Capítulo 2

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"Agora estou perdido na distância e você está me olhando como um estranho. Porque agora pra mim parece que nada pode nos salvar."
The Wanted - Show me Love


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     Suporto um grito entalado na garganta ao sentir o ardor do líquido fervente chocar-se conta minha pele.

  — Dios — o toque de meu quase assassino me trazem a tona à realidade — Fique calma, por favor.

Encaro seu rosto e preciso de uma certeza que não estou delirando pela pancada; mas era inevitável não reconhecê-lo, mesmo que o tom verde água de seus olhos estejam misturados a faíscas vermelhas, contrastando com pálpebras muito inchadas. Como ele deve ter chorado!


— Fique tranquilo — acalmo — Estou bem.

Ele me ajuda a ficar de pé e não posso evitar o esboço de um sorriso; me sinto quase covarde por mostrar-lhe os dentes ao recordar o que ele estava vivenciando.
Fedia a tequila e cigarro e é claro que um Dybala sóbrio, não andaria por aí atropelando pessoas.

— Você tem certeza? — enfia às mãos no bolso da jaqueta e analisa o provável corte em minha testa, que arde feito uma porra.

Ao invés de responder, só consigo encarar seus cílios molhados.

— Você está? — me sinto curiosa.

Obviamente não é como se fosse de muita utilidade perguntar a pessoas que acabaram de passar por um baque se elas estão bem, é retórico.

Envergonhada, me corrijo.

— Você não precisa responder isso!

Me agacho para pegar meus pertences e sinto uma dor aguda no peito ao ver a tela de meu celular em pedacinhos.

Preciso piscar repetidas vezes para abafar a minha vontade de chorar quando vejo a tela de meu telefone apagada. Liga. Liga. Liga. Aperto o botão repetidas vezes, mas a pancada no aparelho causou danos. Quebradiços visíveis. Nem mesmo me importava com arranhões ou uma camisa manchada, todas as minhas pesquisas e textos e fotos desde o falecimento de meus pais estavam naquele aparelho retangular, agora completamente destruído.

"Você quer que eu te leve a um hospital?" Ele pergunta, tocando sua mão em meu rosto e têmporas para fitar as pequenas escoreações. Doem um pouco, mas, nada grave. "Isso pode inflamar" retruca meio nervoso.

"Eu estou bem!" Afasto-me de seu toque, convicta do que digo. Mas não tão certa sobre ele. "Obrigada pela preocupação. Mesmo assim."

Ele olha pra mim com os olhos ferventes, sinto-me nua a seu olhar. De uma forma estranha. Completamente exposta em vista das órbitas esverdeadas.

KATRINA | DYBALA ✨ Onde histórias criam vida. Descubra agora