Capítulo 10

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A sta. Peregrine estava sentada no sofá tricotando, ela estava toda vestida de preto, com os cabelos presos em um coque perfeitamente redondo no topo da cabeça e usando luvas de renda e uma blusa de gola alta bem ajustada no pescoço, tão fastidiosamente limpa e arrumada quanto a própria casa. Assim que Emma fechou as portas atrás de nós ela parou de tricotar, levantou e disse.

— Boa tarde. Você deve ser Jacob e Luana. -- Emma olhou boquiaberta para ela.

— Como sabe o no...

— Eu sou a diretora Peregrine — disse ela, levantando um dedo para silenciar Emma. — Ou se preferir, como não estão atualmente sob a provisão de meus cuidados, srta. Peregrine. É um prazer finalmente conhecê-los.

A srta. Peregrine estendeu a mão enluvada em minha direção, e então, como não a apertei, percebeu a corda que amarrava meus pulsos.

— Senhorita Bloom — exclamou. — O que significa isso? Isso são modos de se tratar nossos hóspedes? Solte-os imediatamente!

— Mas, diretora, eles são bisbilhoteiros e mentirosos, e eu não sei mais o quê! — Emma me lançou um olhar cheio de desconfiança e murmurou algo no ouvido da srta. Peregrine.

— Ora, senhorita Bloom! — disse a srta. Peregrine, soltando uma sonora gargalhada. — Que grande bobagem! Se esse garoto fosse um acólito, você já seria picadinho na panela dele. Se não consegue ver que esses são os netos de Abraham Portman só de olhar em seu rosto, você deve ser cega!

T talvez eu não tivesse de me explicar no fim das contas. Ela estava nos esperando! Será que Enoch que a contou? Emma tentou protestar, mas a srta. Peregrine fez com que se calasse apenas com um olhar sério.

— Ah, está bem — suspirou Emma. — Mas não digam que eu não avisei. — E, com alguns puxões no nó, a corda caiu de minhas mãos.

— Peço que perdoem a senhorita Bloom — disse a srta. Peregrine enquanto eu esfregava os pulsos doloridos. — Ela adora fazer um drama. — Percebi. Emma fez uma cara feia.

— Se eles são quem dizem ser, então por que eles num sabem nada sobre as fendas de tempo, nem mesmo em que ano eles estão? Vá em frente, pergunte a eles!

— "Por que eles não sabem" — corrigiu a srta. Peregrine. — E a única pessoa que vou submeter a perguntas é você, amanhã à tarde, sobre a correta pronúncia das palavras! -- Emma ficou resmungando. — Agora, se não se importa — disse a srta. Peregrine —, preciso ter uma conversa em particular com o senhor e a senhorita Portman.

Emma sabia que não adiantava discutir e, de cabeça baixa, foi até a porta, mas antes de sair virou-se para me lançar um último olhar sobre o ombro. Havia em seu rosto uma expressão que eu ainda não vira nela antes: preocupação.

— Você também, senhor Nulings — exclamou em voz alta a srta. Peregrine. — Pessoas educadas não ficam ouvindo escondidas a conversa dos outros!

— Eu só esperei para perguntar se gostariam de um pouco de chá — disse

Millard, que desconfiei ser um pouco puxa-saco.

— Não queremos, obrigada — respondeu lacônica a srta. Peregrine. Ouvi os pés descalços de Millard soarem no chão de madeira e se afastarem, e a porta se fechar quando saiu.

— Eu devia lhes pedir que se sentassem — disse a srta. Peregrine, fazendo um gesto para uma poltrona estofada atrás de mim. — Mas vocês parecem estar incrustados de sujeira. — Então ajoelhamos no chão.

— Vocês já estão na ilha faz alguns dias — disse a srta. Peregrine. — Por que demorou tanto para nos fazer uma visita?

-- Vovô Portman nunca disse como era, ou como entrar em uma fenda, e Jake não sabia de nada sobre isso.

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