Carlo não sabia por que havia abraçado Roberta daquele modo, mas o conforto dos braços dela foi como um balsamo para sua alma dolorida. Ouvir de sua menina que ela estava doente. Gravemente doente tinha partido seu coração.
— Me desculpe Roberta — Ele disse se virando ainda sem querer quebrar o contato com ela.
Afagando o rosto dele, quase sem perceber ela disse:
— O que ha? Eu posso ajudar?
Sua preocupação foi tão sincera que acabou por tirar um sorriso dele. Os dois ficaram abraçados se olhando por um longo tempo.
Até que devagar ela se soltou.
— Desculpe se fui intrometida.
Segurando a mão dela, Carlo disse:
— Alissa está doente.
— Eu sinto muito, é grave?
Respirando fundo ele disse:
— Ela está morrendo.
Sem conseguir se conter, ela o abraçou apertado.
Roberta não conseguiu evitar, sabia que aquele abraço era um conforto pra ele, mas se sentia tão completa ali. Tão bem.
Carlo por sua vez estava profundamente grato por tê-la em seus braços. Roberta era um alento naquele momento pra ele. A dor que ele sentia era imensa. Como um pai pode lidar com aquilo? Com sua menininha doente e sem poder fazer nada era contra a natureza e ele se sentia desolado. Ele só conseguiu ficar abraçado mais apertado ainda com ela. Mesmo sabendo que era errado, que ela era sua funcionária, que ela era bem mais jovem do que ele e muitas outras coisas que deveriam impedi-lo de chegar perto dela, mas naquele momento só queria o conforto que os braços dela lhe traziam, só queria curar um pouco a dor que sentiu. Então juntos eles ficaram abraçados por um longo tempo até que sem graça Roberta começou a se afastar e disse:
— Eu... Me desculpe Carlo, não quis abusar, mas eu achei que você precisava desse abraço...
Ele a olhou dando um sorriso triste, ele apenas olhou e após um longo tempo deu de ombros e disse:
— Não se desculpe. Quem tem que se desculpar sou eu, mais agradeço muito, você não sabe o quanto foi importante para mim.
E passando por ela, ele se sentou no sofá e a convidou para sentar ao lado dele e começou a contar tudo que Alissa havia lhe dito. Roberta apenas ouviu sabendo que ele precisava desabafar e passado algum tempo ela se levantou e foi pegar dois copos de café, para eles.
Se levantando Carlo então deu por encerrado o dia e a convidou para tomar algo fora dali. Por mais que se sentisse tentada, e ela queria muito aceitar, disse não.
Já era demais se sentir atraída pelo chefe, então agradecendo com um sorriso se despediu dele e foi para sua mesa.
Ao vê-la sair, Carlo se sentiu péssimo. Roberta havia sido de uma importância enorme naquele momento, apenas por ouvir.
Desligando o computador, ele pegou a pasta e saiu
— Boa tarde Roberta e mais uma vez obrigado. Não demore a ir.
Sorrindo ela disse apenas:
— Tenha um bom descanso Sr. Sandoval.
Parando a meio caminho ele se virou dizendo:
— Carlo. Me chame assim, eu prefiro.
Mais tarde naquela noite, enquanto tomava sua quarta dose de whisky Carlo se alterava entre pensar em Alissa e D
Roberta. Havia combinado com seus filhos de se reunirem para o café da manhã para discutirem a doença.
Já Roberta se revelava cada vez mais uma surpresa. Eficiente. Gentil e firme. E como ela era linda. Uma beleza que vinha de dentro e só fazia brilhar o exterior. Para um Homem de relacionamentos vazios com mulheres fúteis, ela era um bálsamo. E isso sendo apenas sua assistente. Se fossem mais...
— Pare de fantasiar Sandoval. Ela é jovem e você está velho o bastante para tentar algo...
Em casa naquela noite, Roberta não conseguia parar de pensar no chefe. E em como havia sido bom estar em seus braços. Ele era um homem justo. Um chefe eficiente. E ela amava trabalhar para ele. Com ele.
Como ele estaria?
Agindo por impulso pegou seu celular e acessou a aplicativo de mensagens. E antes que perdesse a coragem mandou:
"Oi, como você está?"
Alguns segundos depois...
“Exausto”
Ela franziu a sobrancelha ao digitar...
“Desculpe, não quis incomodar”
E colocou o celular no travesseiro.
O barulho de uma nova mensagem lhe tirou dos devaneios
“Você não é um incômodo. Na realidade é mais como um presente”
Ela leu a mensagem duas vezes antes e sentiu o rosto esquentar.
Prendendo a respiração Carlo aguardou uma resposta dela...
O tempo passou e ele achou que havia ultrapassado o limite quando seu celular tocou.
Cauteloso abriu a mensagem:
“Fico feliz por saber disso. Nunca fui um presente”
Sorrindo ele digitou:
“És um belo e adorável presente Roberta. Nunca te esqueças disso”
Sorrindo ela abriu a mensagem dele e suspirou...
Enviando em seguida:
“Não me esquecerei. Mas talvez nem sempre lembre”
Carlo sorriu e escreveu:
“Então precisarei te lembrar. Tenha bons sonhos encantadora”
Ela sorriu ao responder:
“Teremos”
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MEU TORMENTO 03 - louco amor
Romance"Meu passado me condena" esse poderia ser facilmente o tema da vida de Carlo Sandoval, o patriarca da família. Bilionário, CEO, bom amigo, excelente papo, pai amoroso, porém ausente. O CEO sempre viveu para o trabalho e tendo ao lado belas mulheres...