muda completamente a sua posição para um sorriso longo no seu rosto e beija os meus lábios suavemente.

– O jantar está pronto? – assinto. – Preciso de ir até ao escritório primeiro. Assuntos urgentes para resolver – noto a tensão tomar conta do seu corpo de novo e ele dirige-se à divisão.

Distraio-me a ler um capítulo de um dos livros que adquiri mais recentemente. A certa altura volto a ouvir a sua voz, desta vez mais fina. Os resmungos regressaram mais alto e leves gargalhadas acompanham-nos. Devo preocupar-me?

Aproximo-me da porta e as teclas do seu computador ouvem-se deste lado. – Nunca pensei vir a fazer isto, sinceramente. Que profissionais – de novo, resmunga mais alto. Decido então entrar e perceber o porquê de se encontrar daquela forma. Nunca o tinha visto assim. Já sem casaco e gravata continua a teclar com uma certa velocidade e encara sério a tela do computador. – Só mesmo isto para me tirar do sério. Caramba! – e com certa raiva tecla um último Enter antes de cair sobre a cadeira.

– Noah – aviso sobre a minha presença. – Está tudo bem? –

– Tudo ótimo – força um riso, mas eu continuo a minha caminhada até ele. Olho-o e quase posso dizer que capto todos as suas energias interiores. – Nada ótimo. Um dia do caraças – dou a volta à cadeira de pele negra e coloco a minha mão sobre os seus ombros, iniciando dessa forma uma pequena massagem.

– Podes continuar – incentivo e sinto-o relaxar, mas não totalmente.

– Logo de manhã, num das reuniões houve discussões e mais discussões. Terminou quando duas secretárias puxaram os cabelos uma à outra. Falava-se de incompetência no trabalho e olha a ironia. Pareciam pior que gatos assanhados. Fui almoçar e até deu para acalmar os ânimos lá na empresa, mas mais reuniões se seguiram e opiniões discordantes. Desta vez foram dois dos funcionários dos recursos humanos que queriam mostrar qual deles o melhor. Que dia de loucos – continuei a encaminhar as minhas mãos, desta vez no seu peito. – Estava agora mesmo a escrever os seus processos disciplinares e amanhã tenho de falar com todos ali presentes. –

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