Capítulo Vinte e Nove - Em Casa

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Roberta estava sentada na sala de casa, Liz e Pablo já tendo ido embora, ela sabia que a irmã voltaria. Agora mais que nunca precisavam acertar as diferenças e se reconciliar. Liz pouco havia dito após se recomporem, mas ela sentia, precisava acreditar que tudo ficaria bem. Já havia chorado, gritado,  se preparava para sair quando a porta foi aberta com tudo, praticamente sendo quebrada e Carlo entrou com tudo e a vendo no sofá se abaixou e a puxou entre seus braços.

— Você está bem? Ele fez algo? Como...

Ela deu um pequeno sorriso ao ver o seu nervosismo.

— Sim, eu estou bem, ele não fez nada contra mim, aliás foi até muito gentil e eles acharam melhor me deixar ir e irem embora.

Carlos trocou um olhar com Vitor e este assentiu dizendo:

— Ainda deve dar para encontrá-lo.

Kane que apenas a olhava fez que sim. Ambos saiam rumo a porta quando a voz dela se fez ouvir:

— Deixem eles irem.

Carlo a olhou em confusão.

— Mas ele fez algo imperdoável. Entendo que Liz seja sua irmã, mas ela é cúmplice.

Roberta se afastou um pouco dele e se levantou. E disse olhando seriamente para todos:

— Eu não vou dar queixa, eu não tenho nada contra eles, aliás se todos formos apontar dedos, há falhas o bastante. Em cada um.

Ela saiu da sala e foi para a cozinha, deixando todos calados. Carlo fez menção de ir atrás dela, mas foi parado por Betty, que a seguiu. Encontrando a filha na cozinha.

Roberta se serviu de um copo com água, nesse momento o olhar dela se cruzou com a mãe que correu a abraçá-la.

— Ah minha Betta, você está bem. Eu fiquei tão preocupada.

Fazendo um carinho no rosto da mãe, ela disse:

— Sim, eu estou bem.

Betty assentiu antes de dizer...

— Liz disse o motivo?

Roberta fez que não, mas disse:

— Você sabia? Sabia de tudo mamãe?

Betty recuou. Como se levasse um tapa.

— Sabia do que Roberta?

— Do que papai fazia?

Betty gemeu e recuou um pouco mais.

— O que Liz disse?  Voce sabe que ela não é confiável. Como pode dar ouvidos as mentiras de sua irmã?

Roberta se afastou da mãe em choque.

— Como você pode? Como ele fez isso?

Betty começou a chorar.

— Ele era um bom homem, mas algo mudou nele. E as agressões começaram. Eu o ameacei para que não nos batesse mais e por algum tempo ele parou. Mas mudou, já não era mais ele. Era outro homem. Mas já era tarde, Liz já havia mudado também. Ser agredida faz isso com as pessoas minha filha. Por sorte você era a menina dos olhos dele.

Roberta apenas a olhou.

— Ele era um monstro mamãe, um monstro que eu amei, e que agora se desfez.

Betty gemeu, olhando para a filha ela disse resolutamente:

— Ele foi um bom pai Roberta. Perdido mas ainda assim um bom pai

Roberta começou a chorar e olhando para a mãe praticamente acusou:

— Um bom pai não machuca, não surra, não ofende, mamãe, um bom pai não abusa de seus filhos, não os molesta, não os estupra. — As últimas palavras saíram em um grito.

Betty levou a mão ao peito e puxando uma cadeira se deixou cair nela.

— Sobre o que você está falando?

— Sobre o que  ele fazia com Liz. Todos os dias, por anos.

Betty caiu no choro. E Carlo e Demétrio que haviam escutado cada palavra, entraram na cozinha ambos segurando as mulheres. Carlos a levou embora, naquele momento ambas precisavam se acalmar. E pensar no que fariam. E sobretudo em como falarem com Liz. Novamente.

Roberta se deixou levar no colo por ele, estava exausta. Ela continuou no colo dele no carro e foram em silêncio para a mansão. Não era naquela situação que ela queria ir até lá, mas não queria ficar naquela casa. Não mais.

Ele ajudou a descer e a levou para dentro. Já Havia pedido a todos que os deixassem a sós. Precisava tê-la em apenas para si.

Com a recusa dela, haviam decidido não ir agora atrás de Pablo, embora Kane ainda estivesse decidido a ter uma conversa com o pai. Não que o sobrinho gostasse de se referir ao outro assim, seu pai como ele. Dizia era quem o havia criado e não o homem violento que Pablo era.

Olhando para Roberta, ele a beijou com suavidade. E a levou para o quarto. Onde tirando a roupa dela, e depois a sua a levou até o banheiro e juntos tomaram um banho. Acariciando o corpo dela devagar, notou algumas mudanças. Os seios maiores, a linha do busto mais pronunciada. E sorrindo disse:

— Você quer me dizer algo?

Perdida no devaneio sensual ela levou algum tempo para prestar atenção às palavras dele. E quando o olhou o viu abaixado na altura de sua barriga sorrindo.  Só então ela lembrou do teste. E que estava grávida.

— Eu te amo Carlo. E acho que você precisará de muito plástico bolha

Ele sorriu e se levanta do devagar, beijando a barriga dela, o vale entre os seios e mordiscando cada mamilo, chegou a sua boca dizendo:

— Plástico bolha?

Ela lhe deu um sorriso brilhante antes de dizer:

— Para enrolar o bebê se ele for tão desastrado quanto eu.

Carlo já sabia da gravidez, mas ouví-la dizer o fez se emocionar. Aquela era sua metade e ela estava esperando um filho dele. Deles.

A pegando nos braços lhe beijou com toda a delicadeza e a levou para a cama, o amor entre ambos os levando ao êxtase.

Horas mais tarde, Roberta acordou novamente e o viu deitado mexendo no computador. Se virando olhou para a tela, dando uma risada enorme ao ver o que ele olhava tão seriamente.

Colocando a mão no ventre disse ao filho:

— Que você seja abençoado meu amor.

Carlo analisava fábricas de plástico bolha e roupas protetoras para crianças.

Ela sorriu ao imaginar uma criança correndo pela casa. E vendo que ele havia parado de mexer, fez a pergunta que já sabia a resposta.

— Como você se sente?

Carlo a colocou sentada em seu colo e mirando seus olhos disse:

— Assustado, preocupado mas intensamente feliz. Eu amo meus filhos Roberta, cada um deles. Todos os 5.

Ela se emocionou ao perceber que ele havia incluído o bebê deles.

MEU TORMENTO 03 - louco amor Onde histórias criam vida. Descubra agora