Ryan

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Terminamos nossa refeição, improvisada mas deliciosa.
Sinto seu olhar pesar em mim, seus cabelos preso apenas na metade, e bagunçado ao mesmo tempo, seus piercings brilhando na sua orelha, e aquele sorriso.

- Eu fiquei com medo, do nosso beijo atrapalhar na nossa amizade. - Quebro o silêncio.

- Só irá atrapalhar se você quiser, e me surpreende você conseguir lembrar disso. Ele apoia seu rosto nas cosas da sua mão.

- A mim também. - Sorrio.

- Mas fico feliz que tenha lembrado, quero que grave isso. - Ele seu aproxima de mim. 

- Não preciso lembrar se fizer de novo. - Deixo as palavras escaparem.

- Então quer que eu faça de novo?

- Só acho que não seria tão ruim. - Gaguejo um pouco devido a timidez. Seu rosto se aproxima, nossos lábios estão tão próximos, quase se tocando quando somos interrompidos pela porta principal que se abre, nos separamos em um susto, e uma silhueta se revela com neve no cabelo e no ombro, um homem bonito e bem vestido, que eu não conheço, ele retira o casaco e o cachecol e os pendura atrás da porta antes de entrar por completo.

- Esse é o meu irmão. - Diz Arthur enquanto o irmão dele, cujo não havia semelhança alguma, com olhos azuis e o cabelo escuro, aparenta ser um homem de poucas palavras.

- Olá. - Ele nos lança um pequeno sorriso.

- Oi... - Falo sem jeito, o Arthur se levanta. - Esse é meu irmão Ryan, e Ryan essa é minha amiga Wendy. - Ele nos apresenta, me levanto também e aperto a mão do Ryan. 

- É um prazer. - O cumprimento.

- O prazer é meu. - Ele sorri e se senta a mesa.

- Eu não sabia que iria voltar tão cedo pra casa hoje, quer comer alguma coisa? - Pergunta Arthur para seu irmão.

- Não obrigado, estou cansado, comi antes de chegar.

- Tudo bem. - Ele vai retirando a louça que sujamos, então eu vou o ajudando.

- Ow, deixa isso ai, você é visita, o Arthur pode lavar. - Ele segura minha mão e me pede para sentar, não sei porque, ele não exala tanta confiança.

- Ah, obrigada. - O Arthur olha para o Ryan antes de terminar de recolher os pratos em um pilha e os levando para a cozinha.

- Então, está em Oxford também? - Ele questiona.

- Sim, eu estou fazendo arqueologia.

- Interessante, mas você não é britânica.

- Culpada, sou canadense. - Sorrio.

- Ah, claro, já estive em Vancouver, lugar muito bonito.

- Sim, é verdade, moro em Toronto.

- Visitei também, Canadá tem muitas belezas naturais, Mora aqui perto? - Ele me pergunta.

- Não, na verdade moro bem longe daqui, eu cuido de uma garotinha em uma casa em troca da morada.

- Ah, entendo, eu os conheço?

- Bem, deve conhecer, eles são bem influentes... - Quase termino a fala mas o Arthur me interrompe voltando para mesa.

- Ninguém tão importante, é de um pessoal da faculdade, os Williams. - Ele mente, e eu não faço idéia do porquê.

- Hum... - Ryan Suspira, eles não são tão influentes assim, bem, eu vou indo. - Ele se levanta da mesa e põe a cadeira de volta no lugar. - E Arthur, leve suas atividades para o quarto. - Ele pisca para o irmão antes de subir as escadas, com certeza me constrange muito.

- Não ligue pra ele. - Arthur me da um toquinho amigável.

- Porque menti... - Tento questionar mas ele tapa minha boca com um beijo, e a explora com sua língua, um de suas mãos está na minha nuca e a outra está nas minhas costas, ele me pega no colo também com facilidade, minhas pernas entrelaçam sua cintura, ele me leva até o seu quarto e então me joga em sua cama, tranca a porta e volta para cima de mim, ele retira sua camisa e a joga no chão, o Arthur nunca esteve tão bonito, ele para o beijo, estou ofegante, ele desce suas mãos até minha barriga e tenta desabotoar a camisa, mas eu aperto seu braço o fazendo parar.

- Arthur... - Olho para ele.

- Desculpe, estamos indo rápido. - Ele se retira de cima de mim e se põe de pé.

- Não é apenas por isso. - Me sento na cama. - É que ainda não tenho certeza do que sinto, e não quero te magoar, você me pediu uma escolha, concreta, isso é algo que não posso te dar agora, eu sinto muito.

- Por que não? - Ele se aproxima, é quando escuto meu celular vibrar dentro da minha bolsa que está do outro lado do quarto, eu vou até ele e atendo a ligação com o número desconhecido.

- Olá?

- O que pensa que está fazendo? A Lilith está te esperando, e sabemos que não foi a universidade hoje, e deve ter esquecido que estamos ligados. - A voz rouca do Zachary surge no telefone. - Se você não vier, nós iremos te encontrar, você fugiu, contou algo para alguém?

- Não, não foi isso Zachary, eu estou indo pra casa, eu sinto muito, eu falarei tudo quando eu chegar, apenas me espere.

- Onde você está? - Ele ainda está furioso.

- Eu já disse que estou indo. - Desligo o celular antes que ele me responda, recolho minha bolsa, meu casaco. - Por favor me leve para casa. - Peço ao Arthur que suspira colocando sua camisa de volta. Nós saímos e fomos até a moto, o clima fica tenso entre nós, não trocamos palavras nem mesmo alguns olhares, ele me levou até a mansão em silêncio absoluto  ao descer da moto tento lhe dizer algumas coisas.

- Obrigada por hoje, foi um bom dia. - Sorrio, mas ele não me diz nada, eu devolvo seu capacete e ele se vai.
Ao adentrar a casa, todos estão na sala me esperando.

- Onde você foi? - Zachary vem pra cima de mim.

- Eu estava indo com o Arthur para universidade, acabei passando mal então ele me levou ao médico, sinto muito. - Minto.

- Devo dizer, suas mentiras melhoraram, ela estava na casa do Arthur. - Resmunga Caleb.

- Como sabe? Me seguiu? - Questiono.

- Do que importa? - Ele suspira.

- Ta, ele não me levou ao médico, eu passei mal e fui pra casa dele, mas foi isso, estava com febre, ele me deu um remédio então voltei ao normal. Eu vou ficar com a Lilith. - Subo a escadaria e vou até o quarto da Lilith.

- Você demorou, o Teddy está bravo. - Ela me fulmina com os olhos.

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