Os Segredos dos Vatores ✔️

Disputa

- O que você pensa que está fazendo com ela? - Pergunta Zachary com o seu olhar ameaçador e o seu sorriso de predador.

- Não lhe diz respeito Vatore. - Diz Luke na frente da roda de amigos.

- Não sei se preciso te lembrar, mas a senhorita Humphrey mora conosco, isso significa que nos pertence. - Surge Caleb, se posicionando ao lado do irmão, sempre sem expressão e sentimentos nas suas palavras, ele e como um robô.

- A gente ia se divertir, afinal ela parece abatida devido aos dois panacas. - Os amigos de Luke o apoiam.

- Wendy, vá para meu carro. - Ordena Zachary, que hoje mais cedo se recusou a me dar carona nesse mesmo veículo.

Fico meio perdida na confusão, não faço idéia de como isso foi chegar aqui.

- Ela se recusou a ir no meu, que a chamei pra diversão, você realmente acha que ela vai entrar no que a fez chorar? - Luke direciona o olhar para mim.

Mas sei que suas intenções não foram boas, ele queria se mostrar superior aos amigos, como se eu fosse uma conquista nova.

- Wendy, vá para meu carro. - Zachary repete. - Engulo em seco e faço o que ele manda, porém quando estou indo Luke para na minha frente novamente.

- Você só pode estar de brincadeira garota. - Ele ia por as mãos sobre meus ombros, mas Zachary agarra seu pulso o impedindo rapidamente.

Observo seu olhar ficar mais escuro, ele não está mais no seu tom de brincadeira.

- Zachary, se controle, vamos embora. - Caleb ordena.

- Se controle? Até parece que ele pode fazer algo contra mim e meus amigos. - Debocha Luke.

Mas Zachary me surpreende ao soltá-lo.

- Covarde. - Luke sibila sorrindo.

- Fique longe de nós, e isso inclui a Wendy. - Caleb fala friamente para Luke e lhe da as costas se retirando.

Luke fecha o punho e o direciona para o Caleb, Zachary não se move, é tudo tão rápido.
Em um piscar de olhos o Caleb agarra o soco de Luke, a poucos centímetros do seu rosto.
Luke aparenta tão surpreso quanto todos os outros ao seu redor.

- Eu disse, vamos. - Repete Caleb largando a mão de Luke que despenca.

Caleb se retira andando, Zachary me guia com a mão em minha cintura até o seu carro.
Abro a porta e adentro o veículo um pouco insegura, sem palavras sobre o que acabou de ocorrer.
Depois de toda bagunça, finalmente há silêncio no carro, até o Zachary o ligar.

- Posso saber porque fez aquilo? - Questiono ainda com um nó na garganta.

- Não precisamos que saibam mais sobre nós, e também precisa cuidar da Lilith.

- Por um momento imaginei que vocês seriam cavalheiros. - Revirou os olhos.

- Oh, desculpa, lhe decepcionamos? - Ele põe sua mão em meu queixo, erguendo minha cabeça, fazendo nossos olhos se encontrarem. - Queria que fôssemos os príncipes encantos pra salvar a donzela? Acha mesmo que nos importamos com uma coisa insignificante como você? - Aquele maldito sorriso, tornou a preencher seu rosto.

Bato com as costas das mãos no seu braço, fazendo ele largar meu queixo.

- Não encoste em mim! - Ordeno com raiva.

- E o que você vai fazer? Voltar pro Luke?

- Eu não precisava da sua ajuda, poderia me virar.

- Estou vendo. - Ele diz com ironia posicionando suas mãos no volante e começando a tirar o carro do lugar.

- Caleb não vem conosco? - Questiono.

- Ele tem outros planos.

Enquanto estávamos indo para casa ele abriu os vidros, fazendo o frio congelante entrar no carro.
Porém ele parecia não se importar.

- Sobe os vidros, estou com frio. - Peco colocando meu cachecol sobre nariz e boca. - Vou ficar resfriada, e você também.

- Tenho uma boa resistência.

- Eu não! - Falo quase gritando, mas ele apenas ri. Claro que ele está adorando me torturar dessa forma. - Por favor.

- Meu carro, minhas regras, se quiser te largo aqui e você vai andando pra casa, certo? - Ele fala, então apenas me calo. - Prefiro você assim, mudinha, sem contestar.

- Não encoste dou a mínima para o que você prefere ou não. - Ao término da minha fala, ele freia o carro com tudo, e nossos corpos são jogados para trás.

- Escuta, eu já estou cheio de você, e a forma como fala comigo, deveria se comportar mais, está na casa de estranhos que conhecem tudo sobre você e a única coisa que sabe sobre eles é o sobrenome, eu tomaria mais cuidado se fosse você. - Eu me calo, ele está certo, não sei nada sobre eles, preciso descobrir mais, não faço idéia de onde estou me metendo, mas estou envolvida nisso até o pescoço. - Assim é melhor. - Ele volta a dirigir o veículo, ainda com os vídeos abertos.

Ao chegarmos em casa, Sebastian nos espera em frente a porta.

- Você está bem? - Ele vem até mim.

- Porque não? - Dou de ombros, tentando ignorar o estranho dia de hoje.

- Caleb me contou o que houve na universidade.

- Caleb te ligou? - Questiono.

- Não, ele está no quarto. - Ele me fala enquanto adentramos a casa.

- Como? Ele veio a pé e chegou mais rápido que nós? - Retiro meu casaco e o Sebastian o recolhe.

- Ele e assim, o Zachary, te tratou mal? - Ele me pergunta.

- Ah qual é? Esse papo de bom moço não combina com você Sebastian, o seu teatro é ridículo e não pretendo participar dele. - Zachary adentra a casa também, tira os sapatos com neve e os deixa no canto da porta, mas Sebastian permanece quieto ao ouví-lo. - Por que estamos hesitando? Essa garota era para nos satisfazer.

- Zachary, basta!

- Ela é apenas um recipiente de sangue, ela não foi o presente do nosso querido pai? - Ele enfrenta o irmão com o sorriso maléfico.

- Presente? Do que estão falando? - Estro no meio da discussão, mas me ignoram como se eu não estivesse entre eles.

- Você vai aceitar isso, vai ceder aos caprichos dele. - Sebastian o olha nos olhos.

- Preciso me fortalecer, precisamos nos fortalecer, sabe o que teremos que fazer depois ou preciso te lembrar? Irmão...

- Ele quer isso, que a gente dispute a garota, quem a tiver vai se fortalecer e prometemos não fazer isso.

- Pra mim já deu, não ligo que aconteça. - Novamente a expressão do Zachary é tomada por seriedade.

Ele me encara com os olhos escuros e dentes grandes, veias que percorrem o seu rosto.

- Ela vai ser meu recipiente agora.