Oito

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#BárbaraP.O.V#

Sento-me no chão da casa de banho, em outra altura iria achar super nojento mas não estou com cabeça para ser racional. Como é que aquele animal foi capaz? Eu a pensar que ele era simpático e ele na verdade só queria andar a falar de mim.

O André vai humilhar-me anos seguidos com isto sendo que eu nem tenho culpa.

A porta abre-se e a minha melhor amiga entra, agacha-se na minha frente e envolve-me nos seus braços.

-Não vais ficar assim por ele ser um otário. Limpa essas lágrimas e anda jantar, mostra-lhe a indiferença que ele teve na tua vida.-por um lado queria fazer isto mas sei que a minha fragilidade não o permite.

-Como é que queres que faça isso? A esta hora estão todos a rir-se da burrinha da Bárbara. 

-Não não estão e tu sabes os excelentes amigos que tens e antes que fales do André pensa que se não fosse ele nem sabias disto.-penso melhor no que me diz e vejo que tem razão, não vou dar parte fraca.

Levanto-me com a sua ajuda, limpo as lágrimas e dou-lhe um longo abraço em forma de agradecimento por tudo o que já fez por mim. Abro a porta e caminho até à mesa.

Apanho a conversa deles sobre o que fazer no fim de jantar e os planos de ir à discoteca continuam presentes. 

#AndréP.O.V#

Entro no Caramel logo atrás da Sofia e amarro a sua mão de maneira a conseguir falar com ela sem que ninguém veja.

-A Bá ficou muito mal por saber aquilo do animal do Filipe?-estou a demonstrar demasiada preocupação mas não consigo ficar indiferente a esta história.

-Ela ficou preocupada com o gozo que tu e as pessoas que sabem lhe iam dar mas eu convencia a ignorar qualquer comentário que ouvisse.

Viro costas sem nem sequer responder. Um gajo tenta ajudar e ainda me acusam de a querer humilhar com isto.

Sento-me num daqueles bancos altos do balcão e peço uma cerveja para começar a divertir-me nesta que tem tudo para ser uma boa noite.
A minha bebida é me entregue e bebo tudo de estouro.

-Queres dançar ou vais ficar aí sozinho?-uma miúda ruiva mete conversa e entre ir e não ir decido aproveitar o que a noite tem para me dar.

Ela leva-me até à pista de dança e começa a dar o seu Show fazendo-me acompanha-la somente no ritmo do corpo.
Pensei que ia ficar mais feliz por aqui estar mas isto já não me diz nada, uma miúda a esfregar-se em mim e no fim da noite a acabar na minha cama.
O antigo André estaria super confortável com a situação mas hoje não me está a apetecer de todo.

Olho para o nosso lado e vejo a Bárbara a beber um shoot de uma vez e pedir logo outro de seguida. A Sofia é o João estão a dançar, e o Nuno e a Diana igualmente, portanto ela está sozinha à mercê da bebida.

-Estás a precisar de te distrair, queres ir para a minha casa?-a ruiva que nem sei o nome fala enquanto se estica para me beijar.

-Desculpa lá mas hoje não posso, tenho de tomar conta de alguém.-deixo-a lá no meio e ando até ao balcão.

Sento-me de novo no banco alto e peço outra cerveja. A Bárbara está ao meu lado mas nem me encarou, isto é que é ódio.

-Mais vale parares de beber não?-pergunto olhando-a nos olhos.

-Estás armado em meu pai?-ela sopra.

Tiro-lhe o copo da mão e meto em cima da sua cabeça de forma a ela não chegar. Ela estica-se e acaba por tropeçar no banco caindo para cima de mim.
As nossas faces estão tão próximas, dou um suspiro e afasto-me, isto não está certo.

#BárbaraP.O.V#

Acordo numa cama improvisada no chão e quando me viro bato contra o anormal do André.
A minha dor de cabeça é o resultado de uma noite encostada ao balcão a beber tudo o que me aparecia à frente.

Entretanto a mesa está pronta e sentamos-nos todos para tomar o pequeno almoço.
Tento comer mas só a olhar para a comida já me dá vontade de vomitar, nunca mais bebo.

-Estou a ver que a noite foi bonita, vocês nem comem.-o pai do João fala divertido.

-Pai, fala baixo por favor, ninguém aguenta com a cabeça.

-Fala por ti Jonny, eu quase nem bebi não me dói nada.

-O André não bebeu e apareceu aqui de manhã depois de uma noite? Não foi para casa de nenhuma menina? Anda aí miúda nesse coração.-engasguei-me com o meu próprio sumo ao pensar no André apaixonado.

Quando levantei o olhar estava toda a gente a olhar para mim, que constrangedor.
Volto a levantar-me a deitar-me de novo na cama.

-Chamem por mim à hora do almoço, até lá deixem-me dormir.-cubro-me pelo edredom.
Rápidamente está toda a gente deitada também, o sono é maior que a fome.

Amor Improvável || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora