Mermaid - Larry Stylinson

Você é a minha casa

– Oi, James. – Disse animado assim que me aproximei do barco. Ele recolhia as cordas e levou um leve susto, mas abriu o sorriso quando me viu.

– Que bom que apareceu, estava realmente achando que eu tinha te imaginado. – Ele disse rindo.

– Estou aqui, em carne, osso e cauda. – Ergui minha cauda para que ele pudesse ver.

– Vou sempre me lembrar disso. – Ele gargalhou. – Louis, você tem visita! – Ele chamou e logo meu namorado apareceu.

Tinha o cabelo bagunçado e mastigava alguma coisa, mas sorriu assim que me viu. Ao que parecia, ele tinha sentido tanta saudade de mim quanto eu dele.

– Oi, Harry. – Ele me cumprimentou abrindo o maior sorriso do mundo.

– Oi. – Disse tímido. Normalmente, nós nos cumprimentávamos de forma mais calorosa, mas não era o local apropriado e James ainda estava por perto. – Achei que ia querer um mergulho hoje.

– Com certeza. Você é a melhor carona que eu podia ter.

– O que é uma carona? – Perguntei confuso e ele riu.

– Carona pode ter muitos significados. – Ele explicou calmo e sempre prestativo. – Mas nesse sentido, uma carona é se oferecer para levar a pessoa a algum lugar.

– Eu quero te dar uma carona. – Respondi animado e ele riu.

– Espere só um pouquinho. Eu volto já. – Ele sumiu por um tempo e logo depois voltou vestindo apenas uma peça de roupa na parte de baixo e uma mochila nas costas. – James, eu volto amanhã.

– Ainda vai me contar aonde é que vocês dois vão, não é? – O homem loiro apareceu.

– Um dia. – Louis respondeu rápido e mergulhou em um belo pulo.

– Uau, digno de um excelente tritão. – Eu disse assim que ele reapareceu na superfície, alguns metros longe do barco.

– Não espalhe meu segredo... – Disse sério. – Mas eu sou uma sereia. – Gargalhou e eu revirei os olhos, realmente tinha achado que era algo sério.

– É mesmo? Então acho que deveríamos entrelaçar nossas caudas a noite toda, querida sereia. – Eu brinquei também.

– Seria uma honra entrelaçar minha cauda com você. – Sua voz soou mais provocativa e ele enlaçou suas pernas em minha cintura, unindo nossos corpos.

– É o meu maior sonho. – Devolvi e o beijei, afundando logo em seguida sem quebrar o contato.

O caminho até a ilha foi rápido mesmo com o fato de ter que emergir sempre para que Louis respirasse. Ele parecia gostar de estar em minhas costas, bem grudado a mim enquanto mergulhava o mais fundo e rápido que podia, pois sempre que emergíamos, ele tinha um sorriso no rosto e um milhão de perguntas, então eu também gostava de carregá-lo assim.

Deixei Louis na praia e mergulhei pelos túneis que cortavam a parte inferior da ilha, reaparecendo em nossa clareira a tempo de ver Louis trocar suas roupas molhadas por alguma secas. Uma visão absurdamente linda, já que eu o vi momentaneamente nu e por mim, ele poderia ficar assim para sempre.

– Eu fiquei muito mal por ele, de verdade. – Eu estava no lago, sentado e explicando a Louis a noite anterior. Ele tinha alguns instrumentos em mãos e mexia na tenda em que dormíamos. – O pior é que eu sei que Niall nunca gostou disso de não poder se apegar às pessoas. Ele adora Bobby, ele é o que vocês chamam de pai para ele, mas tudo o que pode receber de carinho é um aceno de cabeça e um tapinha no ombro quando termina uma missão. Isso o destroi, sabe? – Suspirei. – Agora tem o filhote. Hoje mesmo eu o peguei vendo de longe Maura ninar e ajeitar o ovo que ele produziu. Isso quebrou meu coração...