II - Sakura: Ele

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Seus olhos sensíveis se incomodaram ao sentir os primeiros raios de sol da manhã batendo em seu rosto.

Se espreguiçou e sentou-se na cama, olhando para o relógio em sua cabeceira, e para o porta retrato ao lado, nele, a foto da antiga equipe 7.

Este já foi o início de muitas conversas,e sempre que lhe perguntavam sobre o moreno presente na foto, Sakura falava o mesmo: não sabia. Não sabia onde estava, o que estava fazendo, o que estava sentindo, não sabia se algum dia voltaria, mas esperava que não. Sasuke já a fez sofrer demais por sua causa, a fez de boba, e ela não deixaria isso acontecer novamente.

Depois de levantar, vai ao banheiro tomar um banho gelado para refrescar-se e esvaziar a mente. Teria um dia cheio no hospital, era bom que estivesse com a cabeça limpa.

Despiu-se e entrou no box, ligou o chuveiro e sentiu o impacto da água gélida em seu corpo quente e suado. Konoha tinha um clima abafado, era inevitável transpirar a noite, principalmente no caso de Sakura que tinha pesadelos freqüentes.

Saiu do banheiro e pôs suas roupas, secou as mechas róseas com a ajuda de uma toalha.

Na cozinha, preparou um café da manhã prático que seguia sua dieta balançada de proteínas e carboidratos. Pegou seu jaleco e saiu do apartamento trancando a porta e indo em direção ao hospital de Konoha.

Chegou na recepção e foi cumprimentada pelas enfermeiras dali.
Seguiu em direção a sala de encontro dos funcionários, sendo logo recebida pelo sorriso de Yamanaka Ino.

- Bom dia testuda!
- Bom dia porca! - Diz retribuindo o sorriso.

Sakura arrumou alguns papéis e foi logo para ala de cirurgias. Participaria de um transplante de alto risco.

A cirurgia começou. Em meio a ordens médicas, agulhas, máquinas, e sondas, o paciente foi perdendo os batimentos, até não resistir mais.

Um dos médicos ficou encarregado de dar a notícia aos familiares que estavam na sala de espera.

Uma mulher mais velha e uma criança. Sakura que estava um pouco afastada, se aproximou ao perceber a expressão de dor e mágoa no rosto de ambas.

- Sinto muito, fizemos tudo que estava ao nosso alcance. - Diz tentado conforta-las.

A criança chorava baixinho. Sakura se abaixou ficando de seu tamanho e pôs a não em seu ombro.

- Não chore pequena...

- NÃO!! - Disse batendo na mão de Sakura a tirando de seu ombro. O choro agora era estridente, a menina era uma mistura de dor, frustração e tristeza.
Em questão de segundos a criança saiu correndo em direção a saída do hospital. Sakura correu atrás dela.

Assim que atravessou as portas, avistou a menina chorando sentada um pouco mais a frente do hospital, foi até ela calmamente e se sentou ao seu lado, dessa vez não disse nada, apenas a abraçou forte deixando uma lágrima escorrer de seus olhos esmeraldinos.

Para Sakura, essa era sem dúvida a pior parte de ser médica: a dor de perder alguém amado. Mesmo que muitas vezes ela não tivesse como salvar um paciente, ela sentia a dor da perda, e se sentia culpada.

A menina em seus braços percebeu que a rosada também chorava. Levou seus pequenos dedos a pele leitosa, e limpou as lágrimas.

- Você não tem culpa, não deve chorar.

- Me sinto mal de ver os outros sofrendo... - a rosada diz com um sorriso fraco.

- Faz parte de ser médica - retribui o sorriso - ficarei bem.

Sakura a abraça novamente, e se levanta vendo a menina fazer o mesmo antes de correr até sua mãe e abraçá-la. Ficou observando tudo dali.

Seu rosto já não estava mais inchado, e as lágrimas já haviam secado quando sentiu um olhar sobre si. Virou o rosto e o corpo em seguida, deparando-se com um jovem alto de pele clara, cabelos negros e olhos ébano que ela conhecia muito bem.

- Sasuke-kun...

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