Capítulo Dezenove - Cuidados

5K 653 81
                                    

Eita que eu espero que agora consiga postar, bem meninas vamos a mais uma parte do nosso casal…

Enquanto Betty estava na cozinha, conversando com a equipe e Demétrio, Carlos e Roberta foram para a academia fazer algum exercício, ou ao menos ele. Enquanto ela andava calmamente na esteira, após uma briga épica para conseguir ligar a mesma e não cair, ele levantava alguns pesos. O homem podia até ter alguma idade, mas tinha um físico e disposição invejável.

Carlo observava pelo espelho na parede Roberta caminhando na esteira, ela decididamente não era uma esportista, dada a sua postura, coluna curvada. Ele queria dizer a ela que acabaria com dor nas costas, mas uma massagem seria melhor. Voltando a atenção ao exercício não viu quando Roberta sem querer apertou um dos controles e o caos se instalou.

Ela tentava desligar a esteira e não conseguia, ao contrário, está acelerava cada vez mais. Em sua tentativa de desligar, acabou por derramar a garrafa com água que estava no suporte e sem conseguir acompanhar o ritmo, tentou sair a acabou indo ao chão.

Carlo se virou a tempo de ver que ela caia e largando os pesos, correu ao seu encontro, mas não há tempo de impedir que ela caísse.

Roberta sentiu o baque e quis que um buraco abrisse no chão e ela pudesse ser engolida por ele, se não bastasse as vezes em que fora desastrada, agora ela havia danificado um aparelho caríssimo. E Carlos deveria estar pensando que era muito estúpida.

Antes que pudesse levantar sozinha, uma par de braços fortes a ergueu, e ela se viu presa, enquanto com a voz ansiosa…

— Você está bem? Machucou algo?

Ele parecia tão genuinamente preocupado, que ela se sentiu menos envergonhada.

— Um pouco a perna e totalmente o meu orgulho. — Ela disse sem olhar nos olhos dele.

Carlo a fez erguer o rosto carinhosamente antes de dizer:

— Você vai me manter sob controle não é? Me preocupando a cada dia se você está bem.

Ela sorriu para ele e concordou:

— Eu acredito que sim, mesmo que não seja essa a intenção.

Carlo riu e a ajudou a caminhar até o sofá num canto. Depois ele foi até o frigobar e voltou com um pano e algum gelo.

Roberta olhou para a perna e viu que já começava a ficar um hematoma, após anos de machucados já deveria estar acostumada, mas não estava é duvidava que alguém se acostumasse a dor.

Ela viu quando ele colocou o pano com gelo em sua perna e gemeu no contato.

Após alguns segundos pressionando o gelo, ele tirou e analisou os danos, um hematoma arroxeado já estava presente. Lembrando de uma pomada própria para isso, ele a ajudou a ficar em pé e quando ela gemeu, a pegou no colo rumando para o quarto.

Roberta apoiou a cabeça no ombro dele e fechou os olhos, ele não tinha se dado conta que estava apenas de shorts e tênis, o peito desnudo. E ela estava amando os cuidados dele.

Entrando no quarto, ainda com ela no colo, ele a levou até a cama onde a colocou com extremo cuidado e foi até a cômoda na parede oposta e procurando por alguns segundos, achou o que tinha em mente e voltou para perto dela. Após pedir que ela deitasse, ele começou a passar a pomada enquanto massageava  área afetada. Roberta gemia levemente, de dor, por mais que tentasse evitar.

— Você não precisa fingir que não dói, eu consigo ver nos seus olhos.

Ela sorriu fracamente ao dizer:

— Não deveria doer, eu já caí mais vezes do que posso lembrar, mas dessa vez tanto meu orgulho quanto minha perna doem. Você deve estar me achando uma estabanada. E Deuses, eu acho que quebrei sua esteira!

Ela parecia tão triste que ele não resistiu, e lhe beijou com carinho.

— Sim, você é estabanada, mas não tem motivos para se envergonhar, acidentes acontecem, embora com você eles pareçam mais frequentes. E quanto a esteira, ela sobreviveu a Demétrio. Então você é moleza.

Ela quis perguntar o quão desastrado Demétrio era, mas o barulho de um helicóptero se aproximando o fez levantar e ir até a janela.

— Cara deve estar chegando, descanse um pouco amor, vou receber minha menina e depois volto para cá.

Ela concordou com a cabeça e se aconchegou aos lençóis, ligando a televisão procurou nos canais até achar um filme antigo. Na tela Casablanca. Ela se deixou embalar pela bela história de amor e acabou pegando no sono. Um sono o de cafeteiras, esteiras e copos se moviam atrás dela gritando: Destruidora.

Cara desceu do helicóptero e foi ao encontro do pai, sabia que ele estava preocupado, mas não pôde evitar notar que ele estava também mais relaxado, as linhas de tensão ao redor dos olhos haviam suavizado e ele vestia short, em plena luz do dia e fora da academia.

— Princesa, que bom que você veio — Ele a abraçou forte.

— Como se alguém lhe dissesse não.

Ele Riu antes de dizer:

— Fala a garota que aos 17 anos pulou de paraquedas mesmo eu tendo proibido, que participou de um racha,  que fez tatuagem mesmo tendo sido proibida.

Cara gargalhou, realmente ela havia sido uma rebelde. Mas havia mudado, não tanto, mas estava no caminho, ela pensou lembrando que ainda tinha as pás e os sacos estocados em casa.

Juntos eles caminharam até a beira da piscina, e ela olhou ao redor procurando por Roberta,  Carlos então lhe contou o que havia acontecido e ela pôde confirmar que o pai estava apaixonado, ele estava preocupado com ela, e seu pai nunca havia se importado com alguém de fora.

— Pai, vá ver como ela está e eu vou para o meu quarto me trocar e ver algo na cozinha para comer, Demétrio ainda está por aqui?

— Sim, ele e Betty, mãe de Roberta, estão na cozinha agora.

Ao ouvir que a mãe da namorada do pai estava ali, Cara se deu conta que tudo iria mudar. Sorrindo ela caminhou pelo corredor a caminho do quarto enquanto abria a caixa de mensagens e digitava:

"Ele foi fisgado. Finalmente" e selecionava 3 destinatárias. Sorrindo entrou no quarto enquanto longe dali, três mulheres abriam seus celulares e liam a mesma coisa, cada uma com uma reação diferente.

Carlo entrou com cuidado no quarto e viu que ela dormia, ficou algum tempo apenas a observando e pegando uma toalha, foi até o banheiro tomar banho, aproveitou para fazer  a barba e após vestir uma boxer, deitou com cuidado ao lado dela e colocando na CNN, a abraçou e assistiu ao noticiário. Roberta se aconchegou a ele que sorriu.

MEU TORMENTO 03 - louco amor Onde histórias criam vida. Descubra agora