KATRINA | DYBALA ✨

4: devasted

"Apesar de eu estar destruído, meu coração ainda é intocado."
One Direction - Story Of My Life

Melbourne, Austrália.
- 8 dias pós coletiva.

Estou tão entorpecido com tudo o que acontece que acabei dormindo, durante horas. Mais do que eu devia.
Quando acordo, o avião já estava pousando e os jogadores agarravam mochilas presas nos porta-malas acima de nossos bancos e os pertences leves que levavam consigo.

- Quão bom é vê-lo! -Angel Di Maria para no meio do corredor ao me ver levantando. Envolve o meu corpo num abraço caloroso. - Le dije a mí mismo que usted era más fuerte que todos piensan."

Completa, com o seu vicio de misturar línguas que jamais iria mudar. Acho que estou meio bobo, pois não consigo pensar em algo o bastante para lhe responder.
Eu queria ser mais forte do que os outros pensam, mas não sou.
Só que Di María vê isto em mim, e acho que pela primeira vez eu sinto que esta viagem vai me fazer bem.

- Depois nos vemos! -retruca quando sai do avião acompanhado do Icardí, que me dá um breve aceno.

Sinto um tapinha no meu ombro, quando chego na pista de pouso, viro apenas para ver o Léo Messi caminhando do meu lado. - Buena Suerte, Mask.

Ele sempre foi meio tímido e eu acho que mesmo que não fosse eu não esperaria uma destas frases prontas que todos estão me dizendo vindas do Lionel. Ele é sincero demais para que precise forçar uma destas coisas para fazer alguém se sentir bem. Ouvi-o dizer uma vez que precisamos lutar as nossas batalhas sem que ninguém saiba. Está me dando este tempo agora, para que eu venha travar a minha batalha. Então ele prefere não tocar no assunto, como os outros fizeram, continua me tratando como se nada tivesse acontecido e penso que isto me faz idolatra-lo um pouco mais.

Não escondo meu fanatismo a sua frente. Vivi para presenciar Maradona, e agora o Lionel. - Acho que vou precisar de sorte se quiser competir com você. -digo, sem esconder que o idolatro.

Eu era reserva de ninguém menos que o melhor jogador do mundo. Ter sorte era o que eu mais precisaria se quisesse jogar. Apesar, que, estamos falando do Messi, e eu até que me contentava em morar no banco para ver este cara jogando na nossa seleção.
Nem mesmo sei se resistiria a toda a pressão que as pessoas põe em cima dele. Ao menos resisto a mídia que põem em mim.

Ele parou de andar e agora está olhando para mim. - Seu acessor não te contou? -Ele me encara com seu jeito um tanto lento.
Balanço a cabeça negativamente. Eu nem mesmo tenho um acessor.

- Você entrou no esquema-tático de Sampaolli. -coloco a mão na boca ao ouvi-lo. - Será titular, Paulo.

Não consigo descrever minha felicidade ao ouvir tal notícia, ainda mais a sair dos lábios de Lionel. Em meio ao caos, sinto minimamente feliz.
Os jogadores espersaram-se pelo aeroporto, e, por fora posso vizualizar luzes flamejantes pipocarem.
O Lionel me deixa e sai em direção aos seguranças que esperam ali exclusivamente para ele.

- DYBALA! -eu paro ao ouvir meu agente gritar e segundos depois aparecer a meu lado. - Olhe, lembre-se que não é obrigado a responder nada deles. Pode passar direto, se quiser.

Balanço a cabeça, meio atônito. Sigo o seu olhar até a saída do desembarque onde os outros passaram e sinto minhas mãos soarem.
Queria que pudéssemos ir direto para o hotel, mas, através da seleção, somos obrigados a passar pela mídia, mesmo que eu odeie muito esta parte do meu emprego.