Capítulo Trinta - Falsas Esperanças

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Carlo acordou e sentiu um corpo a seu lado, um sorriso brotando em seu rosto, se virando viu Roberta dormindo. Os cabelos espalhados pelo travesseiro, linda. Mesmo com alguma saliva seca no canto da boca.

Era ótimo ter uma mulher finalmente humana. Comum e verdadeira.

Ele sabia que tinha muita bagagem, muitas coisas a resolver, mas estava muito feliz pela gravidez dela. Pela nova vida que viria.

Ele olhou o celular e viu a luz de notificação acesa. Se afastando o pegou e o que leu o fez sentar.

Segundo o investigador, Adeleine estava em uma casa de repouso. Havia sido colocada pela irmã Madeleine anos antes.

Ele pediu o relatório por fax e dando um beijo suave em Roberta, se levantou, calçando os chinelos, desceu as escadas e foi até o escritório, ignorando que usava apenas uma boxer.

O documento já estava aguardando por ele. Ele o pegou e sentou a sua mesa, colocando seus olhos de leitura. Começou a ler.

Segundo o relatório, Adeleine havia sofrido um grave acidente de carro cerca de 20 anos antes. E então havia perdido suas faculdades. Ela havia sido internada pela irmã gêmea Madeleine, e não recebia visitas. Nunca, inclusive as visitas estavam proibidas para ela.

Ele fez uma ligação para seu advogado sem se importar com a hora. E o instruiu a tomar providências. Ele iria vê-la.

Nesse momento Roberta entrou no escritório. Descalça, usando apenas a camiseta dele. Carlo a viu entrar e se levantou indo ao seu encontro.

Sem comentar com ela o que havia recebido, ele a colocou sentada em seu colo abraçando-a logo em seguida.

Roberta sentiu a mudança nele mas não se preocupou. Sentia a pressão pela qual ele passava. E entendia.

— Quando você volta ao rancho?

Ele deitou o queixo no ombro dela ao dizer:

— Assim que resolver algumas coisas aqui que são necessárias e você se programar.

Roberta sorriu.

— Eu vou precisar conversar com mamãe, e pegar algumas coisas. E quanto a empresa?

— Vou lá ainda hoje ver como tudo está.

Ela assentiu e se acomodou no colo dele, bem no momento em que seu estômago resolveu dar sinais de vida.

Eles riram e foram para a cozinha. Onde ele lhe preparou Panquecas e depois segurou seus cabelos enquanto ela colocava tudo para fora novamente.

Horas mais tarde, enquanto Carlo ia a empresa, ela se dirigiu a casa de sua mãe. Onde teve uma conversa França com ela e juntas decidiram dar algum tempo a Liz, para então tentar reunir a família novamente. Mas não podia evitar o pensamento de que sua própria relação com a mãe estava alterada. E não de uma boa forma.

Enquanto se dirigia a clínica, Carlo pensava que o dinheiro comprava tudo. Ele havia conseguido uma visita a Adeleine.

Assim que passou pelo diretor que não sabia o que fazer para agradá-lo. Foi levado até o jardim.

De repente ouviu um barulho atrás de si e ouviu a voz que jamais imaginara ouvir.

Parada as suas costas uma mulher o olhava assombrada. Os cabelos curtos apreensivos.

— Carlos.

Ele a ouviu e viu o reconhecimento passar por seus olhos.

— Madeleine.

Ela parou e o olhou...

— Adeleine.

E como se despertasse de um sonho deu um grito desesperado:

— Meu bebê! Minha pobre menina... Eu a matei...

E desmaiou.

Carlo chamou por socorro e exigiu uma explicação. Soube do acidente, e que após se recuperar do coma, ela havia entrado em um estado de letargia e depressão profunda. Não se lembrava de nada anterior de sua vida. Nome, família, nada. E fora internada pela irmã. Com o passar dos anos ela havia começado a falar sobre uma filha, o que fora rebatido pela irmã, como sendo devaneios causados pela aproximação com a filha da mesma. E o caso foi tratado como delírio. E esquecido até mesmo por ela, com o passar do tempo.

Ele aguardou que ela acordasse, e se acalmasse. Então a pedido dela, contou sobre sua menina. Pedindo sua ajuda.

Adeleine chorou, se desesperou e após ela se acalmar concordou e logo em seguida voltando ao seu mundo colorido.

A ele só cabia esperar. Enquanto voltava para casa ele só pensava em como lidaria com a verdadeira Adeleine. Ela pagaria por tudo que fizera.

Roberta o aguardava em casa, e quando ele chegou desceu, pegando a bagagem dela e a aguardou entrar no carro. Não sem antes notar na janela, a cortina ser puxada. E notou ainda mais a reação dela. Roberta estava em silêncio. E assim permaneceu.

Eles comeram em silêncio confortável e subiram para a sala de cinema. Assistindo um filme. Quando o telefone dele tocou.

Assustado pela hora viu que era Kyle.

— Kyle?

Silêncio do outro lado...

— Ela entrou em coma.

MEU TORMENTO 03 - louco amor Onde histórias criam vida. Descubra agora