MEU TORMENTO 03 - louco amor

Capítulo Vinte e Cinco - Despedida

No fim daquela semana, Carlo precisaria viajar, ir até o campo, mais precisamente ao rancho de Vitor. Roberta havia recusado o convite para ir junto, alegando que Betty voltava naquele mesmo dia. Ele não gostou muito da ideia de ir sem ela, mas era uma necessidade, Alissa era uma necessidade naquele momento.

Então eles passaram cada momento juntos, incluindo todas as noites. Ele não via a hora de tornar tudo oficial. Mas sabia que ainda era cedo, ela não estava preparada para a carga que ele trazia. Eles foram ao teatro, ao cinema, fizeram piqueniques, jantaram fora, em casa e fizeram amor todas as noites e a cada manhã. Na empresa também se refletiu os bons momentos, ninguém saiu chorando da sala dele e nem desviou o caminho quando ele passou.

Até Vader colaborou e fez café divinamente bem. Odete por outro lado, estava cada vez mais enferma. Roberta não queria ceder, mas sabia que os dias áureos de sua caminhonete estavam no fim.

O sábado chegou muito rápido e com ele o momento de se despedir. Ele a deixou em casa, e após muitos beijos e carinhos partiu.

Roberta então começou a limpar a casa, logo sua mãe chegaria. E por certo não viria sozinha. Ela lhe contara que César e Cara já haviam partido do iate após algumas brigas e reconciliações. Cara sorria.

Ela arrumou tudo e fez um almoço leve, o estômago não se sentido muito bem. Então melhor não forçar. Ela havia comido muitas coisas nos últimos dias, sobretudo abacaxi com creme.

Enquanto aprontava uma salada o celular tocou e pegando-o viu que era Carlo. Atendeu com um sorriso bolo no rosto.

— Estou com saudades — Ela disse

Ele sorriu.

— Eu também, tem certeza que não quer vir? Eu posso voltar e pegar você.

Embora se sentisse tentada, era melhor não. Mas antes que pudesse responder se sentiu mal, e derrubando o telefone no chão, correu para o banheiro.

Passado alguns minutos humilhantes, ela lavou o rosto e escovou os dentes. Sentia o corpo pesado. Saindo do banheiro lembrou do celular e desceu apressada.

Pegando ele nas mãos viu que haviam 20 ligações de Carlo.

Rediscou e aguardou:

— O que houve? — Ele parecia frenético

Ela suspirou

— Não acordei muito bem hoje eu acho, nada para no estômago há alguns dias.

Do outro lado da linha um pensamento passou pela mente de Carlo que sorriu. Mas não diria nada a ela, era algo para ambos descobrirem. Juntos. A vida de repente parecia mais plena.

Enquanto isso Roberta se perguntava o que poderia causar intoxicação alimentar. Nesse momento ouviu a porta abrir e a voz da mãe.

— Roberta?

Sorrindo ela disse alegre:

— Na cozinha mamãe. Amor, mamãe chegou!

Ele ficou mais tranquilo por ela não estar sozinha e se despediu prometendo ligar assim que chegasse ao rancho.

— Ah, Roberta?

— Sim Carlo?

— Eu amo você ainda mais.

Ela sorriu e suspirou.

— Idem.

E desligaram.

Betty entrou seguida por Demétrio e ela notou que a mãe parecia diferente, feliz.

Eles conversaram sobre a viagem, e a cada palavra e troca de olhares do casal, ela sentia que eles estavam se apaixonando. O que era ótimo.

Após o almoço que felizmente não lhe fez sentir mal, ela se despediu de ambos e subiu. Precisava dormir. Carlo havia esgoto sua energia a semana toda. Tirando a roupa, se colocou embaixo das cobertas e em pouco tempo dormiu.

Acordou desorientada, olhando pela janela viu que a noite tinha chegado, pegando o celular, viu que passavam das 20hs. Ela havia dormido por mais de 6 horas, viu também que Carlo havia ligado algumas vezes. Discando o número dele esperou.

— Mulher, você me deixou preocupado — Ele disse assim que atendeu.

Bocejando ela respondeu:

— Eu adormeci, acabei de acordar. E acredita que ainda estou com sono? Acho que preciso ir ao médico se isso continuar.

Rapidamente Carlo disse:

— Você precisa descansar, relaxar, esses dias longe do ogro aqui devem bastar.

Ela riu

— Você é um ogro mesmo, mas eu amo você, mesmo querendo usar a sua cabeça como bola de boliche.

Ele sorriu antes de dizer:

— Eu adoraria que você usasse minha cabeça, mas para outras coisas. Não tem nem 20 horas que amei o seu corpo e te quero, quero sentir a sua suavidade, o calor do seu corpo. Ouvir os gemidos suaves que você dá quando estou dentro de você.
"Eres como fuego, transforma mi sangre, mi cuerpo, mi mente en lava. Te deseo mi amada, deseo tu cuerpo, tu mirada sobre mi yo, sintiendo a cada toque el poder que ejerce sobre mí. Te quiero Roberta."

Roberta ouviu as palavras dele sentindo o coração acelerar e o corpo formigar. Homem sorrateiro, sabia que apenas sua voz já lhe causava várias sensações e ainda dizia aquelas coisas para ela.

— Eu te quero! E você sabe disso Carlo.

Ele sorriu:

— Que bom, assim você não vai olhar para ninguém mais.

Ela riu:

— Seu bobo, como se alguém pudesse competir com você.

Eles conversaram por mais algum tempo e se despediram.

Ela desceu e encontrou o casal na sala, vendo um filme antigo. Demétrio havia feito um guisado para o jantar e ela comeu até se sentir satisfeita. Ou mais do que isso, já que correu para o banheiro pouco depois.

Betty e ele trocaram um olhar. Beijando a testa preocupada dela ele disse:

— Carlo vai ficar nas nuvens.

Betty sentiu o coração acalmar nas palavras do outro. Teria que comprar novelos logo logo.
Após mais alguns minutos, ela tomou um banho e vestiu uma camisola. Não desceria mais. Ligando a televisão, passou os canais até chegar a um filme que amava. Operação Cupido. A primeira versão. Não que a com Lindsay Lohan fosse ruim, era até fofa, mas ela amava originais.

De repente o celular tocou e ela viu que era um número desconhecido. Estranhou mas atendeu.

— Como vai a minha irmanzinha.

Ela sentiu o sangue gelar. Aquela era Liz.

— O que você quer Liz?

Do outro lado, uma Liz levemente bêbada disse:

— Conversar com você.

E passou um endereço. Desligando a seguir.

Roberta tentou retornar a ligação mas não foi completada.

Do outro lado da cidade, Luz jogava o celular descartável em uma lixeira e sentava no colo de um belo homem.

— Ela vai vir. Tenha a certeza.

E o beijou.