Trinta Nove

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Chama, chama e mais uma vez parece que ela não me vai atender.

-André?-esta voz

Nem sei o que lhe dizer. Tinha um texto tão estudado, tinha programado tudo e agora não me saí nada.
Que saudades eu tinha de a ouvir dizer o meu nome, tinha saudades de falar consigo.

-Finalmente consigo falar contigo, tenho tantas saudades tuas.

-Desculpa-me por desaparecer e ser uma parva, fui uma egoísta e só pensei em mim. Fiz tudo para não sofrer tanto mas sofri o dobro. Cada chamada tua que eu recusava era mais um golpe que dava em mim e hoje decidi que vamos ultrapassar este problema juntos como sempre dissemos que faríamos.-as minhas lágrimas já escorrem pela cara e pela sua respiração sei que as suas também.

-Não chores amor, eu entendo-te. Pensa que já falta pouco para voltares e depois vamos conseguir arranjar uma solução. Ninguém nos vai conseguir afastar para sempre é muito menos acabar com o nosso amor.

-Eu agora tenho de ir. Prometo que te volto a ligar em breve.-ela fala.

-Amo-te muito.-digo sincero.

-Amo-te.-e a chamada é encerrada.

Foram poucas palavras mas fizeram o meu coração acalmar deste turbilhão de sentimentos em que se encontrava à dias. Pela sua voz consegui perceber que está bem, era o meu maior medo, que o meu bebé não estivesse bem.
Sei que cada vez que algo não corre como ela quer, costuma deixar de comer e dormir. Só espero que não o esteja a fazer desta vez.
Preciso dela cá, saudável e linda como sempre foi.

São praticamente cinco da manhã e eu preciso mesmo de dormir. Esta vai ser a primeira noite em que vou conseguir dormir algo de jeito, já tenho a certeza que está tudo bem.
Agora é só pedir a todos os anjinhos que me ajudem a convencer o Jorge quando ele voltar, de que o meu amor pela Bárbara é real.

Abro os lençóis da cama e deito-me entre eles. E adormeço com boas memórias a passarem-me na mente.

#BárbaraP.O.V#

Agarro a pequena almofada de cima da cama e deixo as lágrimas fluirem. Não sei como fui capaz de o ignorar durante tantos dias. Quando atendi senti a sua surpresa, nunca pensou que fosse atender.
Deixei-o tão preocupado durante estes dias por puro egoísmo. Se isto me dói, a ele também dói e fugir nunca é uma boa solução.

Levanto-me e ando até à cozinha. Bebo um copo de água e sento-me em cima do balcão.

-Insônias?-Pedro, o meu primo chato.

-Problemas.-falo seca sem vontade alguma de responder.

-Costumo ouvir que falar com estranhos ajuda. Podias aliar o facto que mal temos afinidade e despejar tudo o que tens aí dentro a corroer esse pequenino coração.

Olho-o duas vezes, meio que a ler o que dizia e começo a decidir se digo ou não digo. Mas que mal haveria ele de fazer ao saber da minha história com o André?

-Estás preparado para ouvir uma história com muita confusão, discussão e amor à mistura?-começo.

-Já dormi o dia todo para te disponibilizar a noite.-ambos gargalhamos.

Começo a contar a minha história com o André bem desde o início, as discussões, as miúdas que levava para casa, os nossos primeiros beijos e agora o nosso afastamento involuntário.

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Antes demais peço desculpa por este desaparecimento. Em segundo vou explicar-vos um pouquinho do porquê.
Como já devem ter percebido não sou pessoa de escrever histórias enormes e não sou apologista de escrever só pelas leituras e os números. Tudo o que escrevo tem um fundamento e propósito e esta fic deixou de ter esse propósito para mim.
Não sei como mas deixei de ter o encanto que tinha quando a escrevia, apesar de a adorar! E adorar a história e tudo o que a envolve.
Agora sejam siceros, acham que a história já deu o que tinha a dar ou não? Dá para continuar ou está chata?

Deixem o vosso voto e comentário sincero!

Beijinhos da Cat

Amor Improvável || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora