Crianças

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Meu corpo está pressionado contra o do Zachary, enquanto ouvimos apenas o som de nossas respirações no silêncio, até que começo a ouvir passos perto da casa, passos que o Zachary ouviu a um bom tempo, sua audição é mesmo incrível.
Eu olho para o Zachary em busca de uma resposta sobre o que fazer, mas o olhar que ele me devolve é de "Apenas fique quieta." Engulo em seco apenas esperando.
Até que alguém abre a porta, e adentra, nós suspiramos em alívio ao ver o rosto do Arthur. No mesmo instante me afasto para longe do Zachary.

- Atrapalhei alguma coisa? - Arthur passa por nós com uma carranca.

- Não!
- Sim! - Eu neguei mas o Zachary confirmou no mesmo momento.

- É uma pena. - Arthur se senta no sofá.

- Não atrapalhou Arthur, apenas ficamos com medo de ser um policial ou outro Vatore. - Digo para me proteger.

- Estou vendo... Preocupados.  - Ele fala com tom de ironia.

- Na verdade, eu e a Wendy estavamos evoluindo bastante, entende não é? Então, da próxima vez, tenta não nos interromper. - Zack debocha. Eu o fulmino com o olhar com o rosto corado.

- É quem sabe daqui um século, quando eu não estiver mais morto, eu não precisarei atrapalhar você e sua próxima garota. - Arthur fecha os olhos sem preocupação.
Eu me lembro do último conflito, Arthur e Zack são como gato e rato, eles jamais irão se dar bem.

- Próxima garota? - Sussurro para mim mesma.

- Você ainda é humana, e pior, bruxa. Acha que vai viver um século? - Arthur torna a olhar para mim.

- Isso não é algo que precisamos pensar agora, temos que nos concentrar em nossa situação atual, você conseguiu ver o que a polícia tem feito por lá? - Zachary muda de assunto e continua encostado na parede que estávamos. Porém, as palavras do Arthur ainda ecoam no meu cérebro, as vezes me esqueço que sou mortal.

- Eu ouvi que algo errado estava acontecendo, então eu deixei a moto escondida para me aproximar da casa, quando vi as viaturas, vim me esconder aqui. - Ele explica.

- Eu não aguento mais estar morta, eu quero andar nas ruas, eu quero sair, como você consegue ir lá fora? - Pergunto para o Arthur.

- Geralmente eu não tiro o capacete para esconder o rosto. - Ele da de ombros.

- Entendo. - Meu rosto toma a expressão de abatido.

- Ah, se eu não me engano, sua mãe estava lá... - Arthur balbucia.

- M-Minha mãe, o que? - Questiono para ter certeza.

- Ela solicitou a polícia para investigar a casa, ela desconfia dos Vatores, a última coisa que me lembro era dela gritando com Derick e Caleb, que iria fazer justiça, que ela sabe que eles com certeza tem algo a ver com seu desaparecimento. Bom, ela ta certa de uma certa forma. Se o Zachary tivesse um mínimo de bom senso, teria esperado uma hora melhor para me atacar, ao invés de fazer isso na frente de todos. 

- Eu fiz o que tinha que ser feito, não tinha como saber se eram uma ameaça, e de qualquer forma acabaram sendo. - Zachary faz uma carranca.

- Deveria ser mais grato, a quem ajudou a salvar sua vida. - Arthur se senta o encarando. Sinto que o clima fica cada vez mais pesado, isso não é bom, já não basta a tensão que estamos passando nesse momento.

- Ah me admira você não ter voltado morto do jeito que é fraco, você deveria ter me enfrentado ao invés do Sebastian, eu estaria mais feliz com o resultado final. - Zachary continua a provocação.

Os Segredos dos Vatores ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora