Um

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Pego na minha bolsa e dirigo-me à sala para tomar o pequeno almoço. A Teresa já está lá a preparar tudo e acabo por me sentar para comer.

-Bárbara, estás ansiosa por ser o primeiro dia?-Teresa, a mulher do meu pai, pergunta.

-Estou, já tenho saudades do curso e da rotina.

Acabo de tomar o pequeno almoço, pego nas minhas coisas pronta para ir embora mas os braços do meu pai abraçam o meu corpo.

-A minha menina está a crescer tanto! Bom dia de escola filha.-volta a abraçar-me e despeço-me senão ainda perco o autocarro.

Começo a andar até à paragem enquanto ouço música e rapidamente lá chego. Quando o autocarro para à minha frente, entro e tomo lugar de um banco lá para trás.

Este sempre foi o meu sonho, a dança e a representação para mim é tudo e o secundário tem sido fenomenal.
O autocarro para, a viagem é bastante curta, e eu saio lá de dentro.

Entro na enorme escola já tão bem conhecida por mim e vou até à Sofia. Quando ela me vê corre e dá-me um grande abraço.

-Parece que já não te vejo à anos e nas férias até fomos tomar café. Pronta para o primeiro dia?-a Sofia pergunta toda sorridente.

-Claro! Só não estou pronta é para este ser o último ano do nosso secundário, foi tão bom.-ela acena afirmativamente com a cabeça concordando com o que eu digo mas rapidamente o seu sorriso se desfaz.

Olho para tras e vejo o João e quando ele nos vê a sua expressão muda e nota-se tristeza no rosto.

-O quê que aconteceu convosco Sofia?-pergunto visivelmente confusa.

-Oh Bá, eu nas férias acabei com o João. Não estava a conseguir suportar a distância e ele não podia estar comigo por causa do futebol...

Decido não falar nada porque eu não sou muito boa a confortar alguém e para fazer pior não vale a pena. A minha melhor amiga não merece isso.

Abraço-a mas o som estridente da campainha assusta-nos e vamos até à sala de representação.

Não é uma sala normal. É uma sala com uma parte em baixo toda em madeira, é o nosso palco e depois tem uma bancada enorme para cima onde nós nos sentamos quando a professora fala.

A professora Mónica já está sentada no centro do palco quando lá chegamos e rapidamente nos ordena que nos sentemos em volta dela.
Isto agora mais parece o infantário a jogar ao lencinho mas as aulas de representação são sempre boas portanto vale a pena.

-Bom dia a todos. Hoje começa o vosso último ano de secundário! Parabéns a todos por terem chegado aqui, custou muito mas cá estamos todos.
Eu mandei-vos sentar assim com um propósito, estamos na aula de representação e portanto vamos representar.
Todos vocês vão contar como foi as vossas férias mas numa personagem que vão tirar deste frasco. Alguém se oferece para primeiro?

Um a um vão fazendo o exercício e está a ser bastante engraçado. Tem personagens muito divertidas e diferentes.

-Bárbara queres ser tu agora?-a professora pergunta-me muito tranquila.

-Porque não professora.-dou um sorriso e vou até ao frasco, amarro no primeiro papel e leio.-Peixeira, vou ter de contar as minhas férias à peixeira.

Toda a turma se ri e eu sento-me no meio da roda. Meto uma mão na cintura e a outra levanto-a quanto mais falo.

-Ó meus fregueses, as minhas férias foram boas. Dormir um bocado, sair outro na base do possível foram boas. E volto agora para o último ano para que seja tudo o maior!

Todos batem palmas quando eu acabo e eu sorrio e volto para o meu lugar.

Triiiiiiim, a campainha toca. Pego na minha bolsa juntamente com a Sofia e vamos até ao bar. Pedimos o nosso lanche e sentamos-nos numa mesa a comer.

-O João não pára de olhar para aqui!-digo enquanto o encaro.

-Com quem é que ele está?

-Com o atrasado mental do André como sempre.-falo e bebo o resto do meu sumo.

-Vocês nem por morarem na mesma casa se entendem. Não sei como é que o teu pai e a Teresa vos suportam sempre a discutirem.

-Porque ele é um atrasado mental e passa a vida a implicar comigo. Acreditas que ele até na minha toalha de banho e escova de cabelo pega? Que nervos que ele me faz.

A Sofia ri-se e volta a olhar para mim. Acabamos o nosso lanche e levantamos-nos para ir embora.

-Sara, deixa-me falar contigo!-o João pede amarrando-lhe um braço.

Despeço-me deles e começo a andar pelo corredor. Sinto o meu braço ser puxado e viro-me encontrando o André a olhar para mim.

-O quê que queres ó anormal?

-Tem calma ó parva só te vinha pedir um favor. Eu logo vou sair com uma miúda e preciso que arrumes a cozinha por mim.-saiu-me a sorte grande.

-Só te faço isso em troca de arrumares tu depois durante quatro dias seguidos.-o seu olhar mortifero intimida-me mas rapidamente passa e eu rio-me.

-Interesseira! Hás de precisar de algo.

Viro-lhe costas a rir enquanto ando até aos balneários de dança. Começo a tirar a minha roupa e troco por umas leggings pretas e uma T-shirt comprida e larga azul céu. Calço as minhas sapatilhas e ando até à academia.

A aula de hip hop começa e já estamos a fazer uma coreografia. O professor Hugo lá frente faz a marcação dos tempos enquanto ensina a coreografia e nós cá a trás imitamos.

Dançar é o meu ar, é isto o que eu respiro e não me imagino de todo a fazer algo que não seja isto. Ouvir uma música e não a poder dançar é um sufoco.
A representação também é a minha área mas tudo junto é o meu sonho!

Pouso as minhas coisas em cima da cadeira do meu quarto e atiro-me para cima da minha cama. Como eu estava a precisar de descontrair assim um bocado.

Quase adormeço mas lembro-me que tenho coisas de História e Português para fazer e portanto volto a levantar-me e preparo a minha secretária para o estudo.
Vou até à cozinha e como algumas bolachas e um iogurte e volto à tarefa.

Meto os cadernos que necessito na minha área de trabalho e começo a fazer as coisas que tenho de fazer.

Bom final de dia para quem está tão cansado.

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Leiam esta fic que algo me diz que vão gostar e muito!

Votem e comentem!
Beijinhos da cat ♥

Amor Improvável || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora