XXIV - Sasuke: Laços

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A viagem continuou, cerca de algumas horas depois pararam e montaram novamente o acampamento para a noite. A mesma coisa da noite anterior: montaram as barracas, Naruto foi pegar lenha, Sasuke foi pegar os peixes, e até a conversa de Sakura e Sasuke na beira de um riacho foi repetida.

Assim que a rosada escorou-se em seu ombro, deu início a conversa.

- Então, você e o Naruto-kun? - Ela perguntou de forma irônica, fazendo referência à pergunta que Sasuke lhe fez na noite anterior ao questioná-la sobre seu relacionamento com Kakashi.

- Você é bem intrometida não é?

- Intrometida, não. Curiosa, sim.

- A curiosidade matou o gato.

- E eu por acaso eu sou um gato? Se alguém tentar me matar, sei me defender muito bem! - Disse forçando orgulho.

Ambos se olharam e instantaneamente começaram a rir por tal comentário de Sakura.

- Mas o quê? Uchiha Sasuke está rindo? Vai chover! - Disse irônica.

- Está bem irônica hoje.

- E você sociável. Até parece uma pessoa normal.

Sasuke deu uma fraca risada anasalada. Era verdade, ele realmente parecia mais confortável em se envolver em uma conversa. Ele até gargalhou, a última vez que havia feito isso fora na madrugada anterior ao conversar com Naruto. Quem sabe, talvez a companhia e convivência com loiro lhe deixassem mais leve, a ponto de demonstrar alegria e rir de uma piada mesmo que esta não fosse das melhores.

Ele direcionou o olhar para a água do riacho, soltando um leve suspiro.

- Parece que o Naruto-kun lhe faz bem. Eu fico muito feliz por vocês Sasuke-kun, de verdade. Vocês tem todo o meu apoio.

Era impressionante como Sakura conseguia ler os pensamentos do Uchiha, parecia até que usava algum tipo de jutsu. Mas a única coisa que permitia à ela entendê-lo tão bem, eram os laços que haviam recuperado em tão pouco tempo. Laços de amizade, fraternidade; Sasuke começava a enxergar a rosada como uma irmã que nunca teve, na verdade, ela parecia-se com Mikoto em vários aspectos. Ele imaginou tal possibilidade, a de estar lado-a-lado com sua mãe novamente, poder abraçá-la, sentir seu cheiro, o toque dos dedos finos em seu cabelo negro, a voz doce dizendo que o amava.

Ainda com esse pensamento, Sasuke pousou a cabeça em cima da de Sakura que escorava-se em seu ombro. Ele percebeu sua surpresa por tal ato.

- Sakura, Arigatou.

Ele agradecia não só pelo apoio que a rosada deu a seu relacionamento com Naruto, mas também por ela estar sendo tão presente em sua vida.

Ela soltou um pequeno suspiro em satisfação.

- E como está Mibuy? - ele questionou depois de alguns segundos.

- Seu joelho doía muito então passei uma pomada para aliviar, mas mesmo assim a dor não passará totalmente até que cheguemos em Suna e eu possa operá-lo e ela possa fazer fisioterapia.

- Não confio nela.

- Eu sei. Mas qual é, ela tem uma perna quebrada, se tentasse nos enfrentar teria uma tremenda desvantagem. Mesmo que trouxesse reforços, eles teriam que se preocupar com ela que poderia se machucar ainda mais em meio à uma batalha.

- Não é essa parte que me preocupa, e sim a dos nukenins. Pela descrição que ela deu eles pertenciam ao mesmo grupo que nos atacou da última vez. E como da última vez mencionaram uma ninja médica, ou seja você. - ele disse levantando sua cabeça e fitando as próprias mãos. - Ela disse que eles foram embora quando sentiram nossa presença. Mas, eu consegui reconhecer o líder. Se aquele cara que sobreviveu na nossa batalha estivesse no grupo que atacou Mibuy, ele não teria reconhecido nosso chakra?

- Se ele reconheceu nosso chakra, por que não nos enfrentou sendo que eu era o alvo principal? - Questionou Sakura.

- É isso que me confunde.

- Tem mais uma coisa.

- O que?

- Da outra vez que fomos atacados, eles queriam impedir que eu chegasse à Suna e dissipasse o vírus. Mas eu já fiz isso, então por que precisam de mim agora?

- Eles não iriam procurá-la só para matá-la por ter feito isso, não. Eles também não atacaram nem se fizeram presentes durante nossa estadia em Suna, deixando muito fácil o desenvolvimento da cura... - Ele dizia pensativo - Talvez, o vírus fosse um teste. Uma maneira que testá-la para saber sua capacidade como médica ninja. E agora que eles já tem essa noção à querem para algo que só uma médica ninja experiente consiga fazer.

- Faz sentido. Se for realmente isso, então todas as pessoas infectadas sofreram por minha causa? - Sakura estava frustada - F-foi por minha causa que pessoas morreram? - As primeiras lágrimas escorreram pelo rosto da rosada.

Sasuke detestava aquele costume da rosada, de culpar-se por tudo. Afim de acalmá-la, levou a mão até o rosto da garota e limpou as lágrimas rapidamente.

- Foi por sua causa que agora todos estão curados, saudáveis e vivendo suas vidas tranquilamente. Você só é a responsável por acabar com uma epidemia.

- Mas Sasuke-kun...

- Sakura, eu sei que você sempre se culpa pelas coisas, sei que você sente a dor dos outros, essa é você. Mas ser você foi o que salvou aquela aldeia de uma doença viral. Você salvou milhares de vidas.

Ela arregalou os olhos e cessou as lágrimas. Surpreendeu o moreno com um abraço.

- Obrigada Sasuke-kun.

Ele assentiu.

Saíram dali e Sakura foi chamar Mibuy para comer, encontraram-se com Naruto em volta da fogueira. Após jantarem definiram os turnos de vigia.

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