Novas formas de fazer o amor florescer

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O sol já começava a se pôr enquanto eu e Louis ainda estávamos juntos, sentados lado a lado em um dos lagos de água morna e cristalina que a ilha formava. Ele me olhava com a admiração e o fascínio de sempre, daquele jeito que eu havia descoberto ser apenas para mim e que, talvez, não fosse em decorrência de minha natureza, mas de todo o contato e carinho que tínhamos.

– Me diga, Harry, o tritão. – Ele brincou, abrindo um sorriso ao dizer. – Quais são suas novidades?

– Eu descobri tanta coisa, Lou! – Disse super animado e seu sorriso aumentou. – Eu era criança quando soube da história envolvendo um humano e uma sereia, então eu não lembrava de tudo, mas agora eu descobri tanta coisa e eu estou tão animado e tenho tanto a te mostrar e aprender. – Disse tudo em um fôlego só, fazendo meu sorriso aumentar conforme ia falando. – Eu posso ser como você! Eu posso ter pernas!

– O quê? Espera, o que foi que eu perdi? – Seu sorriso foi substituído pela confusão.

– Essa ilha é encantada, quando a sereia rogou a Afrodite que a ajudasse, pediu um lugar seguro, no qual eles pudessem se amar de verdade. Então, nas noites de lua cheia, ela ganhava aspecto humano, o que significa que ela tinha pernas e podia amar seu humano de verdade. Eu posso fazer o mesmo! – Deixei minha animação florescer novamente.

– Harry, nós já nos amamos de verdade. – Ele disse de forma doce, acariciando minha bochecha.

– Você não está entendendo, eu digo sobre a forma humana de fazer amor. – De repente as bochechas de Louis adquiriram um aspecto vermelho e ele se afastou visivelmente envergonhado.

– Ah, é sobre isso... – Ele disse meio sem jeito, rindo no final. – O que exatamente você sabe sobre o amor dos humanos?

– Nada. – Ri baixinho. – Não, na verdade, eu já vi alguns humanos fazendo aquilo que você fez comigo. – Ele fez uma expressão confusa e eu continuei. – Você encostou seus lábios em mim. – Suspirei involuntariamente, mas vendo que ele se calou, eu continuei. – Eu sei que não é muita coisa, mas você pode me ensinar. – Voltei a me animar. – Quero aprender tudo com você!

– Harry... – Ele voltou a sorrir docemente e levou sua mão a meu rosto, me trazendo a boa sensação de seu toque. – Você é tão doce, tão inocente, tão puro... – Então ele uniu sua testa à minha. – Eu odiaria te corromper com algo tão humano. – Disse com pesar.

– O amor não corrompe, Lou. – Eu expliquei, mantendo nossas testas unidas. – O amor une. – Peguei suas mãos com as minhas e enlacei nossos dedos para ilustrar minhas palavras. – E eu quero me unir a você. – Eu senti sua respiração acelerar e seu hálito quente acariciar minha pele, mas ele não disse nada, apenas permaneceu ali, com as mãos juntas à minha, os olhos fechados e as testas unidas. – Lou... – Ele abriu os olhos, olhando diretamente nos meus, fazendo com que eu me apaixonasse ainda mais pelo azul intenso, como o fundo do oceano. – Toque seus lábios nos meus.

Ele se afastou levemente, sorrindo de lado. Soltou uma de nossas mãos e a levou para minha bochecha, acariciando-a.

– Se eu te beijar agora, será para sempre. – Ele disse divertido. Então era esse o nome? Beijar era tocar os lábios? – Nunca mais vou conseguir deixar você partir.

– Então me beije, porque eu não vou para lugar algum sem você.

Acompanhei todos os movimentos de Louis enquanto ele erguia meu rosto com uma de suas mãos delicadamente em meu queixo. Senti meu coração acelerar e minha respiração fugir ao controle, mas era só uma conseqüência de tanta proximidade.

Mermaid - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora