Seis

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-Posso falar contigo?-este miúdo anda a precisar de um psicólogo bem rápido. Ou então bebeu umas cenas antes de eu chegar.

O meu cérebro pára no momento e não faço ideia do que lhe responder. Será que me vem pedir algo? Espero bem que não me venha chatear a esta hora.

-Claro, o quê que queres desta vez?-tiro os fones dos ouvidos para ouvir a sua reposta e sento-me na cama.

-Está tudo bem contigo? É que voltaste tão cedo...-é definitivo o André bateu com a cabeça no meio da estrada e não foi ao hospital. Aproximo a minha mão da sua cara e pouso-a na testa para lhe medir a temperatura.

-O quê é que foi? Tira a mão daí.-ele com a sua mão empurra a minha e senta-se na cama à minha frente.

-Vieste aqui mesmo perguntar se eu estou bem?-não sei se me sinto importante ou estúpida.

-Apesar de nos irritarmos mutuamente eu preocupo-me contigo e notei que algo se passou na tua saída. Tu tinhas dito que só chegavas lá prás duas e é tão cedo e aqui estás tu. Diz-me o que se passou, conta-me.-olho para a sua face e percebo que ele está a parecer sincero.

-Estás a sério ou daqui a dois minutos vais começar a rir-te? Não quero mais uma vez ser humilhada por ti!-digo falando o mais verdade que consigo. Ele levanta o olhar e encara-me.

-Óbvio que estou a sério. Fala comigo!

-Eu ia ter com um rapaz e tinhamos combinado tomar um café na praça para falarmos e assim mas quando lá cheguei esperei vinte minutos e nada de ele aparecer. Quando já estava a perder a paciência ele manda-me uma mensagem a dizer que não pode vir.

-Mas ele não deu nenhuma desculpa? Só te deu uma tampa e mais nada?-se não soubesse o estúpido que ele é diria que o André está com raiva do Filipe.

-Só disse mesmo que não podia vir.-olho para baixo mas os seus dedos levantam o meu queixo.

-Anda, vamos fazer a tua noite valer a pena.-puxa-me pela cama fora e diz que me dá apenas dez minutos para aparecer na sala com uma roupa de arrasar.

Corro para o meu armário e visto a mesma roupa que tinha anteriormente. Desfaço o meu coque e penteio o meu cabelo que fica encaracolado devido a estar preso anteriormente. Calço as minhas super star pretas e brancas e corro até à sala.

Começamos o nosso caminho até à praça. Algo me diz que isto vai correr muito mal porque nós nos odiamos mas não podia negar um convite para fazer a minha noite valer a pena.

Quando chegamos ao meio da praça paramos de andar e olhamos um para o outro.

-Preferes tomar um café aqui na esplanada ou ir ao bar do Kiko?-ele pergunta enquanto tenta arranjar o cabelo.

-Nós não somos as melhores pessoas para tomarmos café juntas e conversarmos portanto o bar deve correr melhor.-ele dá uma gargalhada com a minha reposta e parece concordar pois começa a andar até à porta do bar.

Entramos e avistamos algumas pessoas lá da escola. Acenamos com a cabeça a toda a gente e vamos até ao balcão.

-Duas cervejas se faz favor.-o André pede.

Duas cervejas são nos apresentadas e começamos a beber. Todas as raparigas do bar estão a olhar para ele todas babadas e isso está me a deixar incomodada.

Começa a tocar uma música que eu adoro e amarro a sua mão e vamos até ao meio da pista de dança. Plena sexta-feira à noite e aqui estou eu a dançar com o André como se fossemos amigos, que tragédia.

-Não te aconcelho a continuar a fazer esses movimentos com as ancas e o rabo. Não quero ter de partir os dentes a nenhum gajo hoje.-a sua voz contra o meu ouvido arrepia-me totalmente e olho à minha volta. Ele tem razão, um grupinho está a olhar para mim.

Paro imediatamente e começa uma música lenta e romântica. Começo a andar até ao balcão, não vou dançar isto sozinha, mas o meu braço é puxado e fico colada ao corpo do moreno com quem partilho casa.

Dançamos super amarrados e isto está a ser fenomenal... tenho medo do dia de amanhã mas ok.

São seis e meia da manhã e estamos a sair do bar. Vamos pela rua fora a rir-nos de uma piada qualquer que um de nós disse, não me lembro qual de nós.

-Mas e quando imitas-te o Michael Jackson em plena música. Toda a gente olhou para ti.-voltamos a gargalhar e o André quase cai ao tropeçar nos próprios pés. Amarro o seu braço e continuamos o caminho amarrados para dar suporte um ao outro.

-Falas tu que parecias a Ariana Grande a cantar lá no meio e quando a música parou começas-te a saltar com o copo na mão.

-Pois foi, e ainda tenho a t-shirt toda suja graças a isso.-pego na chave de casa da mala e meto o dedo em frente à boca para o André não falar, não quero que o meu pai me veja neste estado com este traste.

Entramos em casa e olhamos a toda a volta. Eles estão a dormir e não ouviram nada.
Olho para ele e começo a falar.

-Obrigado por o que fizeste hoje e por não teres sido um anormal. Fizeste-me rir e animaste a minha noite.-tiro o casaco e pouso no sofá.

-Gostaste da noite?-ele pergunta inseguro.

-Muito mesmo, obrigado!-dou um sorriso e o André começa a aproximar-se de mim. Os nossos rostos estão tão perto que já sinto a sua respiração a bater em mim.
As suas mãos na minha cintura e fecho os olhos à espera que aconteça.

-Bárbara, André, já chegaram? Finalmente!-saltamos um para cada lado e quando o meu pai entra na sala já não se apercebe de nada. O quê é que eu ia fazer à minha vida? Ele foi fixe hoje mas amanhã é um otario de novo.

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Noites que valem a pena mas não terminam como esperavamos!!!
Ps: a história não está a andar depressa de mais, lembrem-se que eles já se conheciam e se houvesse beijo não era assim tão mau.

Digam o que estão a achar por favor! E votem amiguinhas!!!!
Beijinhos da Cat ♥

Amor Improvável || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora