MEU TORMENTO 03 - louco amor

Capítulo Treze - Encanto

Carlos não conseguiu dormir direito a noite, se sentia como um adolescente indo buscar seu par para o baile da escola. E talvez fosse isso, Roberta era diferente de todas as mulheres que havia conhecido em sua vida, todas haviam sido belas, mas ela tinha uma força que faltava até mesmo em sua falecida esposa, mãe de Javier, ambas eram mulheres suaves, encantadoras e inteligentes. As outras foram erros colossais, que trouxeram uma única coisa incrível: Suas filhas.

Ele havia avisado a tripulação que iriam hoje e já havia preparado sua bagagem. Vestindo uma calça caqui e uma camisa leve, ele saiu de casa e entrou no carro, naquela manhã havia optado pelo motorista. Parou em uma delicatesse e pegou o que havia encomendado para o café da manhã e seguiu para a casa dela.

Roberta acordou bem cedo naquela manhã, apesar de mal ter conseguido dormir se sentia elétrica e nervosa. E os motivos eram muitos:

1. Iria passar o fim de semana no mar

2. Iria passar o fim de semana com seu chefe

3. Ele era o homem mais lindo que já havia visto

4. Ela estava apaixonada por ele.

5. Ela não tinha muita experiência.

Ela quase desistiu ao pensar nessa última, afinal ele era muito experiente. Mas se chamou de boba ao perceber que ele queria estar com "ela" e não com outra mulher.

Ela vestiu a roupa que havia escolhido, um vestido floral, sapatilhas e um xale de rendado. Nos lábios apenas um batom.
Na bolsa havia colocado mais itens do que achava que precisaria, mas não havia se decidido.

Ela fechava a porta da sala, quando viu o carro estacionar e um muito elegante Carlo descer.

Ele se aproximou, lhe deu um beijo suave e sorrindo para ela disse:

– Bom dia linda Roberta, encantadora.

E pegou sua bolsa em uma mão e a outra ofereceu à ela, que aceitou prontamente.

Ele cheirava tão bem que ela não resistiu e deu um suspiro alto. Carlo olhou para ela e sorriu, Roberta sendo Roberta, tropeçou e quase foi ao chão, o que só não aconteceu porque ele a amparou.

— Está tudo bem?

Ela apenas concordou envergonhada.

Sorrindo ele lhe deu um beijo e abriu a porta do carro para ela.

Roberta agradeceu e entrou, mas seu xale tinha outros planos e ficou preso na porta, ela gemeu desesperada. Será que algo mais daria errado?  Se arrepender do pensamento, pois ele era um disparo para mais acidentes.

Carlo a viu corar de vergonha e ficou tentado a lhe pegar no colo. Mas se controlou e pegando o xale, o dobrou e devolveu a ela dizendo:

– Ele me parece com Odete, tem personalidade própria.

Roberta riu, a vergonha esquecida e concordou.

Só então ela pode olhar o interior com calma e viu a enorme cesta, estilo piquenique. E as flores ao lado dela, olhou para ele em expectativa.

Carlo seguiu o olhar dela e só então lembrou das flores.

– Desculpe. Eu às esqueci, são para você.

Ela aspirou o cheiro suave e marcante das flores. Tulipas vermelhas e rosas também vermelhas. Ela fez uma nota mental para pesquisar o significado delas mais tarde.

— Eu amei, obrigada.

Beijando as mãos dela, disse:

– Eu que tenho a agradecer a confiança e o carinho. Significa mais do que posso explicar.

Eles conversaram sobre várias coisas até chegarem a marina.

Carlo a ajudou a descer e segurando sua mão a ajudou a subir as escadas, dois tripulantes os aguardavam, e pegaram as bagagens e a cesta.

– Bom dia Sr. Sandoval. Tudo está pronto e a sua espera.

– Bom dia Demétrio. Que ótimo, deixe-me fazer as apresentações. Roberta esse é Demétrio, ele mantém as coisas funcionado no iate. Demétrio, está é Roberta, minha namorada e futura...

Demétrio lhe deu a mão em cumprimento, mas Roberta mal o ouviu, ainda perdida no 'namorada e futura'...

Eles caminharam pelo de que um pouco mais, até ela ser brindada com a visão do barco mais luxuoso que já havia visto, mesmo que por fotos. Ele era enorme. Em dourado, preto e branco.

– Bem vinda Roberta – Ele a ajudou a subir.

Ela olhava a sua volta, tanto fascinada, quanto intimidada.

— Ele é lindo e enorme Carlo.

Carlo viu com alegria o fascínio dela, aquele barco era a sua segunda casa, e ele queria dividir com ela cada segundo possível.

– Gostou?

Ela fez que sim

— Estou com medo de quebrar alguma coisa — Ela disse baixinho olhando as peças de cristal ao seu redor.

– Não vai, tenho certeza.

Ela olhou para ele ainda em choque e disse:

– Você não sabe o alcance do meu azar

Fazendo-a parar, Carlo a virou para si e perguntou sério:

– Considera azar estar aqui?

Ele parecia tão sério e preocupado que ela rapidamente respondeu:

– Nunca, estar com você é mais do que sorte, é um presente.

Ele sorriu e a beijou.

– Então venha. Vou levar você ao seu quarto.

Algum tempo depois ele abriu uma porta e entraram, Roberta foi brindada com a visão de um quarto gigante, todo em tons azuis e pastéis. A cama era enorme, as portas de vidro de correr davam para uma espécie de varanda e a sua frente o mar. Na parede uma televisão enorme, ele abriu uma outra porta e ela viu o banheiro, enorme e com banheira.

Aquele quarto era digno de Cinderela. E ela se sentiu uma princesa.

— Lindo demais Carlo.

Ele assentiu.

– O meu é o quarto em frente. Vou deixar você se acomodar, ao lado do telefone há os números de para que você peça o que precisar. Não hesite. Que tal irmos tomar café em uns vinte minutos?

Ela fez que sim e o viu sair.

Se sentindo uma princesa, ela fez algo que teve vontade assim que viu a cama. Pulou nela. E deu vários pulos, se sentindo infantil.

Do lado de fora, Carlo ouviu a risada dela e sorriu ao imaginá-la pulando na cama. Foi até seu quarto e viu com satisfação que tudo estava em ordem.