Notas iniciais da autora:
Hey! Mais um capítulo de Oculta na área! Antes, queria deixar-lhe ciente de uma coisa...
Me sinto confortável em não apressar as coisas. Então, não estranhe se a história demorar a chegar nos tão esperados "ápices". Tudo que escrevo tem motivo, tem relação com algum acontecimento futuro, por mais pequeno que seja. Então, preste atenção nos detalhes, pois me considero traiçoeira quanto a eles. hihi
Será um um capítulo diferente. Terá duas perspectivas interessantíssimas de minha querida Mia. Curioso(a)? Boa leitura!
Quatro meses se passaram desde que encontrei Bethany. Nossa convivência continua a mesma. Ela, extrovertida, alegre, espontânea e eu... como eu.
Em mim não havia pretensão para mudar isso. Não pretendo torná-la minha amiga. Não pretendo que me defina como uma pessoa que pode contar. Não pretendo nada.
Mas, independentemente disso, Bethany me define assim. E não é algo que minha opinião deva contar, no fim das contas. Isso não me muda ou muda minha vida. Então não me importo.
Nossa convivência é até simples. E não compreendo isso. Pessoas são difíceis.
Kiara gosta muito dela. E a partir do momento que Kiara gosta de alguém, esta pessoa é confiável. Pode parecer bobagem, mas o julgamento de Kiara me ajuda certas vezes.
Kiara é o nome da minha gata de estimação.
Quando fui adotá-la, o dono, até então, dizia se tratar de um animal muito birrento. Estava até receoso em apresentá-la a mim. Eu insisti mesmo assim.
Ao vê-la, a analisei e ela fazia o mesmo com aqueles olhos esverdeados inocentes. Na época, apenas um filhote. Uma graça.
Lembro que havia se aproximado de mim e começara a miar enquanto me fitava. Parecia querer atenção. Agachei, acariciei, mesmo estando bem confusa. O dono tinha dito totalmente o contrário do que eu presenciava naquele momento.
Também lembro de, ao direcionar o olhar a ele, constatar que sorria como uma criança. Admitiu ser a primeira vez que a gata agia assim com alguém.
É que Kiara havia sido maltratada meses antes deste dono resgatá-la. Estava à beira da morte.
Talvez ela goste de mim porque a entendo. Entendo perfeitamente.
E entendo o amor, desde que se refira à Kiara. Eu a amo. É o único ser vivo com quem cultivo isso. Então, se alguém não gosta de Kiara, esta pessoa não deve respirar o mesmo campo de oxigênio que ela e muito menos eu. E se Kiara gosta de alguém, essa pessoa merece minha atenção.
Enfim...
Com Bethany trabalhando na lanchonete, passamos muito tempo juntas. De início, ela me trouxe muita dor de cabeça. Não sabia fazer nada. Limpar, lavar, atender ou o que quer que seja. Uma patricinha completa.
Mas, convenhamos, Bethany nunca precisou aprender essas coisas. Sempre houve pessoas para fazer isso por ela. Então, diferente do meu chefe, que descontou alguns bocados do meu salário pela bagunça, não a culpo. Algumas coisas são inúteis para aprender por conta própria.
Os prós: ela aprendia rápido. Raramente precisei repetir alguma coisa para que entendesse. Sua perseverança era visível.
Em três semanas, o chefe queria me beijar por ter a trazido. Disse que nunca pensou em encontrar alguém melhor que eu para aquele serviço. Foi uma surpresa. E o interessante nisso tudo: ele aumentou o meu salário.
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Oculta
RomanceBethany tem uma ótima vida superficialmente. Mas, como qualquer pessoa, tem pequenas partes ocultadas em seu interior. Em um momento oportuno de ousadia, ela foge de tudo que a aborrece, tenta seguir com uma nova vida e, claro, sem preparo algum, ac...