Trinta Cinco

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#BárbaraP.O.V#

Esta é a nossa última noite em Bruxelas. Amanha às onze da manhã temos voo para o Porto e eu só consigo pensar nas saudades que vou ter de Bruxelas e deste clima fantástico com o André.

Durante esta semana fomos muito felizes, passeamos juntos e a cima de tudo não tivemos de andar sempre a esconder-nos com o medo.

Chegamos agora ao cinema e sentamo-nos nas cadeiras do fundo. Ele convidou-me para vir ao cinema alegando que queria passar mais tempo comigo antes de voltar a Portugal e eu admito que também queria.

O filme começa e eu prendo-me na história e na quantidade de tiros e ação que o filme tem.

-Gostaste do filme.-começamos a andar para a saída.

-Adorei amor. Foi uma boa escolha.-respondo e ele olha-me convencido por ter elogiado a escolha dele.

-Não vamos já para o hotel, anda que quero mostrar-te uma coisa.

Amarra na minha mão e do centro comercial até ao pequeno jardim onde ele me queria levar são dez minutos. Quando olho para o espaço derreto-me de tão amoroso que é.

A relva verde é um lugar apetecível para deitar e por ficar num alto dá para ver toda a cidade de Bruxelas.

O André senta-se e puxa-me para me sentar no meio das suas pernas, as minhas costas encostam ao seu peito e ele pousa o queixo no meu ombro.

Olho a volta e o lugar é lindo. Se olhar para cima consigo ver o céu estrelado e brilhante.

-Isto é lindo.-admito.

-Foi o João que me falou disto, já cá esteve há uns anos com o pai.

-Em tão pouco tempo tornaste-te a coisa mais importante da minha vida. Eu sei que não devia considerar-te tanto e eu até tentei repudiar este sentimento mas simplesmente não consegui. Do nada não estava contigo e sentia saudades, ficava com o coração apertado quando ias para o treino e me deixavas, tinha medo de quando saias à noite arranjares alguém melhor que eu. Tinha medo que me deixasses pois eu já não sabia viver sem ti, sem o teu toque, a maneira como me fazes rir, admito até que não sei viver sem as tuas piadas parvas. Se um dia saíres da minha vida vais deixar-me sem chão porque tu és como ar para respirar. Eu sem ti não existo.-a meio do meu desabafo já me escorrem lagrimas pelo rosto e ele tenta limpa-las.

-Calma, eu não vou sair da tua vida. Eu amo-te muito e não conseguiria viver sem ti. Quem é que ia berrar para mudar de quarto às cinco da manha? Quem é que ia dizer que as minhas piadas são más? Ou até mesmo quem me ia fazer feliz só com um sorriso? Eu amo-te mesmo muito.-abraço o seu corpo e descansamos ali, no colo um do outro.

***

Acabei de aterrar em Portugal e já sinto esta má energia de novo. Largo a mão do André e vou para a beira da Sofia pois em breve os nossos pais vão ver-nos.

Só queria poder contar e eles aceitarem, entrarmos aqui de mãos dadas e eles sorrirem por verem que estamos felizes. Queria poder dar-lhe um beijo no meio da sala em casa e não ter medo que alguém veja. Queria até poder dizer ao meu pai o quanto amo o André, o quanto ele transformou a minha vida e me mudou.

Mas ninguém tem tudo o que quer e já sei que sou uma sortuda por o poder ter comigo todos os dias e por ele ser meu.

-Bárbara nem um abraço ao teu pai.-ouço-o falar e é que reparo que estava parada à sua frente a pensar. Dou-lhe um abraço sentido e digo-lhe que tinha saudades.

-Teresa que saudades dos teus cozinhados!-abraço-a também e ela ri do meu comentário.

O André chega logo atras de mim e abraça a sua mãe e o meu pai. Começam uma conversa de como correu a viagem e do que gostaram ou não.

Não me meto porque não me apetece falar.

-Que saudades eu tinha deste sofá.-o André atira-se para o sofá de casa e eu rio-me das suas figuras infantis.

-Estou a ver que esta semana por lá foi divertida. Vocês vêm todos felizes e bem dispostos.

-Foi muito boa mesmo.-falo sincera.

#AndréP.O.V#

O meu telemóvel toca em sinal de mensagem e eu retiro-o do bolso traseiro das calças.

"Espero que tenhas gostado desta semana de amor. Foi a última!"

Beatriz

Leio a mensagem pela quinta vez confuso como na primeira e mostro à Bárbara para ela ler sem que os nossos pais vejam.

-André e Bárbara que fotos são estas que acabei de receber?-o Jorge grita do quarto.

-Eu também recebi. O que é isto?-olho assustado para o telemóvel da minha mãe e vejo fotos minhas a beijar a Barbara nas ruas de Bruxelas.

Oh no! Beatriz tu foge para bem longe porque quando eu te apanhar tu vais desejar nunca ter descoberto o Facebook dos nossos pais nem ter lá conta.

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Heyyyy pessoaaaas! Bárbara e André metidos em encrencas parte três mil. E agora?

Votem e comentem e leiam a minha nova história também do André, Londres.

Beijinhos da Cat

Amor Improvável || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora