Amor Improvável || André Silva

Quarenta Um

#AndréP.O.V#

Chego a casa e tenho toda a casa iluminada com decorações de natal, deveria estar animado e no espírito natalício mas não me consigo sentir feliz. Falta metade desta casa e toda a alegria. 

A minha mãe ainda me está a tentar animar mas é impossível quando tudo o que eu queria ter, não está cá. Queria a Bárbara cá, dar-lhe a minha prenda, ajuda-la a por a estrela no cimo da árvore e comemorarmos o nosso primeiro natal juntos. Amanhã é natal e será um dia mais triste do que qualquer outro do ano.

-Já viste as minhas decorações? Este ano acho que me esmerei mais do que nos outros.-a minha mãe diz toda orgulhosa do seu feito.

-Está muito giro mas podias ter esperado que eu ajudava-te.

-Era uma surpresa para quando chegasses a casa. Acho que te deixou mais animadito.-agradeço pela surpresa e ando até ao quarto para pousar o saco do treino.

Pego no telemóvel e penso muito antes de ligar logo mas se ela já me atendeu uma vez porque não atenderia agora? Marco o número que já sei de cor e deixo tocar na esperança de ouvir a sua voz. Chama, chama e nada da voz que eu mais queria ouvir. 

De novo voltamos ao inicio. Mais uns dias das minhas tentativas falhadas de falar consigo e ela não me atender. Acho que não mereço isto mas a culpa também não é sua, só está assustada.

-André, vens comigo ao shopping comprar umas coisas que me faltam para a noite de amanhã?

-Não me apetece mãe. A Bárbara voltou a não me atender. 

-Tem calma, pode estar ocupada ou a dormir. Ela mal vir que ligaste retribui a chamada.

Ao fim da minha mãe me apresentar uns vinte factos que me convencem a ir com ela, lá entro no carro e vamos. A primeira paragem é no supermercado para comprar comida, sumo, vinho e mais algumas coisas que eram necessárias para casa. 

A minha mãe está sempre a mandar mensagens no telemóvel e sei perfeitamente que tem algo a ver comigo, ela odeia mandar mensagens e liga sempre, exceto quando eu não posso saber do assunto. Aposto que sabe da Bá e do porquê de não me atender mas não me conta para não me magoar.

-Podes contar-me, já tenho idade para resolver os meus problemas.-falo.

-Não é sobre ti. Não sejas cusco.-mente tão mal, tenho a certeza que é de mim.

***

Chegamos a casa depois das compras imensas e demoradas da minha mãe e informo-a que vou a casa do João. Tenho de lá ir levar a sua prenda e buscar a minha. Já é nossa tradição há muitos anos.

Ligo a mota e arranco pelos caminhos tão bem conhecidos por mim. Já fiz tantas vezes estes caminhos, em tantos anos de amizade. Tenho as minhas melhores histórias com o Jonny como personagem, vivemos tanto juntos e sempre amigos.

Começo a ver a sua casa no horizonte e abrando a velocidade. Estaciono no mesmo sitio de sempre, dentro dos portões entre os dois carros do seu pai. 

Bato à porta e ele abre logo de seguida.

-Feliz natal adiantado.-sou recebido com um abraço.

-Feliz natal mano.-digo e entro na casa.

Está um frio de fazer congelar os ossos mas como sempre, a sua casa está quentinha graças aos aquecedores e a lareira acesos. Vejo a grande árvore de natal toda iluminada e bastantes prendas colocadas em baixo. Este Natal vai faturar para o João!

-André, meu filho estás cá.-este é o pai do João, meio que o meu pai desde que o meu fugiu.

-Vim desejar-vos um feliz Natal e entregar a prenda do João. Como sempre a sua árvore está magnífica.

-Trabalho da Fernanda, sabes como ela é. Sempre que faz algo tem de ficar perfeito.-fala da empregada da casa.

-Ouvi falar de mim? Menino André está cá! Quer alguma coisinha para comer?-aparece da cozinha e diz.

-Não é necessário. Estou ótimo.

Estico o embrulho da prenda do João e entrego-lhe para a mão. Vejo um sorriso quando a abre e vê umas chuteiras que já me tinha dito apreciar, à algum tempo.
Recebo também a minha e abro-a com entusiasmo. Um casaco de inverno muito pintas.

-Andas a acertar nas escolhas, é super giro.-agradeço a prenda e elogio.

-Foi a Sofia que escolheu mas eu vi logo que ias gostar.

-Eu vi logo é que não tinhas sido tu a escolher.

Ficamos a conversar mais algum tempo todos juntos. Passar tempo com o João e o pai é uma das minhas coisas preferidas. Considero-os a minha família e o tempo que passamos juntos a conversar é maravilhoso.

Quando vejo que já está a ficar tarde para mim, despeço-me e saio de casa andando até à mota.
Meto o capacete na cabeça mas antes de iniciar a marcha o meu telemóvel começa a tocar.

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Hey hey tudo bom?
Quem será que está a ligar ao André? Bárbara, és tu? Certo não...

Votem e comentem!!!
Beijinhos da Cat ♥