Capítulo 9 - Dúvida

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— Beth, pode me ver mais uma xícara de café, querida? — pediu a senhora Rupper, cliente devotada da lanchonete.

— Claro! Com adoçante? — quis confirmar. Ela assentiu sorrindo e coloquei sua xícara na bandeja em seguida. Caminhei até detrás do balcão para funcionários e liguei a cafeteira, enchendo a xícara e depois pingando algumas gotas de adoçante.

Não parecia, mas eu estava bem nervosa. Bryan tinha me trazido há uma hora e não enviou nenhuma mensagem até então.

Entreguei a xícara para a senhora Rupper, que assentiu em agradecimento. Logo após, ouvi o sino da porta de entrada do estabelecimento vibrar. Olhei de soslaio e vi Bryan entrando. Ufa.

Sorri e fui ao seu encontro quase saltitando. Mas vi que sua expressão não era das melhores.

— Bry? — O chamei. Ele me fitou, dando um meio sorriso, mas cabisbaixo. — Tá tudo bem? O que Mia disse?

— Mia disse muitas coisas, Bethany. — respondeu, e seu tom ao pronunciar meu nome não era nenhum pouco agradável. — Eu não sei como te contar isso...

— Espere aí.

Fui procurar o meu chefe. Estava na cozinha. Pedi uma pausa de emergência, que concedeu, mas deixou claro para voltar rapidamente para cobrir o posto. Eu estava trabalhando dobrado desde que Mia se demitiu por conta da agência, porém, nada que não conseguisse dar conta.

Peguei Bryan pelo braço e saímos de lá, indo até o pequeno beco onde jazia a porta dos fundos.

— O que houve? — retomei a conversa.

— Discuti com Mia, mas ela não mudou de ideia. — explicou ele, meneando a cabeça.

— E por que parece que não foi só isso que aconteceu? — pressionei. Estava na cara que havia acontecido algo.

— Olha, Beth... Eu realmente não sei como te dizer.

— Bryan, pelo amor de Deus. Apenas diga. — retruquei, já perdendo a paciência.

— Ela me beijou. — atirou ele.

— O quê!?

Não. Não. Não mesmo.

Isso não faz o menor sentido.

Por que o beijaria? O que diabos estava acontecendo?

Ele era o meu namorado!

— Depois disso, sai de lá o mais rápido que pude. — acrescentou.

— Eu não tô entendendo. A Mia nem gosta de você, Bryan! — exclamei. Sentia-me completamente traída.

— Beth, se acalma, por favor. — pediu Bryan, pousando as mãos em meus ombros. — Você confia em mim, não confia?

Assenti em concordância, mas, sério, eu não estava com raiva. Parecia mais... confusa. E triste. Decepcionada. Nunca imaginaria Mia fazendo algo do tipo. Nem por vingança.

Isso era só entre nós. Não era válido acrescentar mais pessoas. Principalmente o meu namorado. Se é verdade, foi um golpe muito baixo.

— Tudo é fachada. Ela quer que vá junto porque não suporta nos ver juntos, Beth. Ela gosta de mim e chegou a esse ponto... — explicava ele, chateado. — Eu nunca iria querer isso. Eu amo você. — admitiu, me deixando mais vulnerável ainda. Eu o abracei e comecei a chorar.

Quem mais confiei é na verdade a pessoa mais falsa e desalmada de todas. Agora entendo o porquê de minha mãe tanto adorar ela. Foram feitas uma para outra.

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