Rogo por uma interferência divina

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Era um dia ensolarado e quente, comuns à ilha, eu estava sentado sobre uma pedra, vendo Harry nadar em minha direção, ele estava sorridente e quando emergiu, pude ver sua barriga redonda onde nosso pequeno bebê se aconchegava e se preparava para o mundo. Eu sorri como nunca em toda a vida.

Mas de repente tudo se transformou, o sol sumiu, as ondas se tornaram violentas e passaram a jogar Harry em centenas de direções diferentes, como se o mar estivesse traindo seus instintos. Harry estava sendo sugado para longe.

Me joguei ao mar no mesmo instante, sem pensar duas vezes. Eu não sabia se conseguiria salvá-lo, mas morreria tentando.

Assim que estava totalmente submerso percebi o caos que estava ao meu redor: era escuro e gelado, com correntes de água me atingindo com força. Mas o pior é que Harry não estava em nenhum lugar.

– Aberração. – Ouvi uma voz conhecida, mas que eu não conseguia ligar a uma pessoa específica. – São todos aberrações.

Continuei a procurar Harry e nosso bebê no oceano, mas não importava o quanto eu tentava, eu só continuava sendo atingido pelas correntes d'água. O oxigênio começou a faltar e a voz cheia de uma perversão doentia continuava a repetir a palavra "aberração" como um mantra.

Uma forte corrente d'água me atingiu e eu fechei os olhos com força, então eu visualizei o rosto de Simon Cowell e de repente eu soube de onde conhecia aquela voz.

Abri os olhos rápido, querendo encontrar Harry e tirá-lo dali o mais rápido possível. E eu o vi, sendo puxado para longe de mim e à sua frente uma figura enorme se ergueu, era um humano esplendoroso, formado pela água, emanando um poder que eu nem imaginava existir.

Senti meu fôlego acabar, fui esmagado por uma corrente d'água e tudo escureceu.

– Louis! – Senti meu corpo ser chacoalhado. – Amor, acorda!

Abri meus olhos com dificuldade por conta da claridade e o vi. Harry estava debruçado sobre meu corpo, me olhando assustado, seus cabelos estavam soltos e caiam em grandes cachos ao lado de seu rosto, fazendo cócegas em meu rosto.

Vê-lo ali, salvo e comigo, fazia a cena ser ainda mais bonita. Eu estava aliviado.

– Bom dia. – Sorri e suspirei aliviado.

– Está tudo bem? Você não conseguia respirar, não acordava e eu não sabia o que fazer. Foi tão assustador... – Harry disse com a voz carregada de angústia.

– Está tudo bem. – Me sentei e o trouxe para meus braços, querendo tirar de mim aquela sensação ruim. – Foi só um pesadelo.

– Pesadelo? – Ele me olhou preocupado. – Sobre o que era seu pesadelo.

– É só um sonho, Hazz, não quero falar sobre isso. – O abracei mais forte.

– Des sempre diz que os deuses se comunicam pelos sonhos. – Sua voz diminuiu uma oitava e uma brisa forte soprou, fazendo um frio correr por minha espinha.

Abracei Harry mais forte em meu colo.

– Eu só estava cansado, amor. – Juntei seus cabelos com uma das mãos e tentei juntá-los em um coque, mas falhei e eles caíram soltos em seu rosto, fazendo-o rir. – Você é lindo. Eu te amo. Amo vocês dois. – Acariciei sua barriga.

– Nós também te amamos, papai. – Era tão especial quando Harry dizia essa palavra. – É papai, não é? – Perguntou confuso.

– Sim, papai. – Eu ri e o beijei, mas fomos interrompidos por uma gargalhada.

Mermaid - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora