Guerra civil

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Editado: 11/3/2021 às 14h32

Lá pelo fim da tarde, Matt abriu a porta do gabinete assustado, seus olhos quase saltavam para fora, as sardas de seu rosto até pareciam mais vermelhas.

- O chefe da Segurança Nacional quer falar urgentemente com a senhora, Vossa Majestade - ele disse rápido demais.

Pus-me de pé instantaneamente. Não é possível que fosse acontecer um ataque à Magnólia bem quando eu estou sozinha.

- Mande-o entrar! - disse exasperada.

O homem alto de porte atlético entrou na minha sala sem pedir licença, parecia tão alarmado quanto Matt e eu.

- Majestade, temos informações de um conflito armado se iniciando na Bélgica. Creio que não será possível tirar o rei de lá tão cedo.

Meu mundo caiu.

- A equipe de segurança e o Exército da Bélgica estão fazendo a segurança de Sua Majestade Real, mas a situação ainda é muito inicial para retirá-lo de lá - explicou.

- Explica melhor isso de conflito armado - pedi com a voz trêmula.

- O país belga tem seus próprios problemas, uma guerra civil explodiu por lá.

- Guerra civil?! - exclamei.

- Estão tentando derrubar o governo...

- Túlio está na sede do governo! - interrompi - Eu preciso... - gaguejei quase tropeçando em meus saltos - Onde está o ministro da defesa? Comandante-geral das forças armadas? Ministro das relações exteriores? MATTEUS! - gritei.

Todos que chamei apareceram, Theo também veio mesmo não sendo convidado e Matt apareceu com um copo de água com açúcar. Minha mão estava trêmula, eu tomei uns três daqueles copos com açúcar e nada me acalmava. Eu não tinha que estar passando por isso sendo tão inexperiente como rainha.

O ministro de relações exteriores explicou que os guerrilheiros não seriam diplomáticos ao permitir que Túlio saísse do país, porém eu não deveria me preocupar já que ele estava seguro. A questão é: Seguro até quando?

- Eu não quero Túlio o quanto antes, quero Túlio agora. Quero Túlio para ontem! - exigi marchando por aquela sala - Qualquer atentado à vida dele é um atentado à Magnólia. Nem que tenham que dar a vida de vocês para isso, vão tirar meu marido de lá. - ordenei me contendo para não chorar de desespero - Eu dou 24 horas para o rei estar dentro de casa antes que eu pegue um voo para Bélgica com uma bazuca na mão e o retire de lá do meu jeito. Não me desafiem, eu faço mesmo! - ameacei - Não olhem para minha cara desse jeito, vão fazer alguma coisa! Será que as forças armadas de Magnólia só servem para fazer trilha na mata!?

Minha cabeça ficou aérea por alguns instantes, talvez minutos, talvez horas. Tinha o fator de que, caso aconteça algo, Magnólia está nas minhas mãos, Andrew está nas minhas mãos, e só isso já era assustador, mas eu só conseguia pensar na segurança de Túlio. Tinha tanta coisa que não foi dita...

Theo abraçou meus ombros, minha imagem sentada no chão do gabinete da Divisão deveria ser deplorável.

- Vai dar certo. - ele disse meu ouvido - Eles estão fazendo o que você mandou, estão dando o jeito deles.

O toque de Theo explodiu uma bomba de choro em meus olhos, meus ombros sacudiram e ele me apertou mais forte.

- Eu também estou angustiado, Túlio é meu irmão... - ele lamentou - Tudo vai dar certo, ele não morreu quando a vida dele estava uma droga, não vai acontecer nada agora que ele tem que voltar para o Andrew e para você.

LucillieOnde histórias criam vida. Descubra agora