Amor Improvável || André Silva

Três

-Bem obrigado por me teres tirado de casa. Já estava a desesperar.-falo enquanto me sento no banco e pouso a minha bolsa. A Sofia senta-se ao meu lado.

-Ai o quê, não me digas que foi outra vez o André a chatear-te.-não amiga, foi o Lúcio o cão da vizinha.

-O passatempo preferido dele é ser parvo e idiota e eu não tenho paciência nenhuma. E até parece que eu vivo com um puto de cinco, anos daqueles mesmo muito irritantes.

-Eu sei muito bem o que isso é!-tiro um pouco do cabelo da frente da cara e começo a responder.

-As vezes começo a imaginar o quê é que a minha mãe ia achar se estivesse viva. Certo ela ia querer que eu tivesse uma atitude diferente com o André para que o meu pai nao tivesse problemas. Mas eu só o quero mesmo é ver feliz.

-Oh Bárbara tu não fazes de propósito. As coisas são assim porque são.-ela tenta recofortar-me.

-Sim Sof mas às vezes podia esforçar-me para as coisas serem diferentes.

Continuamos a nossa conversa que passa por temas bastante diferentes e tentamos sempre cortar a palavra André de qualquer fala.

Ela conta-me como estão as coisas com o João e eu ouço-a e dou-lhe pequenos concelhos.
Tenho mesmo a melhor amiga do mundo.

Quando já está a ficar tarde resolve-mos ir embora. O caminho até a minha casa ainda demora dez minutos.
Começo a andar e num instante chego a casa, o meu pai ainda está acordado.
Falo um bocadinho com ele, conversas normais e depois despeço-me dele para ir dormir. Troco a minha roupa pelo pijama e deito-me na minha cama.

O meu pensamento vooa para a minha mãe e sorrio para que ela perceba o quão feliz eu estou.
Ela faz-me tanta falta, essa ideia das pessoas que com o tempo passa e te conformas está tão errada. O tempo só ajuda aqueles que não amam verdadeiramente.

●

Acabo de chegar à escola e vejo o João ao longe no corredor. Vou ter com ele e começamos a falar.

-A Sofia deve ter-se atrasado de novo de certeza. A irmã dela já passou por mim hoje.-escuto-o atentamente e começo a pegar no telemóvel para ligar à Sofia.

-Deve ter adormecido e a estúpida da Daniela nem a acordou.-falo realmente irritada.

-Ou não.

Olho para o João e a Sofia já está ao lado dele e estão a dar um beijo daqueles bem melosos, aghr.

-Bom dia meus amores.-recebo um sorriso e um abraço e dou-lhes os bons dias também.

Começamos a dirigir-nos para o bar e passamos pela Diana e o Nuno. Nossos amigos de escola mas são do 11° ano.

-E então como vai a vida? Já não estamos juntos à tanto tempo.-a Diana diz com a sua voz super doce.

-Temos mesmo de marcar um café todos juntos!

-Boa ideia Jonny. Que tal hoje à noite depois do jantar?-pergunto super empolgada.

-Bora! Estamos todos dentro?

-Claro Sofia! Pessoal eu e a Diana podemos levar um amigo? Ele mora lá em casa connosco, começou este ano na escola e não conhece ninguém.

-Claro Nuno. Trás quem quiseres.-começamos todos a despedir-nos e chega o atrasado mental do André.
Ele abraça o Nuno e começam a falar dos planos para hoje. Fuck, ele também vai.

Começo a andar até à casa de banho e a Sofia vem atrás de mim.

-Algum problema em ele ir Bah?

-Não Sof. Temos amigos em comum e temos de começar a habituar-nos a isso e tentar não discutir tanto.

-Apoio essa ideia.-ela dá uma gargalhada que me contagia e rimos um bom bocadinho. Sou abraçada muito inesperadamente.-És a melhor amiga que podia aparecer na minha vida, amo-te.

Ela não me ama mais do que eu a amo a ela. Já não consigo pensar em um dia em que faça algo importante que não pense nela. É como se sem ela a minha vida perdesse o jeito e já tive algumas melhores amigas antes dela, mas nenhuma era um porcento do que ela é. Ela é a minha verdadeira irmã, um pedacinho de mim!

●

Atiro-me para cima do sofá mal entro em casa. Que dia desgastante, estava mesmo a precisar de descansar.
Começo a ouvir uns sons meios estranhos e aproximo-me do som para perceber o que é.

Gemidos de mulher... Como eu odeio aquele rapaz. Tinha mesmo de trazer uma histérica cá para casa? A miúda deve estar a ser enrabada por um elefante, calma Alfredo não vamos assim tão longe.

Ligo a televisão da sala aos altos berros para não ter de ouvir outras coisas e vou à cozinha buscar um iogurte.
Está a dar um episódio de The Vampire Diares e eu perco-me nos meus pensamentos sobre a beleza daquele elenco. O otário do André é rapidamente trocado nos meus pensamentos pelo Tyler, que corpo!

-Já podes por a televisão baixa. És surda por acaso?-o André aparece na sala aos altos berros.

-Desculpa lá senão queria ouvir os gemidos da tua amiga. Estavas a mata-la não?-pego no comando e meto o som a um nível normal.

-Não tenho culpa de ser bom na cama.-ele sorri e eu fingo que vomito.

Mas a histérica que ele trouxe nunca mais sai do quarto? Só falta ela logo também ir ao encontro com o pessoal.
Começo a ouvir uns saltos altos a bater no chão e olho para a porta. A atrasada da Beatriz sai do quarto e amarra-se ao Miguel.

-Aí babe, foi maravilhoso. Amanhã falamos garanhão.-ela finge miar e enfia a sua língua na boca dele e começo a sentir pena. Ele vai morrer engasgado!

-Adeus Beatriz.-ele senta-se no sofá e ela vai sozinha até à porta com cara de quem não gostou da falta de cortesia dele. Anda vaca!

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Olá olá, tudo bom?

Este André é do aço, "Não tenho culpa de ser bom na cama" ahahha

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Beijinhos da Cat ♥