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Alice
Quando recobro a consciência já estou de volta ao quarto. Mamãe está sentada em uma poltrona que tem ao lado da cama lendo uma revista. Aos poucos vou me lembrando de tudo o que aconteceu.
Oh, meu Deus, meu bebê. Automaticamente minha mão vai para o meu ventre.
- Mamãe – murmuro – meu bebê – não consigo terminar a frase. O medo de tê-lo perdido me apavora.
- Meu amor, calma. O bebê está bem, – olho para ela com lágrimas escorrendo pelo meu rosto – mas por pouco você não o perdeu. Você precisa ficar completamente de repouso, pois ainda há risco de perdê-lo – choro em seu colo.
- Mamãe, eu fiquei muito mal quando vi o Otávio naquele estado. Foi como se tivesse arrancado um pedaço do meu coração. Comecei a chorar e de repente eu senti uma dor muito forte no pé da minha barriga. Eu não queria prejudicar o meu bebê. Eu não quero perder ele – digo com a voz chorosa. - Nem o Otávio.
- Alice, você não vai perder nenhum dos dois. Tenha fé meu amor. O Otávio logo vai sair dessa e tenho certeza que ficará muito feliz ao descobrir que será papai – dou-lhe um sorriso. – Só que você precisa se cuidar, pois são nos primeiros meses da gravidez que mais ocorrem abortos espontâneos – fico preocupada - não estou lhe dizendo isso para que se preocupe, mas para que se cuide e que tente ficar mais calma. Você agora tem que pensar primeiro nesse pedacinho de gente que cresce dentro do seu ventre – olho para minha barriga e meus olhos voltam a lacrimejar.
- A partir de hoje vou me cuidar, mamãe. Eu prometo. Por mais que doa ver o amor da minha vida daquele jeito, tenho que estar bem por ele e pelo meu anjinho – mamãe sorri e me conta sobre como papai ficou todo bobo quando ficou sabendo que ia ser vovô. Comecei a rir quando ela contou que ele já estava pensando em montar o quarto ‘dela’ na casa deles. Isso mesmo, ele apostava que ia ter uma netinha.
- Estou vendo que hoje você com uma carinha bem melhor – a enfermeira simpática entra com o meu almoço e minha medicação. Dou-lhe um sorriso.
- Estou me sentindo melhor. Quando receberei alta? – Pergunto.
- Não sei querida. Devido o sangramento que teve, Dr. Roberto acha melhor você ficar mais alguns dias para observar seu quadro de perto. Ele vai te explicar melhor – ela sorri para mim como se tivesse tentando me acalmar, o que por incrível que pareça consegue.
Assim que ela sai, Dr. Roberto entra no quarto. Vou logo perguntando porque preciso continuar internada.
- Alice, você está com um pequeno descolamento da placenta. Normalmente isso ocorre em mulheres que estão no terceiro mês de gestação, mas no seu caso pode ter ocorrido devido o que você passou esses dias. Quero que fique mais alguns dias em observação, pois quero acompanhar de perto seu caso. Se depois de uma semana não tiver sentindo nenhuma dor e a placenta já estiver no lugar você poderá ir para casa. Lembrando que mesmo assim você deverá fazer repouso, pelo menos nos primeiros meses da gestação. Seu caso é um pouco mais grave.
- Porque Doutor? Tem mais algum problema que o senhor descobriu além do descolamento da placenta? – Pergunto-lhe preocupada. Mamãe segura minha mão, mas ela me olha de um jeito que não consigo entender. Ela não parece preocupada.
- Sim Alice. Na verdade quando fiz o ultrassom para diagnosticar o motivo do sangramento, percebi que não tinha somente um feto e sim dois em desenvolvimento em seu útero – olho para ele incrédula. Dois? Não pode ser.
- Como assim Doutor? Dois? Você quer dizer que estou esperando gêmeos? Que tem dois bebezinhos dentro da minha barriga? – Não sei o que estou sentindo no momento. É uma mistura de surpresa, susto, alegria e medo. Ele sorri com minha confusão. Mamãe nem se fala. Está sorrindo de orelha à orelha.
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Magnetismo do Amor - Série Artimanhas do Destino # 1
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