Flores

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Editado: 18/01/2021 às 11h02

Déborah e Martin não queriam que o casamento fosse no Palácio de Verão a princípio, mas, olhando a decoração pela janela, eu vejo que essa foi a melhor escolha.

A ideia de fazer a festa de casamento em Solaria foi de Túlio que sempre teve carinho por essa propriedade da família. Por fotos, eu também achei muito bonita e, quando cheguei aqui cedo da manhã, tive certeza da beleza do lugar. Ainda não tive tempo de explorar a propriedade, faria isso na minha lua de mel que também seria por aqui por questões de segurança.

Acordei de madrugada para pegar a estrada e conseguir chegar às cinco da manhã por aqui. Desde então, fui submetida à todos os cuidados de beleza que tenho direito.

A comitiva de carros com seguranças do rei adentraram a propriedade e eu voltei para a perto da manicure agora que ela voltou do banheiro. Minhas irmãs faziam sua bagunça típica ao meu redor, minha mãe já encontrou defeitos na festa duzentas vezes e pretendia infartar antes do meio dia. Atipicamente, eu estava terrivelmente tranquila, não havia muito com o que se preocupar quando o seu noivo é o rei.

- Luciiiiiillie! - uma voz aguda gritou do corredor.

Em minutos, a cabecinha loira surgiu entre a parede e a porta com um sorriso sapeca nos lábios.

- Posso entrar? - perguntou todo educadinho.

- Vem aqui - chamei.

Quando entrou que percebi o buquê gigante em suas mãos, quase cobria todo seu corpo.

- É do meu pai - estendeu o presente.

- Ajudem aqui - pedi às minhas irmãs já que tinha uma mão sendo esmaltada.

Jasmine pegou as flores e colocou sobre a prateleira junto com maquiagens e outras bugigangas.

- Tem um cartão - disse ela.

- Depois eu leio. - respondi - Eu quero meu beijo - pedi virando o rosto na direção do menino.

Andrew pegou em meu rosto e deixou um beijo molhado na minha bochecha.

- Agora que vai morar com a gente, vamos brincar juntos todos os dias? - perguntou o menino.

- Todos os dias! - confirmei.

Ele ficou na ponta dos pés para enlaçar meu pescoço num abraço que só pude corresponder com um braço pois a manicure trabalhava em minha outra mão.

- Meu sobrinho Elias está brincando no jardim, por que não faz companhia para ele? - sugeri.

- Ele te adora, né? - comentou Dinah quando a porta foi fechada.

- Que criança não gosta da Lucillie? - indagou Jasmine em resposta.

Assim que as unhas ficaram prontas, eu fui até meu buquê de rosas conferir meu cartão. Respirei fundo perto das flores coloridas sentindo aquele cheiro gostosinho de mato e abri o envelope pequeno.

A letra de Túlio era típica de cartas antigas escritas com pena, com longas consoantes e vogais inclinadas para a direita como se ele não colocasse a folha reta em sua frente.

"Todas as minhas promessas continuam válidas.

Obrigada pelo seu sim.

Até o altar."

Ri do fato dele assinar com o nome completo abreviado como se fosse algum documento oficial.

Eu já usava o primeiro par de brincos que ele me deu e o colar de pedra transparente, não escolhi nenhuma outra jóia para o dia de hoje. Meu cabelo estava solto e bem volumoso. Não deixei que ninguém fizesse minha maquiagem, eu mesma fiz isso seguindo algumas inspirações que já tinha visto na internet.

LucillieOnde histórias criam vida. Descubra agora