Mais Sobre Vampiros

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- O que foi isso? - Pergunto ao Caleb do lado de fora do bar.

- O Zachary não está aqui, tive que assumir o papel dele, entediante. - Ele suspira. - Mas se eu não o fizesse, ele iria continuar achando que é o melhor, se for se juntar a nós, ele tem que saber o lugar dele, a propósito, ele irá morar conosco.

- O que? - Berro e salto para trás com espanto. - Vai botar um psicopata assassino que fez todo aquele massacre, dentro da nossa casa?

- Você já vive com psicopatas assassinos, que diferença faria mais um? - Ele da de ombros.

- Mas ele vai querer me matar Caleb.

- Tecnicamente, você já está morta, além de que ele é fraco, se ele sair do controle, farei algo pior pra ele do que fiz aqui. - Caleb põe as mãos nos bolsos enquanto olha para o céu estrelado que nos cerca. - Merda, estamos quase no verão. - Ele murmura.

- Ah, sim, em histórias vocês morrem no sol, ou até mesmo brilham. - Rio. - Isso é real?

- Brilhar? - Ele me olha com expressão de questionamento. - O sol é mais um dos nossos pontos fracos, eles não só nos pulveriza, nós queimamos até virar pó, como também diminui nossas forças, mesmo que não estejamos abaixo dele, ele interfere em nós, em todos os sentidos.

- Realmente o sol, não é nosso melhor amigo, quando exposto a ele nossas moléculas se dissipam e a pele entra em auto-combustão. Imagine uma vegetação seca, coberta por palha, esta é a pele de um Vampiro. - Ryan vem até nós com os braços cruzados. - Só tem dois jeitos para um vampiro resistir ao sol... Primeiro, se ele tiver um vasto conhecimento sobre a nossa história, se ele tomar muito sangue humano, e chegar em um ponto o qual não consegue mais se fortalecer, de tão forte que já se encontra.

- É o caso do Dionísio. - Caleb interfere. Esse cara é mesmo muito poderoso. - Mas mesmo que ele tenha esse tipo de camada ao seu redor, ele é afetado, digamos que, se ele fosse humano, ele ainda pegaria um câncer de pele.

- E a segunda é jóias enfeitiçadas, acho que já deve ter notado o anel do Sebastian, o colar do Caleb, e o bracelete do Zachary com aquelas pedras, no meu caso eu também tenho um bracelete, e o Arthur tem os piercings, essas jóias são criadas por feiticeiros habilidosos, claro, os poucos que ainda restam, é por isso que não os aniquilamos, mas apesar disso, eles ainda são ameaças, eles tem vergonha dos seus ancestrais que nos criaram, verdadeiros demônios na terra.

- Só se pode matar um vampiro, com uma faca de prata no coração, mas você passaria toda a eternidade com a pessoa. Também a estaca de madeira somente no coração, e ainda sim, não é qualquer madeira, há uma específica, o sol sem proteção, arrancar nossos corações, nos decapitar, ou fogo. - Diz Caleb. - E o nosso irmaozinho, está sem proteção, então se ele não terminar logo de limpar a bagunça que fez, vai morrer queimado.

- Não seja tão impaciente, ele já está terminando e o Arthur está o ajudando. - Ryan murmura. Esperamos por mais quase uma hora, até que finalmente Derick e o Arthur sairam do estabelecimento. - O que fizeram com os corpos?

- Eu os desmembrei e os coloquei em sacos de lixo, o Arthur apenas tentou limpar o sangue das paredes, mas eu tive uma proposta melhor. - Derick já aparenta estar bem, falando como se o que ele fez foi a coisa mais normal do mundo.

- Acho bom a gente sair logo daqui, esse lugar vai explodir, o gás está ligado, assim a perícia vai achar que foi um incidente. - Sugere Arthur colocando seu capacete e indo até sua moto, Ryan foi para seu carro, Caleb joga a chave do carro para o Derick que com reflexos rápidos a apanha.

- Dirija. - Caleb ordena entrando no banco de trás, eu assumo o passageiro da frente e o Derick o do motorista, todos saímos apressados.

- Para onde vamos? - Pergunta o Derick, mas o Caleb já está deitado com seus fones de ouvido e olhos fechados, sem dar a mínima para nós.

- Vamos de volta para mansão. - Falo com a expressão séria, enquanto o guio.

- O que uma humana como você está fazendo aqui? E por que está viva?

- É uma longa história, que não lhe diz respeito. - Me recuso a conversar com ele normalmente. - Você é ousada, gosto disso, ah e devo lhe dizer, seu cheiro é um dos melhores que já senti na vida. - Ele me lança um olhar malicioso.

- Acredite, não é apenas o cheiro. - Caleb resmunga sem nos olhar.

- Eu adoraria ter o prazer de aprecia-lo. 

- Não vai poder, você ainda está sob supervisão, não sabemos o porquê mas o sangue dela nos deixa extremamente fortes. - Lanço um olhar acusador para o Caleb, ele está provocando o Derick, está o instigando a querer mais, por que? 

- Hum, interessante... - Ele me encara. - Você é virgem?

- Que tipo de pergunta é essa? - Acho que saiu fumaça da minha cabeça de tão corada que estou agora.

- Bem, eu lia revistinhas do Drácula, ele apenas se alimentava do sangue de mulheres virgens, então deva ser o mais forte, não é? Você é virgem?

- S-Sou. - Gaguejo, meu olho está lacrimejando de vergonha.

- Está explicado, Drácula era esperto.

- Não seja idiota, Drácula nem ao menos existiu. - Caleb suspira. - É apenas uma história.

- Tecnicamente os vampiros também eram só uma história, as virgens são puras, não há maldade nelas, ou essas coisas fodidamente humanas. - Peço internamente que eles parem de falar como se eu não estivesse aqui.

- Você é realmente um pirralho... - Caleb da de ombros.

- Então a gente pode comprovar, quando a Wendy não for mais virgem, bebemos o sangue dela novamente para ver se está do mesmo jeito, eu me candidato para esse papel... - Novamente seu olhar de malícia cai sobre mim, me faz arrepiar e ao mesmo tempo quase explodir de vergonha e constrangimento.

- Não seja ridículo! - Peço cruzando os braços, o Caleb apenas suspira sem dizer nada, o carro volta ao absoluto silêncio.

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