13: heartbreaker

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Estive pensando em você o dia inteiro
Esperando que você atendesse seu telefone, e sei que não quero perder seu amor.
Heartbreaker — Justin Bieber




Durante toda a minha vida eu coloquei em minha mente que o meu pai era superprotetor demais, e, que todas as vezes em que me mandava tomar cuidado com os homens era uma forma de auto me manipular; o que é normal entre todos os pais.
Mas agora vejo que o real motivo de tanta proteção era uma forma de me proteger.
Ter o coração partido é tão devastador quanto a dor da perda.
De certa forma, é uma perca mesmo.
A confiança se quebra, e junto a ela o coração também se releva ao vento em pequenos caquinhos.

Paulo Dybala é o causador deste furacão em minha vida, e mesmo que eu tenha interferido tal sentimento no início, foi impossível não o nutrir.

Eu já namorei antes. Brener e Jonas eram os seus nomes. Ambos os relacionamentos foram de pequena duração em meio aos quatro anos que passei na faculdade.
Nenhum término doloroso o bastante para partir o meu coração.
Paulo Dybala conquistou isso em menos de um mês. Com apenas um beijo. Um beijo.
Eu sou mesmo idiota por ter pensado que ele se interessaria por alguém como eu. Tendo garotas de todos os tipos aos seus pés. Garotas lindas, magérrimas, quase como modelos.

O tipo perfeito pra ele. Olho para a garota vestindo a camisa dele, a mesma que ele usava na noite de ontem e sinto algo em meu estômago se contorcer. Nunca pensei em sentir tanta raiva de alguém, mas estou sentindo.   "Dybala? Vamos, amor"

Eu sinto como se o meu órgão principal estivesse se partindo quando vejo aquela intimidade entre eles. Naquele instante, mais do que nunca, queria ter o poder de teletransporte. Queria e sumir de vista, para nunca mais vê-lo. Para que ele não se lembrasse da pobre garotinha tola que iludiu e magoou.


— Cara, o quê você ainda faz aqui?  —Ele grita para ela, suspira e inspira e emite algum palavrão inexpressivo contra o vento. — Eu realmente não quero terminar de foder com a reputação que não tenho, então, apenas vá embora. Por favor.

— Mas... O quê tivemos ontem.. Você...

— Sai logo daqui, garota!


Sinto medo de sua voz. Sinto algo ruim me atingir no momento em que ele grita daquele jeito. Por minha causa!
Ela está assustada, nervosa e não demora mais que alguns minutos até entrar na casa e reaparecer usando um microvestido dourado. O batom  meio borrado me causa pura repulsa por recordar daquilo que tive de presenciar. 
Eu deveria odia-lo. Eu simplesmente deveria ir embora e foda-se toda esta merda, mas, porquê eu não consigo? É como se eu fosse um ímã, e, ele, o objeto metálico que me fazia se aproximar. Um completo problema que eu sabia que iria ser ruim pra mim, mas continuava chegando perto.

— Você tem dinheiro para ir embora?  —questiona a senhora de rosto dócil, recebendo nada mais que um olhar de desprezo.    “Você não precisa sentir pena de mim. Isso não vai me levar a capas de revistas, então poupe-se, senhora. Caras como o seu filho eu tenho de sobra. Esse mimadinho cuzão que você criou não vai me afetar com essa merda."

Fico abruptamente surpresa com a resposta. Ela, a mãe do jogador pisca repetidas vezes antes de volta a encarar o idiota a sua frente; parece tão chocada como eu.

— Você... Dios!   —balança a cabeça, sentimentalmente.   — Eu não te criei nisso. Você viu aquilo? Você... Tudo o que eu queria era tomar um café com o meu filho mais novo, e tudo o que ganho vindo aqui é presenciar uma pobre garota sendo iludida por você, e, uma de suas piranhas me ofendendo.

— Eu não estou a iludindo, porra.   —ele quase grita, me fazendo murchar.  — Me diz onde ela está, mamãe. Droga, eu preciso mesmo falar com ela. Preciso explicar.

Não diga. Eu penso.

— Eu não tenho mais nada para fazer aqui!   —ela diz, ameaçando ir embora mas ele a puxa antes disso. Como já fez comigo, inúmeras vezes

— Você não entende, mamãe! —passa as mãos freneticamente sobre seu cabelo bagunçado, parece desesperado.  — Pra você, eu sou apenas o mimadinho filho da puta criado pela midia. Você não entende! NINGUÉM ENTENDE!

— Diga! Me diz o quê eu não entendo!

— Eu... Eu... —fecha os olhos, balançando a cabeça para um lado e para o outro.  — Eu estou tão desesperadamente apaixonado por essa garota, tão confuso, tão... Me sinto impotente. Nunca tive medo mas agora sinto. Medo de dizer isto a ela e estragar a sua vida com essa maldita fama, ou de...

— De quê, Paulo?

Está chorando. Chorando como eu. A pele esbranquiçada está tão vermelha que eu sinto vontade de correr.  — Tenho medo de dizer isto a ela e um dia depois ela sofrer um acidente, como Antonela... Eu não consigo, mamãe! Você não entende que eu posso acabar com a carreira dela? Eu... Ela não pode largar tudo por mim.

Surpresa, a mãe dele o abraça e põe a sua cabeça em seu pescoço, ninando ele como se faz a um bebê recém-nascido. Ele suspira e deixa que as lágrimas manchem a camisa da mulher.
Sinto algo se formar em meu peito. Dor, caos, angústia. Me sinto num abismo, prestes a cair.

Eu o amo. Me sinto tola, boba, frágil, e sou derrubada em lágrimas. Cada respiração ofegante baixa, por medo de que ele descubra que estou ali. Mas não aguento. Não aguento mais ficar naquele lugar tendo de viver naquela roda gigante de problemas. Paulo é uma roda gigantesca de problemas.

Tenho de me afastar. Com o máximo de força que posso, me arrasto por uns três carros ou quatro carros a frente, quando estou distante, correndo para fora daquele condomínio. 

KATRINA | DYBALA ✨ Onde histórias criam vida. Descubra agora