Vinte Sete

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#BárbaraP.O.V#

-Bárbara o que estás a fazer aí deitada?-olho para o meu pai e sinto a minha boca secar. Não sei o que lhe responder nem que desculpa lhe vou dar para estar deitada na cama do André que ele insiste em ver-nos como irmãos.

Estava já a correr tudo demasiado bem e algo mau tinha de acontecer. O barulho do telemóvel chamou à atenção do meu pai que veio a correr confirmar o que era provavelmente com medo que se tratasse de um assalto à casa.

Alterno o meu olhar entre o André e o meu pai que nos encara à espera de uma resposta.

-Jorge nós temos uma apresentação para a festa de natal juntos e estávamos a treinar. E a Bárbara acabou por dar com o joelho na cama e deitou-se por causa das dores.-o André responde tranquilamente enquanto eu aceno tentando concordar com o que diz.

-Não se deitem tarde porque depois amanhã andam cheios de sono e sabem como a Teresa odeia que ao domingo estejam a dar com a cara dentro do prato-ele ri e fecha a porta após sair.

Largo um suspiro que nem sabia que segurava e o André senta-se há minha frente na cama de novo. Volta a beijar-me mas rapidamente o afasto.

-O meu pai está acordado e qualquer coisinha que ele ouça vai aparecer. Mais vale eu ir para o meu quarto.-encosto os nossos lábios num beijo rápido e ando até ao meu quarto.

Deito-me na cama e vejo que o meu telemóvel tem uma notificação.

Só espero que tenhas entendido o quão essencial és para mim, amo-te

André

Respondo à sua mensagem com um "dorme bem bebé" e desligo a luz na esperança de adormecer rápido para acordar com a certeza que isto tudo não foi um sonho mas sim real.

Que finalmente nos entendemos e já não vamos andar ai a fingir que não nos afetamos mutuamente.

***

-Expliquem lá isso que me falaram de noite que vão fazer na escola para a festa de natal.-o meu pai pede enquanto dá uma garfada na maravilhosa comida que a Teresa fez.

-Não podemos contar muito porque é uma surpresa mas acho que vocês vão gostar muito.-olho para o André e sorrio ao ouvir as suas palavras.

-E posso dizer que vão ver aqui o menino André num registo nunca visto antes.-falo e deixo-os ainda mais curiosos.

Continuam a tentar retirar-nos informações sobre o que vamos fazer e o que quis dizer com ver o André num registo diferente mas apenas nos rimos das suas tentativas falhadas de adivinhar o que vamos fazer sem lhes dar nenhuma pista do que é.

Depois de almoçarmos cada um dirige-se para o seu quarto e eu começo a vestir-me para sair. Não me apetece nada ficar em casa nu domingo em que a chuva aceitou as nossas tréguas e parou.

Visto uns jeans pretos e uma t-shirt com um casaco de ganga grosso por cima, calço as primeiras sapatilhas que me aparecem e saio até à sala. Sento-me no sofá à espera do André que demora três dias a arranjar o seu cabelo, que menina.

-Estou pronto vamos?-acompanho o seu passo até à porta.

-Já sabes onde vamos?-metemos os capacetes e ele prepara-se para dar partida.

-Não queiras saber já de tudo lindinha.

Começamos o nosso trajeto e pelos caminhos tão bem conhecidos por mim vejo que estamos a ir em direção à praia de Matosinhos. A Foz é um sitio muito importante para ambos, era lá que passeavamos quando pequenos com os nossos pais juntos quando eles ainda cá estavam mas infelizmente a minha mãe teve de ir mais cedo e o pai dele fugiu.

Estaciona a mota e da-me a mao para facilitar que es desça. De mãos ainda juntas andamos até à areia e que sensação boa. Tinha tantas saudades de sentir a areia a tocar-me na pele, isto é terapeutico.

Sentamos-nos numa manta que o André trouxe e sorrio ao ver que ele se esta a esforçar desta vez.

-O quê que tem assim tanta piada dona Bárbara?-beija os meus lábios e afasta-se à espera da resposta.

-Nada, estou só a gostar do esforço.-ele sorri para mim e encaixa as nossas mãos encarando-as como se encaixam na perfeição.

-Eu já tinha tantas saudades de te beijar e de falar contigo. De corrermos riscos para te poder dar um beijo. A adrenalina de nunca saber quando alguém aparece deixa-me maluco.

-O fruto proibido é sempre o mais apetecido.-volto a encostar os nossos lábios e denoto um sorriso dele pelo meio. A felicidade atingiu-nos finalmente.

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Desculpem a demora mas prometo que no fim de semana volta tudo ao normal!!!

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Beijinhos da Cat

Amor Improvável || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora