Doze

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O João acaba de por todas as suas coisas dentro do saco e saímos da sua casa em direção ao estádio. Hoje vamos ter treino e eu fui deixar a mota a casa e viemos os dois a pé.

-Estou mesmo tramado... Ter de apresentar a dança com a Beatriz, que sorte a minha.-olho para ele desiludido.

-Estás a queixar-te de algo? Vais dançar com uma gostosa já eu tenho de levar com a Bárbara em cima, vê lá se te continuas a queixar.-o meu telemóvel vibra e vejo uma mensagem no Instagram, já respondo.

-Desculpa lá mas a Bah é muito melhor que a Beatriz, tanto de corpo como cara!-não sei o motivo mas as palavras dele irritam-me um pouco bem lá no fundo.

Meto o código no telemóvel e vejo a mensagem do Instagram que recebi. É daquela Rita de música.

*E então sedutor, não deverias ser tu a meter conversa?
Rita Morais

Rio-me com a mensagem da rapariga, o que a leva a crer que eu corro atrás de alguém? Elas é que me procuram e não me falta fila.

*Sabes que eu não gosto de mensagens mas quem sabe não mude a minha opinião por ti.
André

-Estás ouvir pá? Tou a falar contigo à séculos.-recebo um estouro no cachaço e só ai começo a tomar atenção à conversa.

Chegamos ao estádio e começamos o nosso treino. Estou tão atento que já comi três bolas na cara.

-André pareces uma bailarina no meio do estádio, ou acordas ou a sais.-sou ameaçado pelo mister mas rapidamente sou substituído.

Sento-me no banco a olhar para o nada e decido que conversar com a moreninha não será a pior coisa do mundo.

*Isso é um convite para um café?

Esta miúda abusa mas estou a curtir do a vontade dela. Não é daquelas que fica toda tímida e tens de fazer tudo sozinho, isso agrada-me.

*Logo à noite um café na praça Ritinha?

*Quantos tu quiseres, paga aquele que for mais gato Andrezinho!

*Então hoje não gasto dinheiro com uma companhia como tu.

A esta hora está toda babada com o meu comentário. Mais uma no papo.

-Por acaso estás a fazer alguma promessa de ficar no banco até o estádio fechar?-este João é tão praga, como é que é o meu melhor amigo?

Levanto-me do banco sem lhe responder e tomo o caminho dos balneários. Faço a minha higiene toda sem lhe dirigir a palavra, não por estar chateado mas sim porque não me apetece conversar.

Levo-o a casa a pé e só depois começo a fazer o caminho da minha. Quando lá chego a minha mãe e o Jorge estão no estacionamento a meter todas as malas no carro prontos a arrancar para a sua viagem tão merecida.

Ao fim de me despedir dos dois e de receber umas mil e quinhentas recomendações lá consigo entrar em casa e aterrar na minha cama.

Combinei com a Rita que ela vinha aqui ter e depois iamos na minha mota para tomar o café. Já tomei banho e estou praticamente pronto para ter uma noite que valha a pena.

A campainha toca e apesar de estar adiantada vinte minutos ela chegou na hora certa. Meto dois presevativos ao bolso e pego no casaco na mão, saio do quarto e quando chego à sala tenho uma visão que não me agrada de todo.

O otario do Felipe está aqui a dar dois beijinhos à Bárbara e a sorrir-lhe como se fosse um santo.

-Pronta para o nosso café linda? Prometo compensar-te da noite em que te deixei à seca.-ela sorri e vira costas para pegar na bolsa.

-Vais te por lá fora ou vou ter de te espetar a cabeça no chão quatro vezes?-berro e ele encolhe-se todo.

-André estás a passar-te? Deixa o rapaz em paz.

-Bárbara não te metas, eu sei bem o que estou a dizer! Ele não é nenhum santo e se não se mete lá fora em um minuto vou partir-lhe a tromba.

-Broo não é preciso isso, aquilo foi uma brincadeira que tu percebeste mal. Mas já passou, não guardes rancor.-salto para cima dele e agarro-o pela camisola.

-Mas tu estás a brincar comigo? Andavas a falar na escola que comeste a miúda e que ela era uma fácil, nem foi preciso conversar e estás agora feito anjo? Estou é arrependido de não te ter estourado logo lá na escola.-dou-lhe um murro no maxilar e ambos começamos uma luta mas sem jeito algum ele me ganhará.

Quando já lhe arrebentei o lábio e lhe bati com a cabeça no chão umas três vezes sou puxado para trás pela Bárbara. Ela arrasta-me até ao sofá e senta-me tentando acalmar-me, o otario continua deitado a queixar-se de dores.

-Bah vamos conversar, isto é verdade mas ele percebeu tudo mal, não foi assim que se passaram as coisas.

-Estás a gozar com a minha cara? Sai desta casa e nunca mais me dirijas a palavra, eu odeio-te.-um estouro ouve-se e a mão da Bárbara está na cara do rapaz. Ele sai pela porta fora bem envergonhado e um longo suspiro que não sabia que segurava livra-se de mim.

Os olhos dela enchem-se de lágrimas e ela escorrega pela parede. Levanto-me num ápice e abraço-a sem pensar no que estou a fazer.

-Obrigado.-aos poucos levo-a até ao sofá e sentamos-nos bem juntos.

-Por ter feito aquele gajo arrepender-se de ter nascido?-ela sorri e sinto que o meu dia acabou de melhorar.

-Por me teres defendido e contado, senão ia andar a fazer figura de parva.-olho os seus lábios e não resisto ao desejo que cresce dentro de mim.

Encosto os meus lábios aos dela bem suave e só quando sinto que está na hora puxo a sua língua para a minha boca. Elas dançam juntas como se estivessem num musical.
Dou um sorriso e largo a sua língua dando um pequeno beijo nos seus lábios.

-Obrigado.-digo e seguro a sua mão.

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Beijinhos da Cat ♥



Amor Improvável || André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora